sábado, outubro 21, 2017

Tempo mais fresco



















19-10-2017
Beja


Num dia que considero belíssimo para a prática deste desporto, bem fresco ( 21 graus de média ), e não querendo desperdiçar as benditas chuvas que caíram na véspera após tão prolongada e angustiante seca de muitos meses, decidimos dar uma saltada a meio da semana,  a Beja, para uma caçada mais longa e séria, desta vez  às perdizes.

Às 05h15 da manhã encontrava-me em Lisboa com o amigo e companheiro PL.

Transferida a bagagem e cães para a viatura da caça, de conversa pelo caminho rapidamente estávamos a entrar na área de serviço de Grândola, onde 2 cafés bem quentes e cheios e uma pinhoada para cada um, especialidade ali da zona, aqueciam e confortavam o estômago.

Já na zona de caça, com estratégia pré-definida no carro, optámos por entrar ali numas franjas semi-lavradas das terras do MO com o objectivo de ir em acto de caça quase até à Corte Condessa e voltar. Volta bem grande, ambiciosa, mas, no nosso entender, não impossível de fazer antes do taco.

Enganámo-nos. Nem perto da Corte Condessa chegámos. Teria de ficar para uma próxima. Nesta volta ainda encontrámos 4  bandos delas. Levantadas e uns tiros de longe, assustam-se, separam-se todas, e permite-nos caçar e usar melhor os cães. Tanto mais que conseguimos empurrar diversas para dentro de um extenso projecto de pinheiros com pastos. Outras escaparam para terras lavradas onde já não nos atrevemos a entrar.

No regresso ao taco contávamos 4 aves cobradas. Ainda levantámos, já perto do carro, uma excelente bandada que fugiu para lá da barragem, para os lados do Monte do Cerro, mas as pernas já nos diziam para seguirmos para o taco e deixarmos para a próxima visita. Belas perdizes, bando de guizo que por ali criou e bem.

Abrimos a merendeira e apreciámos uns pães bem cozidos, na véspera, recheados com chouriço, e uns folhados estaladiços de salsicha, muito bem acompanhados com um tinto de Portalegre. Delícia !

Ainda antes do almoço, fomos para uns pastos já conhecidos das codornizes e onde esperámos encontrar já uma ou outra lebre que, com as chuvas, tenham saído dos olivais e para ali se tenham deitado nas chapadas viradas ao sol. Bem pensado bem feito e o meu amigo PL ali fez o gosto ao dedo com umas africanas e tombando uma lebre, com chumbo 9, saída aos pés.

Ao almoço um ligeiro e mero petisco na Salvada, linguiça assada em álcool, azeitonas do ano partidas e temperadas e umas cervejas geladinhas.

Antes do regresso a Lisboa fomos a umas planícies onde esperávamos também encontrar umas lebres e umas codornizes e um ou outro coelhote.

Soltei o "Nice" mas o cachorro, emperrado desde manhã, cedo desatou em galope desenfreado até quase estourar e só serviu, afinal,  de espanador, levantando 3 ou 4 codornizes completamente fora de tiro. Resolvi, assim, mudar de montada e coloquei a "INKA" de novo ao serviço.

E escrevo o nome desta cadela, na foto, com maiúsculas, pois o show de caça que me ofereceu de seguida às codornizes foi simplesmente de não esquecer jamais. Dos pastos muito altos que por ali proliferam, extasiei-me desde paragens a pares e trios de codornizes, a entradas nos pastos entrando aos rastos e expulsando as aves daqueles temíveis emaranhados, cobrou todas as aves abatidas, algumas nem conseguia ver onde caíram, e fechei com a chave de ouro.

No final do dia de caça, embora não tivesse tido a oportunidade de  fotografar o tableau final de caça, dado o tardio da hora e a necessidade do regresso, foram, para 2 espingardas, 13 codornizes, 5 perdizes, 1 lebre e uns 30 ou 40 tiros dados ao longo da jornada.

Abraço amigo.


quarta-feira, outubro 18, 2017

Adeus ao escaldante verão de 2017


















14-10-2017
Salvada - Beja

No que pensamos ter sido o último dia do ano com  temperaturas a rondar os 35 graus, rumámos uma vez mais a sul, para os terrenos da Salvada, para uma caçada à geral.

Por um lado tínhamos consciência que teríamos mais um dia de calor tórrido, e esperava-se dificuldades em tudo o que teria a ver com caçar. Contudo, o optimismo e satisfação devem sempre sobrepor-se nestas coisas e haveria que também celebrar o adeus ao verão quente de 2017.

O "taco" a meio da manhã nunca falta e aproveita-se para retemperar forças e estômago, de preferência à sombra e perto da água.

As lebres continuam muito escondidas no interior dos cada vez mais extensos olivais intensivos e há que aguardar por chuva e arrefecimento acentuado das temperaturas para vê-las com mais abundância deitadas nas grandes planícies.

Deixámos as zonas das perdizes no descanso e fomos, ainda, insistir na procura das codornizes, em algumas linhas de água. Ambos a estrear este ano cachorros com 7 e 11 meses, nada melhor como entrosá-los com as nossas amigas de África, para treino específico.

Entre bastantes tiros, diversas alegrias e algumas desilusões em certos lances de caça, ficámos com um espólio de 14 codornizes, 2 perdizes, 4 coelhos, uma lebre e um pato.

Esperemos agora pelas previstas chuvas e pela desejada descida das temperaturas.

Um abraço amigo




segunda-feira, outubro 09, 2017

Em Beja, com mais calor.


















06-10-2017
Salvada- Beja


Depois de, na véspera, termos feito a abertura das perdizes em Marmelar, decidimos descer uns quilómetros mais a sul e enfrentarmos de novo o calor Bejense.

Nas 2 ou 3 horas que ainda conseguimos algum aproveitamento para caçar, Santo Huberto esteve connosco e ofereceu-nos belos lances de caça, com as codornizes e os nossos cães como protagonistas.

Como já estamos na geral, uma vermelhuda de 2 esporões e uma lebrota do ano, cobrados pelo meu estimado amigo PL,  acompanharam a caçada.

A percha poderia ter sido bem melhor, bem mais farta, mas o calor não nos larga da mão. De referir que, à tardinha, poucos minutos antes do pôr-do-sol,  as temperaturas têm por regra vindo a rondar entre os 27 e os 29 graus, sem brisa ou vento, o que, como podem imaginar,  não nos permite grandes veleidades. Uma voltinha de mais ou menos 30 minutos antes do sol se por no horizonte e temos o dia feito.

Vale-nos, de permeio, naquelas horas impossíveis de se caçar o que quer que seja, sentarmo-nos tranquilamente e bebermos o belíssimo branco que é feito na Vidigueira, bem geladinho. Completar com uns suculentos secretos grelhados no ponto, com salada de tomate bem maduro ( alentejano, claro) bem temperada e servida à parte com oregãos, ali no café do mercado, no Toi.


Um abraço amigo.






domingo, outubro 08, 2017

Abertura às perdizes na Vidigueira
















Marmelar - Vidigueira, 05-10-2017

7 amigos, 7 espingardas decidiram este ano fazer a tão ambicionada, esperada,  abertura às perdizes , desta feita na zona de Marmelar - Vidigueira.

Um bom punhado de lebres foram avistadas mas o proprietário deixou, a quem o pretendesse, cobrar somente uma ou duas. De preferência, agradecia ele, numa atitude bem avisada,  que o informássemos, mais em jeito de censo, do número de lebres avistadas durante a caçada.

Ora, problemas com lebres nesta zona de caça, posso garantir seguramente que não terá ele, atendendo à generosa contagem que fizemos, de animais levantados e vistos até ao final. Por aqui, por esta vertente, muitos parabéns.

As perdizes, também em número que já satisfaria os caçadores de perdiz exigentes, o que se caçou neste dia, digo-o sinceramente, foi o possível, atendendo ao tremendo calor que se tem feito sentir em Portugal e, particular  e especificamente, por terras deste formidável Alentejo, que, nestes dias  ainda se veste de amarelo torrado dos restolhos e de castanho das terras já lavradas.

De seguida,  talvez mais cedo do que o habitual nestas jornadas, um excelente almoço,  com preferência a recair sobre as castas de brancos bem frios da região, vitela estufada no barro e carne de porco frita. De sobremesa dióspiros arrefecidos no frigorífico ou tarte de maçã, conforme a preferência.

Ficou-nos a promessa de, após as primeiras chuvas e redução das temperaturas, montarmos uma linha e ladearmos aquela (linda de se ver)  serra que por ali se atravessa, à procura dos exemplares com 3 esporões (!) o que é impossível de se fazer ainda, com estas temperaturas.

Abraço amigo.






segunda-feira, outubro 02, 2017

Sem desistir.

Começar o dia bem cedo

















Salvada - Beja
Caçada à codorniz.


Apesar do paupérrimo ano de chuvas, ausentes do nosso país desde há largos meses,  e, por consequência disso, as terras encontrarem-se num estado tal de secura que só pode mesmo é redundar em fracas prestações dos nossos cães, ou, no limite, prestações menos conseguidas, lá estivemos de novo em busca destas belíssimas aves, por terras de Beja.

Desistir não faz parte do nosso vocabulário.

Como habitualmente, muitos lances ficam-nos agradavelmente na memória, mas outros há que perdurarão para todo o sempre.

Agradam-me os cães combativos, com capacidade de sacrifício, que dão tudo, que não se furtam à luta com as "africanas". O cão de parar não se deve confinar a uma bonita paragem e a um bom nariz. Para isso vamos para um campo de treino e com caça de cativeiro desfrutamos, como muitas vezes vemos nas redes sociais.
Deverá, quanto a mim,  haver muito mais para além disso. É, entre outras particularidades,  no cobro que se deve também destacar o cão de parar e, sobretudo nesta caça ainda veranesca, cobrar codornizes que caiem a 30 ou mesmo 40 metros de distancia, em altos pastos ou dentro de valas cobertas com vegetação onde as temperaturas no seu interior rondarão seguramente os 45/50 graus, não é para todos os cães.

Recordarei para sempre, com saudade, desta jornada, um cobro da minha cadela Inka, braco alemão, que, numa profunda vala onda havia sido abatida uma codorniz "de asa", entrou, à minha ordem, na vala para efectuar o cobro. Desaparecida no seu interior a cadela saiu, alguns (bons) minutos depois, cerca de 15 metros mais abaixo, de dentro da vala com a ave na boca e, suavemente, mas a arfar profundamente, em claro sofrimento, veio orgulhosamente depositá-la nas minhas mãos.

Abraço amigo.




domingo, outubro 01, 2017

Pequeno desbaste ao coelho

















Vila Verde de Ficalho
23 de Setembro 2017



A pedido de um dos proprietários da zona, que é possuidor de alguns cães destinados específicamente só para este tipo de caça ( podengos e de raça indefenida) resolvemos fazer um "golpe de mão" a uma pequena zona do couto, de oliveiras velhas, as, como por ali se chamam, as "tarocas. São oliveiras muito antigas com buracos dentro dos próprios troncos e onde os coelhos gostam de se refugiar dos predadores, saindo durante a noite, para comer,  para os pastos circundantes. De dia, recolhem então às oliveiras ou deixam-se estar ocasionalmente deitados nas sombras das mesmas, ou também em pequenos morouços de pedras e mato, proporcionando, assim, quase sempre,  alguns lances de tiro divertidos.

Dia de excessivo calor, o que já é habitual este ano, e de fracos resultados.

O espírito de convívio entre os confrades e o almoço no monte, nestas alturas, são sempre a recompensa e desejados ao longo da manhã e o cozinheiro ( companheiro que gosta muito desta nobre e complexa arte da cozinha) não deixou os seus créditos por mãos alheias e preparou um belo tacho de postas de bacalhau guizadas com batatas e ervas da região. Um branco da zona, bem  gelado, em cima da mesa, acompanhou e alegrou os espíritos.

A próxima visita será um ansioso confronto com as vermelhudas e com as ruças.

Abraço amigo.