quinta-feira, setembro 29, 2011

Parte II - Coelhos e Lebres 25/09/2011 -





























ZCA Vendinha

Dia de muito calor, muito seco.

No entanto, uma boa "colheita" nesta magnífica herdade
que... é "sempre certinha" !
Abraço - Estoria em breve

Parte I - Coelhos 24/09/2011











































Poucos Coelhos este ano em Mértola
Com o exército todo de Podengos e com um dia muito seco
os coelhos não deram mão e a "colheita" foi escassa.
Abraço, estoria em breve.

sábado, setembro 03, 2011

Abertura aos Coelhos em Sta Iria - Serpa













































2 de Junho 2011

Por amável convite do meu amigo Zé S. fui fazer a minha abertura aos coelhos em Serpa, mais propriamente à ZCT dos Peixotos em Santa Iria.

Só o Concelho de Serpa nos permite captar fotografias e landscapes tão bonitas como as que estão acima.

Como não tenho cães de coelhos, prontifiquei-me a fazer uma porta, isto para aqueles coelhos que vão fugindo pela frente das matilhas que, constantemente, vão no seu encalço. Sendo "porta" , e porque isso acarreta muito menos perigo com os tiros neste tipo de caça, resolvi levar o meu "mais novo".

Logo que chegámos à Serpínia onde já tínhamos um quarto duplo alugado, arrumámos a tralha e fomos ainda dar uns mergulhos à piscina pois o tempo estava abafado e fazia calor. Curiosamente, foi a primeira vez na vida que, enquanto estava a banhos numa piscina, começou entretanto a chover e trovejar. Apesar do engraçado da questão, comecei a pensar que tal combinação poderia não ser de facto a mais aconselhável ( água, com chuva e trovões ...) pelo que acabei por dizer ao Miguel para irmos para dentro, para o quarto.

Entretanto, liguei ao Zé S. que me disse estarem todos ( naquele dia também tinham ido aos coelhos ) no "Arrozinho de Feijão", restaurante em Serpa, e para seguir para lá para beber uma cervejola. Lá estavam todos, um dos "Grupos do Norte" , amigos do Zé, gente calorosa no seu acolhimento, gente que vê os valores da amizade talvez de uma forma diferente, com mais tradição. Lembro-me sempre que quando pela Páscoa ia ao norte a casa da família da minha mulher, as portas abriam-se totalmente para as pessoas da procissão habitual entrarem e comerem do que estivesse em cima da mesa. Enchiam a casa num instante, comia-se e bebia-se e seguiam depois para visitar nova casa da Aldeia. De facto, nós aqui na parte sul do País não temos esta tradição e os valores e referencias são algo diferentes.

Bom, mas deixadas estas divagações e bebidas mais algumas cervejolas, em bom convívio, encontrámo-nos mais tarde à mesa do jantar. Para mim, optei por uma boa posta de bacalhau à lagareiro, ficando-se o Miguel pela picanha grelhada, sim porque isto de bacalhau e peixe não é lá muito com ele. Ainda por cima no Alentejo e sózinho com o Pai onde não tem a Mãe a "deitar-lhe o olho". O vinho tinto de Pias foi o escolhido e uma boa mousse de chocolate e um café forte encerraram a refeição. Para tudo terminar em beleza, Portugal tinha acabado de derrotar o Chipre por 4-0 para a fase de apuramento do Europeu 2012.

Já na Residencial , bebi uma água das pedras natural, na esplanada, pedi à D Teresa para me acordar às 05h45 e eu e o Miguel fomos dormir o sono dos justos, não sem antes prepararmos minuciosamente, para o dia seguinte, todo o equipamento e apetrechos da caça:
cartuchos, roupa da caça, botas, polainas, cintos, águas etc.

Acho que demorei menos de 5 minutos a adormecer. Às 06h15, depois de um duche rápido, já estávamos na sala de refeições a tomar o pequeno almoço. O Miguel, só à parte dele foram 2 enormes croissants com manteiga e doce, um pão também com manteiga e doce e um copo de sumo de laranja.

Aparece o Zé S e combinámos encontrarmo-nos à entrada de um macdam, a seguir à lagoa, logo antes do Monte dos Peixotos. Passados alguns minutos aparece o Zé e o António que tinham ido buscar o "exército" ( os podengos) ao Monte. Os cães ladravam incessante e alegremente dentro dos reboques já prevendo a "guerra" que tanto adoram dar à coelhada.

Soltos os cães, fui para uma porta em cima de um morro alto, autentica cidade de coelhos, tal era o número de buracos e tocas que o circundavam. A ideia era tentar apanhar alguns que viessem fugidos dos cães para procurarem maior segurança dentro das tocas. De facto, assim foi. Passados alguns minutos de caça , disse-me, ansiosamente, o Miguel: "Ó pai, ó pai, olha ali, olha ali " e apontava com o dedo um coelho que corria directamente para as tocas. Só tive tempo de endireitar a semi-automática e "sequei-o" mesmo junto à cova. Mais 1/2 metro e tinha encovado.

Algum tempo depois aparece-nos outro a correr desalmadamente para as tocas com os cães a laticar lá dentro dos matos. Aqui precipitei-me e joguei-lhe um tiro bem longe, aí a uns 50/60 metros. Com munição 28 gr, 7 1/2 B&P o coelho "levou" mas conseguiu dar meia volta e por ali foi entocar. Que pena, ainda andámos alguns minutos literalmente de rabo para o ar à procura dele mas a existencia de muitas covas fez-nos rapidamente desistir.

O terceiro que apareceu ... nem soube o que lhe aconteceu. "Vai buscar filho" - o Miguel desatou a correr e, agarrando-o pelas patas, como já aprendeu a técnica do golpe de cutelo por trás das orelhas, terminou-lhe rapidamente com o sofrimento.

Entretanto, dentro dos matos a "guerra" era grande. Gritaria, tiros, ladras, lá se iam pendurando aqueles coelhos que tinham sido menos afoitos a esconder-se dos cães. Devo já referir que, ali, naquela Herdade, atendendo à existencia de tantas tocas, só se consegue caçar uma percentagem ínfima do que lá existe. Ainda assim, e à hora do almoço, o Guarda da Herdade, o João R. avançava que naqueles 3 dias de caça, desde o dia 1 de Setembro, já estariam apanhados perto de mil coelhos, pelo que , por aqui, podemos aferir da riqueza cinegética desta Herdade em "Oryctolagus cuniculus" - coelho-bravo.

Depois de pararmos alguns minutos nos Jeeps e comermos "a bucha", seguimos a caçar de salto. Nesta fase, quem vai mais à frente nas portas geralmente é quem "se safa melhor". Eu e o Miguel íamos em terceiro lugar a contar da frente e, entre mais 3 ou 4 coelhos deixados fugir por tiros errados, outros por serem tão rápidos que não nos deram tiro, apanhámos ainda mais dois. Um deles dei-lhe um tiro, deu uma cambalhota e foi refugiar-se debaixo de um zambujeiro o que me obrigou a um autentico mergulho debaixo do arbusto para, no meio do pó, conseguir lançar-lhe a mão antes de cair para dentro de alguma cova.

No final, o saldo, para 9 espingardas, "sem carregar no acelerador" - relembro que no dia anterior já tinha havido outra sessão de caça com os mesmos protagonistas - foram 61 coelhos, o que permitiu uma média na ordem dos 7 coelhos por arma.

Depois da já tradicional fotografia de grupo, com a caça estendida no chão, regressámos a Serpa para o almoço. Antes disso, porém, um dos confrades que tinha tido um problema com um podengo demasiado gordo para aquelas andanças, ainda foi à veterinária para ver do cachorro que tinha sofrido um golpe de calor e felizmente que se safou pois estava mesmo bastante mal. É preciso sempre muito cuidado com os nossos cães e com a caça de verão e aqui o nosso companheiro esteve muito bem. Primeiro recuperar imediatamente o cão, depois o almoço.

À mesa foram servidos uns suculentos filetes de pescada com o tradicional arrozinho de feijão e, desta feita, acompanhei com cerveja sem álcool, pois ia regressar para S. João do Estoril.

Depois de mais um café na esplanada e feitas as despedidas regressei a casa. À saída de Serpa dizia-me o Miguel, de mansinho : " Pai ficava agora aqui milhares de anos". Ouvi e calei, continuei a guiar em silencio, mas fiquei satisfeito pois aquelas palavras significavam ...que tinha gostado.

Já em Beringel tinha combinado e encontrei-me com o Zé G. onde bebemos um café, conversámos sobre a caçada. Ele, no dia seguinte, ia caçar à codorniz com a sua pointer, com o António e com o Zé S, todos eles com pointers, quanto a mim o cão de excelencia para a caça desta pequena ave.

Um abraço de amizade , até à próxima.


Já eram !





























20/08/2011
Todos os anos vivemos na ilusão de nos podermos divertir com uma boa abertura às rolas.

A caça, por si só, é apelativa e bonita, chamada de verão, com manhãs frescas e, de seguida, com temperaturas geralmente muito mais elevadas. Mas aquelas 2 ou 3 horas iniciais da manhã, mais frescas, levam muita gente a percorrer centenas de Km, durante a madrugada, para os campos deste nosso País, esperando sempre algum dia de sorte que lhe permita pendurar meia dúzia de exemplares.

Por mim, este ano, talvez tenha desistido de vez deste tipo de caça em Portugal.

E isto porquê ? - de ano para ano é visível que são cada menos os efectivos de rola comum que nos visitam e nidificam em Portugal.

Eu sou dos que acreditam incondicionalmente que a espécie não está em decréscimo, sobretudo pelas excelentes caçadas que todos podemos observar são feitas anualmente nos Países do Norte de África.

A minha opinião é que Portugal deixou de ser, como diziam antigamente ? - " O celeiro da Europa". Agora subsidiam-nos para não semearmos, para não produzirmos nada, e o nosso País, a pouco e pouco, cada vez mais, vai sendo um imenso deserto de cereal e de outros cultivos de verão, de que as rolas tanto gostam. Não havendo, é lógico que elas só têm de alterar as suas rotas migratórias e ir nidificar onde têm à disposição comida e água abundantes, isto é, norte de áfrica ! - pelo menos para já.

Por outro lado, penso que será altura de acabar de vez com os cevadouros. Já se mataram tantos e tantos milhares de rolas nestes locais que, agora, tudo quanto se preze ser "zona de caça" tem 1 ou cevadouros para chamariz dos caçadores. Sabendo-se que a rola volta aos locais de nidificação todos os anos e acrescendo-se as autenticas hecatombes que de há muitos anos a esta parte se fizeram nos cevadouros, os resultados só poderiam ser: poucas rolas!! Muitos cevadouros por tudo o que é turístia, associativa e municipal e... poucas rolas.

Tudo isto para referir que, uma vez mais, fui fazer a minha habitual abertura às rolas, desta feita ao Torrão. Não resisti e tirei as 2 fotos acima, uma do meu sorteado e pequeno mal feito abrigo e outra do cenário de caça que tinha pela frente: pasto e mais pasto, a perder de vista. Culturas? - nenhumas !

Nas minhas traseiras, à chamada distancia regulamentar, lá estava um cevadouro de trigo e girassol visitado por centenas de rolas turcas, aquilo que já vi, num forum de caça, chamar, por sinal com muita graça, de... "problemas no ar"...

A minha captura, nesta abertura, foi de 2 rolas comuns e assisti a um autentico desfilar de centenas e centenas de "problemas no ar" ( acho que nunca vi tantas) que me deixou de boca aberta e pensativo sobre qual, afinal, é que se deveria abrir a caça às rolas em Portugal: à comum ou à turca ?

Para Portugal penso que me chega. Marrocos será certamente o meu destino no próximo ano. Até lá tenho mais de 10 meses para tudo preparar cuidadosamente, pois a abertura por lá começa em Junho ( os feriados do mês são óptimos para isto)

Um abraço amigo