domingo, fevereiro 20, 2011

Tordos - Grande despedida.



















20/02/2011
ZCT Sta Iria - Serpa
Extraordinária manhã de caça aos tordos.

Sábado, de véspera, já eu passeava por Serpa, onde, após o almoço, optei por dormir uma reconfortante sesta na Residencial Serpínia.

O Zé G. estaria a caminho. Embora tenha casa em Vila Nova de São Bento, vinha pernoitar sozinho, pois a mulher, por questões profissionais, optara por ficar em Lisboa.

Por volta das 19h30 toca o telefone e combinamos o jantar. Na casa do Zé S. por convite do mesmo. Havia já um cabritinho a assar no forno, com batatinhas, e convites destes, minha gente, é coisa que jamais se pode recusar.

Antes de chegar ao jantar ainda fui comprar uns chocolatinhos da Mars para oferecer ao Zé M. filho do S.

Ao jantar, como sempre, umas entradas cuidadosamente preparadas pela C. , uns tortulhos apanhados no campo, cortados aos bocados e fritinhos em azeite e alho. Uma iguaria meus caros !

A acompanhar o cabrito assado no forno, umas migas de espargos verdes e um verde tinto de Monção com 10º e, ainda, um branco gasoso especialíssimo para Senhoras.

A meio do jantar o sinal de alarme: um telefonema a avisar que, nessa noite, a GNR cercaria Serpa quase por completo para realizar uma gigantesca operação auto-stop. Geralmente bebo pouco, um ou dois copos de vinho, e, como ando sempre bem documentado, tal não me apoquentava.

Ainda assim, perto das 11h da noite, quando regressei à Residencial, confirmava-se. Todas as Rotundas até lá estavam ocupadas com um ou 2 carros patrulha da GNR, a interceptar tudo o que era veículo. Por acaso passei, devagar, e não me incomodaram. Mas a operação era mesmo das grandes.

A noite, essa, passei-a a ver tordos, uns a entrarem bem às portas, outros a piarem e ainda outros a cairem bem lá do alto. Os que mais gosto são os que caiem que nem hélices. Bem difícil, por isso, foi a tarefa de adormecer nesta noite.

O João R. , Guarda da Zona de Caça, por outro lado, tinha dado na véspera umas informações abonatórias da ZC, que havia por lá uns pássaros bons e que daria para nos divertirmos no último dia. Claro que, com esta informação...quem é que consegue dormir em condições? Mas, por fim, lá consegui entrar no Reino dos Deuses e adormecer aí pela meia noite e meia.

Às 5 da manhã já eu estava a saltar da cama para tomar um duche quente. Depois de tomar o pequeno almoço, arrumei rapidamente a tralha na carrinha e fui ter a casa do Zé. Entretanto, chegava, também, de Vila Nova, o Zé G. Também de Beja aparecia, ao mesmo tempo, o Gonçalo. Todos juntos, saímos perto das 06h00 e fomos beber um café quentinho a um dos cafés de Serpa já abertos àquela hora.

Sem perdas de tempo , seguimos de imediato para os Peixotos. Aqui, não posso deixar de dar uma breve menção honrosa a esta Herdade, Zona de Caça Turística de referencia no Concelho/Distrito / País? , há quem lhe chame já a "mãe dos tordos", pois mesmo em anos fracos de tordos, sempre se fazem lá excelentes caçadas. Coelhos é com fartura, perdizes ariscas e lebres matreiras é o que não falta por ali. Caça de cativeiro nada lá existe, é proibidíssimo, até de falar nela. Não é uma ZCT barata, mas é - seguramente - uma garantia de qualidade. Daí a dificuldade em conseguir lá caçar pois a procura excede largamente a oferta.

Bom, de regresso aos tordos, era noite escura quando o Zé S. me deixou na minha porta. Colocada em olival, num sítio alto, enquanto descarregava o equipamento o Zé ia-me dizendo como colocar o abrigo e de onde entravam os tordos.

Um " até já " e fiquei ali, calmamente, a equipar o material da melhor maneira. Como munições, um cartucho que já não o largo para caçar ao tordo: JK8, do Patalouco, de Viana do Alentejo. Carregado com Chumbo 8, pólvora A2 é um magnifico cartucho para esta caça. Certeiro, rápido e de grande alcance, chega a "despegar" tordos de alturas que parece mentira.

Ainda a amanhecer, praticamente sem se ver ainda, aconcheguei a PBereta nos braços, suspirei fundo, olhei para o horizonte ainda escuro e pensei: "venham eles!"

Alguns minutos mais tarde, começou a clarear e veio o 1º par , um ou dois disparos e tordo no chão. Ali, caçar ao tordo era uma maravilha pois o terreno era limpo de ervas e podia-se, inclusive abater 4 ou 5 que não se perdia as "pancadas" e recolhiam-se depois, numa só volta.

Matei aí uma dezena quando o Zé S. começou a chamar-me : " Ó Séeeergio, anda cá para baixo, eles estão a entrar é aqui pelo barranco". Bom, lá muito tiro dava ele pelo que... comecei a hesitar.

Mas como não sabia onde ele estava, lá entrava outro tordo ali no sítio, mais 1 ou 2 tiros, novo abate e, por ali fui ficando , naquele engodo de um tordinho aqui, outro tordinho ali, sempre a pingar.

Mas de facto eles lá em baixo continuavam mesmo a dar muitos tiros, o Zé e o Gonçalo. Coloquei o aguardo às costas e peguei na espingarda e na caixa de cartuchos e dei 2 passos. Outro par de tordos a entrar. Tudo para o chão, mais 2 tiros e outro estendido no chão. Voltei a armar o abrigo: "que se lixe, vou ficar por aqui, sempre vão caindo uns torditos"

Mas o Zé voltava à carga e insistia, aos gritos: "Ó Séeeergio, anda cá para baixo...!"

Finalmente lá me decidi. Deixei metade do material e desci o olival, à procura deles. Até porque lá em baixo, com os tordos a entrarem bem às portas, aquilo estava uma paródia pegada com as bocas do Gonçalo.

Mais meia dúzia deles derrubados e chamei eu o Zé G, para se chegar. Fizémos ali um quadrado de posições no olival, que deu belos resultados. Tordo atirado e falhado, em geral levava sempre atrás toda uma série de impropérios ( filho da p., cab., ) mas em geral ia passar a outra das nossas portas onde dava nova oportunidade de tiro.

Ali ficámos toda a manhã, aos tiros, e os tordos a entrarem com generosidade.

Foi com alguma nostalgia que vi chegar as 13h. Era tempo de arrumar os equipamentos, o que fiz em silêncio, lamentando, no meu subconsciente, ter findado mais uma grandiosa época de caça.

Sabia que a partir dali voltaria a atravessar novo "deserto" de 6 meses até chegar a nova época venatória. Esta, rendeu-me bastante. Não propriamente pelo número de peças cobradas que foram variadas e muitas, mas sim pelo convívio que a caça arrasta atrás, pelas amizades que se vão cimentando, pelas conversas durante a semana de onde vamos caçar no fim de semana seguinte, se à Associativa, se à Turística, se aos coelhos, se às perdizes e lebres. Tudo isso me passava pelo pensamento e estava a entrar numa de nostalgia por tudo acabar.

Contudo, rapidamente a nostalgia passou. Era tempo era de regressarmos a Serpa, dar umas gargalhadas pelo caminho, irmos ao último almoço de caça do ano. Almoçámos com o Guarda da Reserva. Ouvi-lo falar do campo, das espécies e da caça é por vezes tão bom como estar à caça, tal a riqueza de conhecimentos e saber daquele homem.

No final, o regresso a Lisboa. Os abraços de despedida, a certeza de que temos por ali verdadeiros amigos e que nos vamos ver diversas vezes, seguramente, antes de chegar a abertura das rolas e pombos.

Agora por isso, este ano há uns patos prometidos ali por Beja...

Um abraço e até lá.

domingo, fevereiro 13, 2011

Grande Tordada !



















12/02/2011
Santa Iria - Serpa
ZCT Peixotos
Tordos nos limites e o regresso do Miguel às caçadas.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Tordos -afinal sempre vieram.
















5 e 6 de Fevereiro 2011
Monte Palhais - Serra da Adiça
Monte Branco - Moura / Santo Amador
Muito sol e 2 dias de divertimento puro.
Perto de 200 disparos e caça quase nos limites.