segunda-feira, novembro 26, 2012

E o ensino prossegue...


















24 e 25 Novembro


A Inca continua a sua aprendizagem nas perdizes.
No sábado foi um verdadeiro festival de chuva e...de bem caçar. 
Começava a dar ao rabo,baixava a barriga, seguia o rasto, entrava nos arrifes de mato e acabava por expulsar de lá de dentro as perdizes, direitinhas, para mim, para o dono dar ao gatilho.
As feridas.. não ficou nenhuma. Cobrou-as todas, sem excepção. A cadelita caça de nariz no ar que mais parece um pointer. Tem um defeito, está já a caçar longe. Como tem o faro muito apurado e muito vício e carga genética no sangue, segue entusiasmada os rastos,  indiferente, muitas vezes, ao chamamento do apito.
Não gosto de coleiras de ensino. Espero não ter de as usar, vamos lá ver.


Experimentei-a no domingo e levei-a aos tordos à Serra da Adiça, mas o estar ali parada não é nada para ela.
Ao fim de longos minutos, desatou a ladrar-me, aborrecida como que a dizer:
"Que é que estás aí a fazer pá? Aos tiros para o ar? Mas afinal o que é isto, onde é que estão elas ? Vamos mas é embora à procura delas..."
Como não parava de ladrar, acabei por levá-la para o carro e guardei-a na caixinha. Passado um bocado fui espreitá-la e, lá estava, a dormir solenemente, com o sol a bater-lhe em cima. As perdizes de sábado fizeram "mossa" ....
23 tordos, 75 tiros e dei-me por satisfeito . Mais para quê?


domingo, novembro 04, 2012

Faça sol, chuva( muita ) frio ou vento ( muito) ...


















04 Novembro 2012

A paleta de cores do Alentejo, sobrepõe-se às condições verdadeiramente agrestes do temporal de vento e chuva tão forte que mais pareciam agulhas a picarem-me a cara, foi isto que encontrei e enfrentei este fim-de-semana em Safara, de oleado às costas.

Quer acreditem quer não a sensação de liberdade e isolamento nestas condições são fatores absolutamente fantásticos para mim.

A "Inca" , a minha braco alemão fêmea, continua a sua aprendizagem e, para já, em matéria de cobro e "trazer à mão" estou talvez tentado a considerá-la quase... "fora de série".

Caçar com ela está a tornar-se  um verdadeiro prazer. Redescobri de novo a magia daquelas jornadas de passo largo, em que o caçador e o seu fiel perdigueiro vão escrutinando o terreno,  cabeço a cabeço, a sua cauda curta a abanar,  rápida,  a mostrar-me que as perdizes estão por ali, a barriga da cachorra baixa ainda mais um pouco quando os rastos estão mais frescos, até finalmente conseguir o tiro, a queda da ave, o cobro e, de seguida,  o prémio da indescritível satisfação de ver a cadela a trazer-me , cabeça levantada, rápido, a perdiz na boca. Quando a entrega, ela dá-ma literalmente para a minha mão, de alma aberta, sem hesitações.

Aliás, com os seus 5 meses e meio de idade, o diacho da cadela, para brincar, traz-me tudo, os cartuchos que a automática dispara, garrafas de plástico abandonadas no campo por incautos, papéis ou sacos velhos, tubos de plástico perdidos que já protegeram plantações de pequenos sobreiros, não há nada que ela não me traga. E eu aceito tudo e recompenso-a sempre com duas ou três festas na cabeça.

Abraço amigo