segunda-feira, dezembro 23, 2013

Caçador solitário ou de "linha" ?

Pela hora do almoço. Penetrando o horizonte com o olhar.

No final do dia.
Lá diz o ditado: Quem porfia...



























21 de Dezembro 2013.
Jornada física e atrozmente esgotante mas recompensadora.

Comecei o dia com os tordos.
Ainda que havendo uns tordos, como não tinha ido preparado, nem com arma adequada nem com cartuchos próprios, nem sequer com aguardo, cedo arrumei a tralha e fui para aquilo que verdadeiramente me apaixona: a caça de salto, com o cão pela frente.

Quem vê estas fotos dirá: "pois, só vai à caça das lebres"

Não necessariamente. A orografia do terreno muitas vezes assim o determina, mas as perdizes, que nesta altura não se deixam chegar, estão sempre, sempre na minha mira. Caçá-las, sem ser em linha, torna-se muito difícil. Não impossível, mas difícil.

Ainda este sábado, já no final da manhã, numa iniciativa magnífica da minha Inka que culminou, nuns pastos altos, com uma maravilhosa paragem sobre 4 vermelhudas que já para lá tinham fugido algumas centenas de metros atrás, quando pela primeira vez me viram.

A esta cadelita por ter "crescido" comigo, já lhe percebo o andamento tão bem que não tenho a menor dúvida sobre o seu comportamento no terreno e de que tipo de caça se trata:

Codorniz: rabinho a abanar, busca muito minuciosa no terreno, sem se embalar, o que me permite estar praticamente sempre perto dela. No final, ou levanta a ave ou acaba por a parar, imóvel, oferecendo-ma.

Lebre: rabinho a abanar, embala muito rapidamente quando se trata de rasto de lebre, muitas vezes quase anda a galope com o nariz sempre no chão. Estas, geralmente...já lá não estão. A segunda hipótese é, dar-lhe os ventos e pará-las, assim, sem mais. Algumas aguentam bem, outras nem por isso. Já no campo da 3ª hipótese é quando está de volta de alguma codorniz em valas com água, a procura é menos intensa e, não raras vezes, a lebre sente-se descoberta e salta, foge para o campo aberto, onde se sente muito mais à vontade com a sua velocidade. É a altura de aproveitar a oportunidade.

Perdiz: rabinho a abanar. Baixa bastante mais a barriga. A busca no terreno não é tão minuciosa e embala um pouco mais. Mas é clara, a evidência é muito grande, vê-se imediatamente quando se trata de perdiz. Depois, há que ter algumas pernas para a seguir pois rapidamente se vai deparar com as aves. É aqui que está o problema. As minhas pernas já não são exactamente aquilo que eram há 20 anos atrás...!
No caso em apreço, quando encontrou as emanações deixadas pelas patas das perdizes, ela avançou, rápida, sobre o rasto deixado pelas 4 aves, eu acelerei o passo, o mais que pude, ainda a vi "marrada" por uns instantes, mas as perdizes já não deram - como se diz na gíria - "orelha". Fugiram, cada uma na sua direcção, e acabei por abandonar a perseguição. O suor escorria-me pela cara abaixo, em bica, camisa empapada e colada às costas, mas pelos motivos que gosto.

Nas lebres, é na caça a salto, solitária ou, no máximo, com mais um companheiro, com quem tenhamos um bom entendimento, que podemos aplicar com  mais sucesso os conhecimentos que sobre elas temos, sobretudo em relação aos seus costumes.

A lebre está em sítios diferentes consoante o dia que faz, ou que fez, na véspera.

Assim, se na véspera choveu copiosamente , há que procurá-las, pausadamente, dentro dos olivais com algum pasto ou mato cortado ou solto. Em alternativa, procurar as bordas das linhas de água, onde elas gostam de se encostar e deitar.

Pela manhã, em dias frios e solarengos, aqui, enfim,  não há que ter dúvidas. É levar o perdigueiro e procurá-las nas encostas bem soalheiras, de restolhos mais ou menos espessos ou de lavradas. Haja paciência e, mais cedo ou mais tarde, ela aí está, a saltar à nossa frente, linda, vistosa, em grande fuga.

Com vento muito frio, procurem-nas nos restolhos banhados pelo sol mas junto dos caminhos que "cortem" o vento ou nas chamadas "covas" do terreno. É aí que elas se deitam ainda de madrugada.

Não procurar lebres em sítios complicados para elas fugirem. Detestam mato entrelaçado e qualquer tipo de vegetação tão intensa que lhes impeça a fuga como elas tão bem querem e sabem fazer.

Gostam muito de estar na orla dos olivais, ao final da tarde, deitadas, ainda a apanhar os últimos raios de sol. Sabem que se forem descobertas, rapidamente se põem em fuga por entre as oliveiras. Reflexos rápidos e tiros muito certeiros são necessários nestas alturas para lhes impedir a fuga.

Diria que das espécies existentes no alentejo, a lebre será, talvez, aquela onde o caçador mais experiente, aplica com maior êxito todos conhecimentos que tem para a descobrir e capturar.

Numa linha da caçadores, será quase sempre por mero acaso que ela salta e é cobrada. Excepto se for uma linha constituída só para a caça à lebre.

Por isso, prefiro a caça de salto, isolada, permite-me aplicar os meus conhecimentos sem ter que responder como se estivesse no exército.

Ainda este fim-de-semana cacei em linha e em terrenos muito acidentados. Surge uma perdiz em grande velocidade, de asa aberta, da minha direita para a esquerda. Derrubei-a com tiro certeiro, mas, com a velocidade que levava, foi cair lá abaixo, a um barranco fundo, seguramente a mais de 70 metros. A Inka não  a viu pela que tive de "baixar ao barranco" . Três ou quatro minutos depois, já estava com ela na boca, trazendo-ma. Quando voltei a subir o barranco... 7 ou 8 minutos depois? - já lá não estava a linha. Não esperam. Salvo honrosas excepções em que a linha é composta por amigos. Como não conhecia bem aquele terreno acidentado, tive que me aplicar a fundo para a retomar outra vez. O suor escorria-me pela cara abaixo, em bica, camisa empapada e colada às costas, mas pelos motivos que não gosto.

Abraço amigo.





quarta-feira, dezembro 18, 2013

3 horitas de brincadeira...



A "rapaziada" de Quintos.




Quintos
Beja - 15 Dezembro 2013

Combinei na véspera com o amigo António B., responsável pela 
gestão desta Zona de Caça, ir dar uma voltinha às orelhudas.

No domingo, pelas 08h30 (não era preciso madrugar ) fomos ao Café do José T., a Quintos, comer qualquer coisa ao pequeno almoço e beber a indispensável bica matinal.

Ali, juntaram-se a nós alguns companheiros de Quintos.

Pelas 09h00 da manhã, parámos os carros, mesmo à saída da vila,  preparámos as armas e cartucheiras, soltámos os cães e  iniciámos a caçada.

Para mim,  "calhou-me" em sorte fazer a ponta direita. 

A missão, essa,  era eu ir sempre junto a um barranco e acompanhar o parceiro da esquerda.

O dia, solarengo e com uma temperatura óptima para caçar, estava maravilhoso.

Meia dúzia de centenas de metros percorridos, logo a Inka desaloja uma lebre da borda do barranco. Dois tiros e aí vai ela, ferida com gravidade, mas com a cadela no seu encalce,  a ladrar, desesperada para conseguir apanhá-la.

O Fernando gritava: "está ferida, não atirem...!

A Inka foi "rabiada" diversas vezes pela lebre mas, finalmente, depois de muita corrida e esforço, lá conseguiu capturá-la. Logo os outros cães se aproximaram rapidamente -lembrei-me das hienas! - tentando tirar-lhe a lebre da boca. Má sorte que ela não deixa. "É minha", parecia querer dizer, firme, cobrando a lebre alegremente e trazendo-a às minhas mãos. Enfiei-a no bolso do ladrão do colete, fiz-lhe a habitual festa,  e prosseguimos.

Não tardou muito e saiu outra, desalmada,  na frente da cadela. Um tiro certeiro e novo cobro.
É pá, 2 lebres e ainda por cima adultas, é peso a mais praticamente logo no inicio da caçada. Para evitar isso, pegámos nas ditas cujas e pendurámos, escondidas, nas ramadas de uma oliveira grande, ali existente. Quando viermos à volta, levamos - disse-me o meu companheiro "da esquerda".

O barranco, repleto de canavial, tinha, pontualmente, algumas charcas de água.

A Inka baixou a uma, na borda da água entrou aos juncos e parou, imóvel. Sem conseguir perceber o que era aproximo-me e vejo saltar uma galinha de água, a que, propositadamente, não atiro. Saltou a galinha e saltou a Inka logo atrás dela, estatelando-se totalmente dentro da água gelada. És jovem, não pensas - disse para comigo.

Noutra charca, mais à frente, a Inka entra aos juncos e aqui foi mais a sério: faz saltar 4 ou 5 patos reais. Encaro a Benelli, e com um B&P, Ch 6 - F2 classic, consigo atirar um pato cá para baixo. Para nosso grande azar, infelizmente não o conseguimos mesmo cobrar pois caiu dentro de um silvado enorme, intransponível,  e, além disso, ainda me pareceu que estava "de asa" pois caiu aos trambolhões.

Nos pastos, as codornizes ainda são por ali frequentes mas, nesta altura, por lei, já não se podem caçar. Nunca vi nada de semelhante em toda a minha vida de caçador, mas a cadela parou-se com uma, a ave levantou e a Inka, rapidíssima apanha-a com a boca (sem tiro nenhum)  e vem trazer-ma à mão.
Pelo caminho, vimos mais uma série delas, não sei se ficam por cá a nidificar ou se ainda emigram para o Norte de África. Sou mais apologista da emigração embora saiba que sempre ficam algumas.

A linha ia fazendo o seu "serviço" e, já na volta de regresso, levámos um bando de perdizes pela frente. Desse bando, só conseguimos 3 e foi deixando enrolar 2 das espingardas para o fim do olival, esperando que as outras 4 armas conseguissem colocá-las cá para fora. Curiosamente, foram as 4 espingardas que esperaram que as caçaram. As 2 de fora só as viram de asa aberta, em voos prolongados, para outras zonas.

De permeio, nas terras lavradas, saíram mais umas lebres e outras fugiram,longe das espingardas, para outras paragens.

Como disse o amigo António B., fomos fazer uma brincadeira de 3 horitas de caça.

Gosto mesmo destas "brincadeiras".

6 espingardas
10 lebres
3 perdizes

Abraço amigo








terça-feira, dezembro 17, 2013

Também por direito próprio...















 

















Também por direito próprio, a INKA, em trabalho de cobro,
sobre 2 lebres capturadas na planície alentejana.

Salvada
Beja 

 

Por direito próprio...

















A fotografia pode não dizer nada a muitas pessoas.
A mim, pelo contrário, diz-me tudo.
Aqui, a lebre, já em troféu, com todo o esplendor
das belas cores da sua pelagem, tem como pano de fundo a
magnífica planície alentejana, onde, por direito próprio,
faz desse mesmo território o seu habitat natural.

Salvada
Beja



quarta-feira, dezembro 11, 2013

Patos em Beja, Perdizes em Mértola



Herdade das Namoradas
Beja
Foto 1: resultado da minha jornada.
















Foto 2
O Grupo, constituído pelo Paulo L,, Luis M., eu e o Gonçalo S.
Rostos visivelmente bem dispostos após excelente manhã de caça
aos patos. Muitos tiros e divertimento.































A caçada no seu final.
69 patos para 10 espingardas.
Não é a Argentina, mas considerando o nº de patos existentes,
deu para distrair, e bastante.
Recomenda-se comparecer na próxima.
Em tempo: grande trabalho da INKA que, após a caçada,
levei-a ao local para me cobrar 2 patos não cobrados: um dentro
dos maciços dos juncos e outro em pasto da altura de meia perna.
2 cobrados dentro de água


















Mais a Sul, no Concelho de Mértola na Herdade do Monte do Moinho Novo.
Excelente caçada às perdizes.
Grupo habitual anual de 9 espingardas.
Por especial favor deixaram-nos cobrar só 2 lebres.
Coelhos absolutamente proibidos.
Novamente grande trabalho da INKA.







8 de Dezembro de 2013
A atualizar brevemente com estória.











segunda-feira, novembro 25, 2013

De salto e de Espera.


















Um excelente dia de caça.
Para quem gosta de caçar sozinho, com o cão pela frente.
Beja -Salvada





















O espolio do final do dia
4 lebres e 8 codornizes.

















No domingo, já deu para entreter aos tordos.
Boa entrada no Monte Branco-Serra da Adiça
3 dezenas de tordos e muitos falhados.




segunda-feira, novembro 11, 2013

À caça em Beja

















Inicio da Jornada com cobro de 1 lebre.




















O açude onde por vezes espero os patos que vêm do Guadiana, ao final do dia.





















Desta vez cobrei um par deles.
Ao fundo as luzes de Serpa.






















No meu quarto, à noite. O resultado do dia.





















Ao final da manhã com o Paulo L.
Mais 2 lebres cobradas nos restolhos e pastos e um par de perdizes "de verdade" e
algumas codornizes. O Paulo ficou para a tarde e no
final do dia ainda conseguiu cobrar mais um par de perdizes
com 6 codornizes no total.

Resultado pessoal:
5 codornizes
3 lebres
2 patos


Salvada
Beja
Novembro de 2013



segunda-feira, outubro 28, 2013

Caça de salto - a minha paixão





















Outubro 2013
Salvada - Beja

A possibilidade de podermos partilhar o tempo inteiro com o nosso companheiro de caça,  o perdigueiro, é uma prerrogativa rara hoje em dia. Se em condições normais o cachorro já nutre por nós um amor incondicional e uma paixão inquebrável, imagine se o tempo que passamos com ele é partilhado na totalidade, quer no ato da caça durante o dia, quer nos momentos de lazer, seja durante as refeições deitado aos nossos pés ou quando dormimos profundamente com o cachorro a fazer-nos companhia, deitado no chão do nosso quarto. O estreitamento da relação de amizade entre animal e dono aqui é notório e exponencial e, verdade seja dita, a Organização permite-nos ( não a todos claro) este pequeno luxo.

Na sexta-feira, dia 25 de Outubro, tinham caído grandes "pancadas" de água no Concelho de Serpa e Beja. A minha chegada ao Monte da Gravia Grande foi feita,  já de noite, não debaixo de chuva, que já tinha acabado, mas com o horizonte negro sobrecarregado de trovões e raios que se afastavam ao longe mas que iluminavam os céus da noite com as suas poderosas descargas.

Já no conforto do meu "quarto de caçador" como o demonstra a 1º foto, adormeci a sonhar com as codornizes que iria procurar, no dia seguinte.

Às 06h30 estava levantado, tomei um duche quente e rápido, preparei as cartucheiras com chumbo 8 da B&Pellagri e uma dúzia deles de chumbo 6, também da mesma marca, 32 e 34 gramas, respetivamente.

Claro que de manhã tive de calçar as botas de borracha pois adivinhava os campos completamente alagados com as chuvadas da véspera. A escolha do local para caçar foi estratégica. Tinha de ir para os terrenos inclinados, de restolho amarelo torrado, com chapadas viradas aos primeiros raios de sol da manhã, pois seria precisamente aí que elas estariam.

Duas paragens da Inka e duas capturas. Entretanto vejo um lebrão a fugir rápido pelas minhas costas e lembrei-me logo que também as lebres procurariam nesse dia aqueles locais. O dia estava bonito e rapidamente comecei a dedicar-me mais à lebre.

Subi a uns pastos bem altos, que já iam secando, e não demorou muito à Inka desalojar de lá uma lebre.Um tiro bastou para estendê-la no restolho a uns 25/30 metros. Enfiei-o ( era um macho) no bolso do ladrão do colete e continuei. Reparei numa pequena barreira no restolho, que estava abrigada do vento algo frio que ainda se fazia sentir,  mas bem banhado ( o declive) pelo sol magnífico da manhã. Percorrri-o todo, de alto a baixo, e, algumas centenas de metros mais à frente, a Inka pára, completamente imóvel. Chego-me devagar e começo a olhar para o chão. Querem ver que é uma codorniz?" - pensei. Espreitei, mas não, não era. Lá estava ela deitada, com as orelhas juntas mas encostadas ao dorso, completamente camuflada. Arranca outra lebre que procura a fuga pela parte mais elevada do terreno. Beretta bem apontada e com um só disparo "seguro-a" no restolho. A Inka cobra e traz-ma à mão, com orgulho. "Linda canita, dá cá ao dono" - deixei-a caminhar atrás de mim alguns metros com a lebre na boca.

Pelas 11 horas passei na carrinha para um pequeno "taco" e aproveitei fotografei a caçada do momento, 2 lebres e 2 codornizes.

Arrumei tudo e voltámos à caça.

Desta vez dirigi-me para a orla de um olival bem longe, lá no alto, já pertença de uma outra ZCT, mas bem rodeado de pastos altos e já secos, com o sol do meio da manhã a bater-lhe. Salta uma lebre para dentro do olival que falho com 2 tiros. Quinze ou vinte minutos depois, salta outra que nem me deixou atirar pois esgueirou-se logo para dentro do olival.

Começo a regressar ao carro. Estava perto do meio dia. Ao longe apercebo-me de uma lebre a sair do mesmo olival e dirigir-se tranquilamente, a trote, para um campo de restolho de girassol já rapado, apanhado e amontoado pelas máquinas. Como não a vi a desaparecer no horizonte, decidi passar por lá com a Inka. Os terrenos estavam frescos e, no rasto,  a cadela daria bem conta do recado. Bem dito bem feito. Minutos depois a Inka começa a abanar o rabo, acelero o passo e por trás dum amontoado de paus de girassol arranca a lebre. Dois tiros bem dados mas continua,  com a cadela a correr e a ladrar atrás dela. Fiquei desapontado. Estava ( quase ) certo que lhe tinha acertado, enfim.
Qual o meu espanto quando após 200 ou 250 metros de corrida a lebre dá um salto no ar e cai ferida de morte e a Inka agarra-a, ofegante. Fantástico, uma manhã, 4 lebres e 2 codornizes.

Chegado ao Monte, deixei a caça no balcão de frio,  e fui ao Toi, restaurante da Salvada/Beja que faz uns achigãs escalados e grelhados, de comer  e chorar por mais. No entanto, desta feita optei pela carne grelhada, com um corrente "Margaça", de Pias, tinto,  para "carregar as baterias" pois da parte da tarde ia ainda bater uns outros terrenos que me estavam na mira, na estrada de Quintos.

Passei "pelas brasas" durante uma hora, no quarto do Monte e, depois, meti a espingarda e a cartucheira no carro, a Inka saltou para a bagageira  e fomos fazer o final da tarde à procura das "africanas".

Os terrenos são todos de restolho alto, bem espesso, com vegetação velha de cardos, e com uma linha de água a atravessá-los, direito ao Monte da ( agora não me lembro do nome), mas com uma fiada de eucaliptos ao longo da ribeira.

A primeira paragem da cadela não demorou e pendurei a 1ª codorniz da tarde. Alguns minutos depois, de novo a cadela imóvel. Desta vez salta um par delas. Seguro uma com um tiro, marco-lhe a pancada e ajudo a cadela a encontrá-la. A outra...deixá-la ir!

Alguns minutos depois, de novo a cadela "marrada" nos cardos. Deu-me tempo para tudo. Aproximei-me de lado, em "passo fantasma" para a cachorra me sentir e controlar-me  a aproximação. A codorniz estava "perra", demorava a saltar. Esperei, esperei, mas o que saltou foi... uma outra lebre. E eu com chumbo 8 (!) na arma. Segurei-a, no chão, a uns 20 metros ( mais ou menos).

Com o sol esplenderoso já a por-se no horizonte ( tinha combinado com o Sr B. irmos esperar os patos no açude ao cair da noite ) voltei para a carrinha e ainda deu tempo para capturar mais 2 aves.

Claro está que a felicidade jorrava de certeza pelos meus olhos, mas enfim...!

Os patos foi um fracasso. Entrou já de noite escura um bando disperso, para aí de uns 10 mas ( escaldadíssimos) assim que tocaram na água arrancaram logo para outras paragens com 2 tiros atrás, para o monte, mas sem resultados.

Patos: 0

Após o jantar, a noite foi dormida, de forma profunda e recompensada,com a Inka deitada no chão do quarto, também completamente esgotada. No dia seguinte a brincadeira era outra: perdizes, de salto, em linha.

Domingo, 27 de Outubro. Mudou esta noite para a hora de inverno mas o telemóvel faz o acerto automático: 06h30. Duche rápido, a Inka olha de soslaio para mim, como que a querer dizer: o quê, mais "conversa"? - e lá se levantou, "sem discutir",  prontinha para mais uma manhã atrás das perdizes.

Os terrenos onde começámos eram à volta da povoação de Quintos, nas margens do Guadiana. Cerros de montado, pasto, giestas, linhas de água sinuosas a caminhar para o Guadiana, sempre por ali fora cerca de 4 ou 5 de Km de terrenos bastante difíceis.

A Inka ( e eu ) à medida que o tempo avançava, fisicamente íamos dando sinais de puro cansaço, mas, ainda assim, deu-me "a matar" 3 perdizes,  das quais só aproveitei uma.

Na volta de regresso aos carros ainda derrubei mais um par delas e uma lebre que vinha fugida dos outros caçadores.

A caçada acabou finalmente,  já bastante tarde, cerca das 14h30, e, como queria vir ver o meu Benfica a jogar contra o Nacional, despachei-me rapidamente, fiz as despedidas e voltei,célere, para Lisboa, onde ainda jantei com o meu filho mais velho.

Parei em Santa Margarida do Sado para descansar as pernas e beber um café e acabei por ver só a 2ª parte onde o Benfica ganhou 2-0.

Saldo da Jornada:

6 codornizes
5 lebres
3 perdizes

Para mais tarde recordar.

Um abraço amigo.













sábado, outubro 19, 2013

Vidigueira 2013





















Vidigueira
19 Outubro

Orientados para uma caçada às perdizes e lebres totalmente selvagens, em ZC com 1.800 hectares,
calhou-nos "em sorte" ir caçar o olival da Herdade e alguns pastos ao seu redor.

Quer-me parecer que "a volta" deveria ter sido feita pelo sentido inverso ao que fizemos.

Isto é, desalojar primeiro as perdizes e lebres que estavam dentro do olival ( e não eram poucas ) e
conseguir "colocá-las" nos pastos mais altos e densos, em redor.

Em vez disso, passámos primeiro pelos pastos, onde só o G. capturou uma lebre, e depois, dentro do olival, elas andaram toda a manhã a brincar connosco.

A caçada estava preparada pelo Dono da Herdade, para a existência de batedores da zona e colocação de Portas.

Porém, a nossa linha - composta por 8 espingardas - estava era preparada para caçar de salto, pelo que rapidamente desfizemos a confusão com o Dono e abrimos uma linha de caça de salto.

Obviamente que, num olival daquela dimensão, as perdizes e lebres "brincaram" literalmente connosco, ouvi-las e vê-las levantar voo ao longe foi a regra... e o melhor que conseguimos.

Nem uma caiu. As lebres fugiam de um lado para o outro, dentro de tiro e fora de tiro, pois havíamos recebido ordens rigorosas de não atirar às lebres ou coelhos dentro do olival, devido às mangueiras da rega gota a gota.

Aproveitamos, assim,  depois de passarmos o olival, algumas dezenas de hectares de bons pastos, e derrubámos 9 bons exemplares.

De salientar o trabalho da Inka ( onde vai esta cadela parar?) que, após as grandes chuvadas da noite anterior, as ia procurando junto às valas das ribeiras. Onde vai a cadela buscar este instinto?

Desalojou duas, dos juncos das ribeiras, que, mesmo saindo que nem setas, caíram, certeiras, com B& Pellagri, 34 gr, Ch 6, F2 Classic.

O prazer de ver a cadela cobrar as 2 lebres e trazê-las, para mim,  penduradas nos maxilares, é algo de indescritível no que se refere ao prazer que sinto nestas alturas.

As botas, essas, transportavam 1 kilo de lama em cada pé, o que dificultava sobremaneira a caçada.

Como nota de grande realce, um porco ( negríssimo javardo ) que se levantou por trás de mim numa vala, onde estava deitado,  e levou logo com 2 cartuchos de 6. Parou algumas dezenas de metros à frente , sintomático, de que lhe fiz "cócegas" com os tiros. Ainda recarreguei a Beretta, mas o animal atirou-se para dentro de um barranco pequeno.

"Ó Gonçalo, ó Gonçalo" - anda cá depressa para ver se derrubamos este porco. Mal gritei e enquanto corria, o porco galgou o barranco para terreno limpo e atravessou as terras todas pela nossa frente, escapando, a galope, algures para bem longe. Ah, que falta fazia ali uma bala ou uma boa carabina.

No final acabámos todos sentados num Restaurante da Vidigueira, à volta de um bom ( bom não, óptimo) ensopado de borrego, bem regado com o excelente vinho tinto e branco da região.

PS.: Já se conseguiu observar uma bela entrada de tordos, isto é, terão entrado de noite enquanto chovia (?), pois no olival estavam seguramente... às dezenas.

Um abraço amigo.

Sérgio Vieira






segunda-feira, outubro 14, 2013

As paisagens






















As paisagens por onde se caça e as diferentes orografias
e coberto vegetal dos terrenos.
Que mais se pode querer?

Salvada - Beja



Lindo dia de Caça

















Logo pelo nascer do sol, lebre levantada, um par
de tiros e já está. Estendida no restolhal.




















A Inka em perfeito trabalho de cobro.



















Ao meio dia a satisfação do dever cumprido.
Cupo limite de 10 codornizes e uma lebre.
Para mim, o melhor dia de caça da Inka.
Das 10 abatidas, 8 foram paradas pela cadela e
2 foram trabalhadas no rasto até as levantar a tiro.
De permeio, alguns falhanços do marteleiro do dono.



















Ao cair do dia, fomos esparar os patos ao açude.
No lado direito da foto, não se vê, mas é a dita represa  .
4 machos abatidos e uma fêmea.
Outros tantos conseguiram escapar.




















No pátio do Monte, à entrada do meu quarto, uma derradeira
homenagem.

Herdade da Gravia Grande
Salvada- Beja


quarta-feira, outubro 09, 2013

Abertura Geral da caça 2013















Final da tarde de sexta-feira. Uma voltinha às codornizes
rendeu 2 coelhotes levantados e cobrados nos pastos.




















A seguir aos coelhotes, há que seguir para um
açude onde os patos do Guadiana vão estagiar de noite.



















Boa caçada no final. 7 patos cobrados e 5 falhados.
A noite amena e o trabalho dos cães no cobro são dignos de registo.




















O Páteo interior do Monte da Gravia Grande.
Um dos meus locais de eleição para os momentos de lazer.



















No dia da abertura, muito calor e fracos resultados.
Da minha parte caiu uma perdiz e 2 lebres.


















No domingo ainda fomos dar uma volta às codornizes
e cobrei mais 4. Na foto já com a vestimenta do regresso.


Resultado pessoal:
1 perdiz
2 lebres
2 coelhos
4 codornizes
7 patos


Outubro de 2013
Beja - Salvada.



terça-feira, setembro 24, 2013

Um belo de um regresso



















Setembro 2013
Regresso muito  desejado à  

Herdade dos Arrochais, na Amareleja.

Resultado pessoal: 5 coelhos
Resultados do Grupo: umas dezenas

Quando muito se fala que este é um ano muito fraco de coelhos ( e, em bom rigor, devo concordar ) haverá certamente sítios de excepção  onde, sobretudo por força de um cuidado muito especial dedicado a esta espécie, e à orografia e condições do próprio terreno onde vivem, o coelho mantém níveis de criação muito bons.

Não posso deixar de mencionar que se tratou de um desbaste, em Setembro, logo, com coelhos indígenas.

A forma como os coelhos se refugiavam em alta velocidade, correndo desalmadamente e direitinhos às tocas dos inúmeros morouços existentes nesta herdade, afiança que estamos a lidar com coelhos bravos, os chamados... "do campo"!.

Este ano foi novo festival de ladras, correrias, tiros, gritos e divertimento ao mais alto nível.

A caçada foi por convite, mas não há-de tardar muito lá estarei de novo, se o amigo J. Alves assim o entender.

E mais não digo sobre a quantidade das outras espécies que por lá existem, um pouco mais avermelhadas que os coelhos,  e que não podem ser caçadas.

Meus caros... um verdadeiro paraíso de caça.

Despeço-me, com um abraço amigo.

PS: Se um dia lá forem caçar não deixem de comprar,  na própria Herdade,  1 ou 2 garrafas do belo vinho que ali se produz ( marca..dos arrochais...) quer do branco, quer do tinto. Não é barato, é certo, mas como se pode comprar tanta qualidade sem abrir um pouco os cordões à bolsa ?







domingo, setembro 15, 2013

Muito difíceis....





























Salvada-Voacaça
Beja
15 Setembro 2013
Resultado pessoal: 5 codornizes, 2 paragens, 2 falhadas e uma não cobrada .

As codornizes aguentam pouco as paragens dos cães e correm a patas ( fruto da evolução dos tempos?)

Logo que chega o calor da manhã, metem-se nas valas profundas dos terrenos onde lhes damos caça, mas onde os cães pouco podem fazer com estas altas temperaturas.
 
Anseia-se mesmo por umas boas sessões de chuva nas próximas semanas... os barros de Beja estão secos, gretados, com longas fendas à vista desarmada.

A Inka hoje mostrou-se algo ansiosa. Caçou muito bem é certo , cruzado como mandam as regras, obediente, mas as corridas das codornizes dentro dos restolhos e pastos deixaram-na nervosa e quase fora de controle.

Registo 2 paragens somente. Uma com o corpo em ângulo recto.. De frente para mim.A codorniz, entre a cadela e o caçador, aguentou q.b, avencei 2 passos mas ela, com voo rápido,  levou 2 tiros de chumbo 8 atrás mas escapou, ilesa, para longe , para uma vala, onde poisou.

A Inka, não sendo uma cadela mentirosa na paragem, parou de novo, outra.

Não me deixou dúvida nenhuma que estava marrada com uma codorniz ali naquele pasto alto ( embora o fundo das fotos seja em restolho rapado, de notar que não caçámos ali, mais ao lado havia outro tipo de terrenos).

Aproximei-me. A cadela subitamente desfaz a paragem e efectua um arranque em semi-círculo, como que para evitar a fuga da ave pelo outro lado, e marra-se de novo. Alguns momentos mais tarde, desfaz a paragem e entra no rasto, agitada. Acaba, minutos mais tarde a aspirar umas fendas enormes ali existentes no barro. Para mim, já sei para onde aquela codorniz tinha ido. Tirá-la de lá é que não se conseguiu.

O companheiro Paulo L., na foto, hoje foi mais perdulário. Poderia ter pendurado mais algumas aves, pois o Sado, misto de pointer e braco, tem excelente nariz , 4 anos de experiência e dá algumas paragens e aves a atirar. Para ele, hoje o dia foi da caça.
 
Abraço amigo
Sergio Vieira


sábado, setembro 14, 2013

Perdiz Vermelha - a minha caça de eleição



Deveria ter ido para o Baú de memórias.

Mas não foi assim há tanto, tanto tempo.

Vale a pena ver.

Um abraço amigo.


terça-feira, setembro 10, 2013

Difíceis...

















A Inka em pleno trabalho...




















Fraco resultado.
Estão difíceis ...





















Paisagem tórrida.
Esperemos que o calor abrande nos próximos dias.


08-09-2013
Salvada - Beja

segunda-feira, setembro 02, 2013

Caça de Verão 2013

















Caça e Alentejo - As garridas cores do verão
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No páteo do Monte da Gravia a meio da manhã.
Sorrisos e boa disposição.
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Os terrenos por onde se caça.
De suster a respiração...
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Os terrenos por onde se caça.
De suster a respiração...
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Sexta feira dia 30.
À chegada ao Monte, dentro da Herdade,por volta das 17h00.
As novas criações de perdizes, mesmo com 35º de temperatura começam a mexer.
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Herdade da Gravia Grande
Voacaça
Salvada - Beja.

Sábado dia 30 de Agosto
Score: 3 rolas e 5 torcazes

Domingo 1 de setembro: Abertura geral ás codornizes.
6 codornizes cobradas e um belo trabalho da INKA.

História em breve.