segunda-feira, outubro 31, 2011

Lebres e Coelhos


















ZCA Vendinha
Vales Mortos - Serpa
30/10/2011

Caça ao Coelho


















ZCT Santa Iria
Serpa
29/10/2011

domingo, outubro 02, 2011

Abertura Geral da Caça 2011












































Escrevo no próprio dia e a esta hora se Deus quiser já
todos estaremos no conforto dos
nossos lares.

Olhemos para estas fotos. Temos de dar graças a Deus por
termos saúde, podermos tentar partilhar esta nossa paixão
em sã convivência.

Não estou a ser lamechas não. Foi um dia bom e um dia mau.

Na véspera, no dia 01, pelas 15 horas já o Zé G parava em frente à minha casa em S João Estoril. Nas traseiras do carro, a sua inseparável "norma" cadela pointer de ano e meio de idade, preta e branca, que ia fazer a sua estreia este ano às perdizes da Vendinha. Arrumámos o melhor que pudémos o material de caça.

Pelo caminho, no meio de animada conversa , não deixámos de parar a viatura em Sta Margarida do Sado.

Na esplanada, espraiámo-nos à sombra mas com aquele calor anormal e tórrido de Outubro, acompanhados de 2 cervejolas bem geladas e um pires de torresmos alentejanos, para o petisco, conforme só ali se fazem. Tostadiços e crocantes, como mandam as boas regras.

Estômagos compostos rumámos para Vila Nova S Bento onde ia dormir a casa do Zé . Assim, pouparia o encargo da estadia na Residencial, o que dá sempre jeito nesta altura de crise instalada, e tinha ao mesmo tempo a oportunidade de rever a família da mulher dele. Enfim, estar num ambiente de aldeia alentejana, diferente, nem sempre está ao alcance de todos. Ao cair da tarde, em VN S Bento, a temperatura é amena e passear por aquelas ruas torna-se então um autentico prazer.

Pela noite combinámos e fomos jantar ao Restaurante "A piscina " em Serpa - considerada nos roteiros como a cidade mais branca de Portugal . Uns secretos bem cortados e passados, salgados no ponto e acompanhados de batata frita, com um pudin flan delicioso e um café simples, arremataram a refeição, que se pretendia algo calórica, pois no outro dia esperáva-nos uma árdua manhã de caça. A nós juntou-se ainda o Ze S. de Serpa , o Vit e o Pedro que vieram propositadamente de Famalicão

Às 6 da manhã, meus caros, levantámo-nos, duche tomado e fomos direitinhos ao Monte do P.

A azáfama por ali já era grande, tratava-se dos documentos de última hora, de quem ainda não tinha apresentado os documentos, pagavam-se as últimas quotas , cortavam-se os habituais papelinhos para se efectuar o sorteiodos batedores e das portas e pagavam-se os almoços para mais logo.

A mim saíu-me o papel de "batedor 3" e " porta 8" . " Caganeira, caganeira, és um cagão" - dizia-me o Zé - "vão-te cair todas em cima". Escusado será dizer que ele referia-se às perdizes e que o entusiasmo, esse, claro, redobrou a partir dali.

Iniciada a caçada com a P. Bereta sobrepostos, vejo a cadela braco do Bruno, animal já com 4 ou 5 anos, com a escola toda, a "marrar-se" com algo dentro do pasto. Estava imóvel, inerte, estátua. O dono aproximou-se e ali estivémos, eu e ele, cerca de 1 ou 2 minutos ( à vontade ) a disfrutar a paragem. Debaixo do focinho saltou-lhe, num repente, um coelho, fugindo em linha recta, rápido, de frente para o Bruno e de través para mim. 4 tiros, 2 dele e 2 meus e o coelho foi-se embora a rir à gargalhada. Do meu lado direito, o Angelo, não vi, mas também devia rir a bom rir, daqueles 2 "martelos" sem emenda que deixaram ir embora o coelho.

Algmas centenas de metros à frente e depois de pormos um bando de perdizes "em França", lá para os lados dos pinheiros, salta-me outro coelho. Que diabo este deixei-o alargar com calma e ao primeiro tiro derrubo-o. Pendurei-o pela cabeça. Já me aquecia a perna esquerda. Siga...!

Do meu lado direito, numa cova onde nem se via, o Angelo ia fazendo estragos. Quando apareceu ao pé de mim já pendurava um coelho, uma perdiz e uma lebre. É o que dá ter bons cães e eles, ali, garanto-vos, têm-nos, e dos bons.

Continuando a caçada oiço uns tiros do meu lado esquerdo. Um bando de perdizes é tocado e uma destaca-se em voo planado, de peito, direita a mim. A uns 50 metros vê-me e vira de repente para o meu lado direito. A Bereta funciona imediatamente pois já vinha na mira e, ao primeiro tiro, de ch 6, a perdiz tomba, com estrondo, a uns 30 metros, no pasto, seca !

A parte má do dia veio de seguida. O António seguia aí a uns 200 metros e pelo que me apercebi o cão dele ia entre uns matos e uma vedação a caçar. Uma lebre salta para fora dos matos e quando o António lhe desfere o tiro, o "chiquinho" - grande promessa de cachorro pointer - cruza-se com a lebre. Irremediavelmente o tiro cruza-se mas já com o cachorro e não com a lebre. Dois minutos depois morria com um tiro de lado, no peito. Sofreu pouco, muito menos que o dono que já não teve dia para nada.

E fico-me por aqui porque nada mais quero contar. O Antonio caça há 36 anos, tem 31 cães de coelhos, nunca matou um cão por acidente e o destino do "chiquinho" estava traçado naquele dia.

Repito, nada mais há a contar sobre este dia. Foi depois mau, muito mau, até chegar a Lisboa.

Local: Vendinha - Concelho de Serpa.

2 Outubro 2011
Posted by Picasa