terça-feira, outubro 25, 2016

Sem medos...
















21 Outubro 2016
Albernoas e Salvada


Tempo a continuar quente, os rastos das rodas das viaturas de caça levantam nuvens de pó tais dos caminhos que rapidamente nos "pintam" os carros até às entranhas.

O prazer de seguir caçando a perdiz a lebre e o coelho dá-nos forças onde muitas vezes não esperamos encontrar.

Sobretudo na minha idade.

Quando as pernas pesam, se a perdiz a rompe-nos de surpresa pela frente e se temos a sorte de um tiro certeiro e de um cobro sem mácula, lá sentimos as pernas como novas, e prontas para fazer mais alguns quilómetros.

Neste fim de semana, sempre em crescendo, consegui já bater o record de quilómetros percorridos numa jornada de caça, este ano.

À noite , o cansaço em casa invade-nos mas de uma forma em que, sentados tranquilamente no sofá da sala, sentimo-nos bem connosco próprios, com os que nos rodeiam e com o mundo.

No dia seguinte, quando regressamos ao trabalho, já é outra história.

Mas, sempre sem medos.

Abraço amigo





O que nos move!

















16-Outubro 2016
Às perdizes por terras de Mértola e Beja


O que nos move, sei-o bem,  é a paixão que temos pela caça e o irresistível desejo de partilhar este sentimento com o que os nossos cães sentem, que, por acaso também é o mesmo - paixão pela caça.

Em Santa Maria, embora com os terrenos ainda muito secos e resultados dentro do razoável, é sempre um enorme prazer perseguir e caçar a perdiz.

Beja, essa,  é o espírito de liberdade que nos move, de madrugada até à noite,  onde,  no caso em apreço,  pudemos assistir e admirar com profundo respeito a super lua do ano de 2016.

Um abraço amigo





quarta-feira, outubro 12, 2016

Tempo a arrefecer, caça a aparecer.





















8/9 Outubro 2016
Salvada - Beja

Com as temperaturas a arrefecerem gradualmente neste mês de Outubro, os terrenos, apesar de ainda muito secos e ásperos, já vão permitindo melhores desempenhos, sobretudo mais tempo de trabalho, por parte dos nossos companheiros de 4 patas.

No fim de semana passado, um espólio de 4 lebres, 3 coelhos, 2 perdizes e 8 codornizes,o que se traduz, pondo de lado as codornizes,  numa média de 4-5 peças por dia.

Espero, de futuro, virar-me mais para descrever os lances de caça falhada na jornada, do que propriamente o contrário.

Começarei a desenvolver o tema já neste post ( a concluir).

Abraço amigo.

quinta-feira, outubro 06, 2016

Suadas, muito suadas...!




Inka, hoje, esteve muito bem.




















05-10-2016
Salvada - Beja

Este ano, com o restabelecimento deste feriado, apesar das projecções de temperaturas de 31/32 graus para a zona de Beja ( projecções alcançadas)  resolvi, ainda assim, enfrentar essa dificuldade, que não é pouca, e ir tentar algumas codornizes de salto.

Os resultados têm sido muito mais fracos quando comparados com anos anteriores, não só devido à vaga de calor/seca que se tem feito sentir de há alguns meses a esta parte, mas também à substancial alteração das culturas que, nesta herdade,  passaram a existir, essencialmente provenientes do regadio ( plantação de olivais e milho, tudo em grandes áreas de cultivo).

A acrescer a isto, os agricultores começam já nesta altura a lavrar as terras e restolhos,preparando já o solo para as próximas chuvas.

A área caçável, vai, assim, aos poucos, reduzindo, mas por aqui ainda se consegue "vasculhar" alguns bons cantos onde estas aves acabam também por se acomodar, aguardando que a mãe natureza as chame de volta a terras de África.

Esperarei o corte dos milhos e as chuvas que, se Deus quiser, por aí hão-de vir, para melhor aferir se as codornizes andam ou não escondidas nos milheirais.

Quanto às codornizes da jornada de hoje, umas paradas pela cadela que, apesar do calor, esteve particularmente bem, outras por mim levantadas, foram quase todas capturadas,com muita paciência, em 2 valas onde ainda corre alguma água.

Óptimo trabalho de cobro por parte da Inka atendendo à dificuldade em ver onde a maioria caía, sempre do lado oposto das valas, face à vegetação alta que as rodeia.

Algumas ( bem) falhadas, impediram-me de conseguir o cupo legal de 10 aves.

Quanto às lebres, para eu mais tarde recordar:

1ª - a caçar na antiga linha de caminho de ferro de Quintos, completamente coberta de pastos altos e outros matos, saiu-me uma "ruça" debaixo dos pés em galope, direita ao olival. Ainda chegou à primeira fila de oliveiras mas tiro enviesado alcançou-lhe as patas traseiras e rapidamente a Inka "apareceu" do meu lado e foi ao cobro. Nada mais bonito do que um bom cobro de uma lebre.

2ª - já de regresso ao carro, num cabeço alto, forrado de pasto, a Inka ( com ligeira brisa)  estaca de frente e a lebre arranca, poderosa, em desenfreada correria. Primeiro tiro atrasado, e ao segundo, quebro-lhe, também, as patas traseiras. O cobro, esse, foi praticamente imediato.

Por aqui deixo, também, registado o lance de um coelho que escapou:~

A Inka, já visivelmente esgotada com a temperatura( já vinha no regresso ao carro) entra numa pequena vala junto a uma vedação de arame farpado. Tive vontade de lhe dizer ou obrigá-la a de lá sair, pois sentia que a cadela estava a passar por dificuldades físicas, mas a sua nobreza e obstinação fê-la calcorrear ainda mais alguns metros lá dentro,  completamente coberta de mato atrás daquele cheiro que tão bem conhece.. O coelho, esse, saltou da vala/vedação mas lá bastante mais à frente, em frenética correria. Dois tiros de MB extra 30gr ch9, muito pó levantado à sua volta, mas não foram o suficiente para o segurar.

As tocas, onde se refugiou, estavam mais à frente, numas oliveiras velhas.

No carro, verti lentamente meio garrafão de água por cima da cadela e ela foi refrescando até recuperar totalmente.

Quando chove??

Abraço amigo



domingo, outubro 02, 2016

Abertura Geral à Perdiz. Quem lhes chega?




























01-10-2016
Herdade de Santa Maria
São João dos Caldeireiros


Na véspera, no Brasileiro, em Mértola, abrimos uma garrafa de Herdade da Bombeira, proveniente de pequena vinha por ali plantada nas margens do Guadiana, com castas maioritariamente Syrah e Alicante Bouschet mas que produzem um tinto maduro, estagiado em madeira, muito agradável, e acompanhámos com um ensopado de borrego e umas plumas bem grelhadas, com salada de tomate bem maduro da horta e cebola.

Rematámos com uma sobremesa conventual - torrão real - e, no final, "lavámos" a boca com um resto do vinho que, propositadamente, deixámos de sobra exclusivamente para este efeito.

A  noite, por bem dormida que foi, deixou-nos uma óptima sensação de conforto quando nos levantámos na manhã seguinte e nos lembrámos que o destino ficava somente a cerca de 10km na Herdade de Santa Maria.

Para véspera, não poderia ter sido melhor!

O dia, o tão esperado e ansiado dia da abertura à perdiz rainha estava a chegar e, por aquilo que tínhamos visto 15 dias atrás,  numa caçada aos coelhos, as perspectivas estavam no topo.

Mas este tempo, este ano, estas temperaturas escaldantes,  persistem em manter-se adversas e desesperantes para o desporto da caça.

E quando não falamos de perdiz criada em cativeiro, ainda mais este efeito se faz sentir.

Posso afirmar que a Herdade tem uns bons bandos destas aves e, neste primeiro dia, com calor em demasia - às 10h00 da manhã já o suor escorria-me pela cara abaixo como se alguém me tivesse despejado um garrafão de água pela cabeça, ainda não me tinha saltado uma perdiz de levante, verdadeira, como aquela que sempre se espera numa abertura de caça.

Criámos 2 ou 3 portas para tentar safar um pouco os números da Jornada mas também isso acabou por pouco ajudar a melhorar substancialmente os resultados.  

Poderia ter capturado 2 ou 3 aves, certo, mas elas não foram assim tão fáceis . Vi muita perdiz longe, a levantar com o ruído dos nossos passos a quebrar estevas secas e mato e voar para locais mais seguros.

A que cobrei apareceu-me, transversal, pela minha esquerda, voando para trás. Um tiro de F2 Classic- Ch 7 e enrolou logo, tombando a uns bons 40 ou 50 metros fora da minha vista. Não fora a braco, a Inka, que a descobriu no meio dumas pedras dentro dum esteval e por lá teria ficado. A alegria foi enorme quando vejo a cadela sair das estevas com a ave na boca, sem mácula, impecável.

No termo da jornada consegui 3 coelhos e 1 perdiz. Certo que a linha deixou muito a desejar no que se refere ao funcionamento desejado para este tipo de caça, mas só isso não explica tudo.

Satisfação por verificar que, este ano, a criação dos coelhos foi, também,de feição.

Esperemos e rezemos por chuva e quanto mais cedo melhor.

Um abraço amigo.