sábado, dezembro 05, 2020

"Elementar meu caro Watson!"

 

 



 

 

 

 

 

 

 

21-11-2020

 

"Elementar meu caro Watson" - dizia Sherlock para o seu assistente sempre que este se apresentava  com qualquer dúvida.

Após cada jornada de caça, é sabido que se torna elementar proceder à limpeza da nossa arma. Só assim estaremos seguros do seu correto funcionamento no exercício futuro da caça.

Neste nosso regresso às ribanceiras e abruptos barrancos desta Herdade, onde predomina a perdiz ali nascida e criada no campo, a expectativa era, como sempre, elevada.

Na jornada anterior, embora com muita pena minha não tinha podido estar presente, capturaram-se, noutra zona desta mesma Herdade,  4 machos"pintados" nas caudas, o que me aumentava ainda mais a ansiedade e o desejo por conseguir um destes belos troféus.

Já no campo, com um bonito e radioso dia de sol, no momento de formarmos a linha, sorteámos os postos através do habitual cartucho no interior da boina de caça.

Ao retirarem o meu, correspondia à ponta esquerda da linha, o melhor posto sem dúvida. Trata-se de um percurso praticamente no fundo dos barrancos, até em terreno mais direito e mais fácil de percorrer, onde me competiria,  mais do que descobri-las, atirar às perdizes levantadas pelos meus companheiros da linha de caça estendida por aquelas vertentes agrestes, e que viriam em fuga, em voos muito rápidos pelas ribanceiras abaixo, normalmente nas linhas de junção dos vales.

O meu mochileiro, o F. , que ali trabalha há mais de 20 anos, conhece o local como ninguém, conhece "as cortadas" dos voos das perdizes quando em fuga e, exemplarmente, lá me ia indicando quais os melhores locais para lhes atirar. Tínhamos de andar em passo mais acelerado que os outros pois a perdiz salta na linha de caça em voo frontal e depois desce em fuga as encostas para tentar sobrevoar a ribeira e por-se fora do alcance das armas dos caçadores.

Ouvimos 2 tiros algures na linha e aguardo. Lá vêem duas. Asas abertas e direitinhas a mim cortando o silêncio do vale. Peitos bojudos e cores garridas, vivas . Desfiro o primeiro tiro, falho e ao segundo disparo...arma encravada !! Nervoso procuro desbloquear a arma, uma Benelli Crio, sem grande razão aparente para tal avaria.

Novo lance, novo falhanço ao primeiro e encravada de novo ao tentar o segundo disparo.

Nova perdiz, asa aberta, vê-me e revoa forte e rápida, da direita para a esquerda, corro a mão, atiro e a perdiz cai do lado de lá da ribeira, dentro do mato. O F. corre, ao mesmo tempo que alega que está "redonda!,  e eu ordeno o cobro ao meu braco, o Jeep, que também a tinha visto a cair. Aguardo e alguns instantes depois, desanimado,  vejo do lado de lá a perdiz a sair do interior do mato, a patas, a subir o barranco. Que angústia. Longe, não a podia segurar. Felizmente, logo após, também o "Jeep" saía do mato atrás dela e, depois dalgumas fintas ao cão ( estava a ver que se ía embora) o braco captura e traz-me a perdiz na boca, como sempre de forma doce, intacta, grande virtude deste meu companheiro de 4 patas.

Mas isto não é normal - pensava já com os nervos descontrolados, olhando, vendo e revendo a espingarda. O F. lá me dizia depois de também tentar consertar a avaria,  que "a arma não estava boa" ! - que nervos.

Só conseguia inserir um cartucho, em modo manual, tinha desistido do segundo e do terceiro pois a patilha que alimenta o cartucho para a câmara estava sempre a prender no interior, encravando a arma.

Pelas minhas contas e,  se fosse o "mata tudo", teriam ficado umas sete ou oito pelo caminho, senão mais. Que vertigem de perdizes a voar encostas abaixo, atentas, de asas bem abertas. Que pica!!  Assim,  ficou uma e também uma grande lição, a da obrigação de bem limpar as espingardas em casa, antes de sair à caça. Sim,  porque o real problema era a mola que deixa trabalhar a patilha de alimentação dos cartuchos, que estava suja de pólvora seca e empedernida, não estava oleada, por isso prendia no seu interior.

Na segunda metade, cedi imediatamente o meu lugar, ainda fui ao Monte trocar de espingarda e lá consegui caçar mais um par delas.

Almoçámos ao ar livre, no Monte, bom tinto da safra do JF, azeitonas novas bem temperadas, queijo manchego, pão alentejano e, entre outros acepipes, umas bifanas de cebolada de comer e chorar por mais.

Restou-me a lição e a quase certeza de tão cedo e muito provavelmente não conseguir outra vez, por sorteio,  aquele lugar nas próximas vezes que lá caçarmos.

Ao chegar a casa, deixei as 3 perdizes a "amaciar" durante 3 dias no frigorífico e só depois as depenei e arranjei, fazendo-as da maneira que mais aprecio: "À convento de Alcântara ". 

Desfrutando, com a família, que bem gostam.

Um abraço amigo.

 




sexta-feira, novembro 06, 2020

Por terras de Nuestros Hermanos.








 










 
 
 
 
 
 
 
24 Outubro 2020

 
Por terras de nuestros hermanos fomos gentilmente convidados para esta caçada, integrados em grupo que há muito anos caçam no país vizinho.

Com uma área de pouco mais de 500 hectares, o terreno é muito bonito para  a prática da caça à perdiz com cães de parar, quer em linha quer de salto, isolado, bastando saber como dar as voltas para conseguir alcançar perchas que se pretendem sejam sempre moderadas.
 
Este Couto, então, para a chamada Media Veda, caça de rolas e torcazes , é absolutamente fabuloso.

O Couto tem uma elevada densidade populacional de perdizes e lebres ( embora a estas esteja proibida a sua caça pelo Dono da Herdade ) fruto da gestão orientada para a caça, deixando, inclusive, sementeiras inteiras por colher, que lhes servem de abrigo para procriarem ao abrigo e protecção dos predadores, bem como fornecimento de comida durante todo o ano.

As bravas perdizes, em muitos bandos de 7, 8 ou mais, dão-nos que fazer pelas barbas, mas a oreografia da herdade permite belíssimos lances , quer no que respeita ao tiro em si quer no trabalho dos cães, constituindo uma autêntica escola onde se pode examinar a capacidade e sagacidade dos perdigueiros.

Os pastos altos, os pequenos matos ( matorrales como lá lhe chamam ) e o terreno algo ondulado, constituem um pequeno paraíso para a caça destas aves. Os cobros feitos pelos cães são algo difíceis mas como o grupo de caça é relativamente reduzido e solidário, a entreajuda em não deixar aves feridas ou mortas é deveras assinalável.

No final, 6 espingardas cobraram 30 perdizes, contribuindo para a satisfação do guarda, que assim vai gerindo os efectivos e permitindo mais jornadas pela frente.

De reter que, contrariamente à desaparecida tradição do que outrora foi praticado em Portugal, o guarda, no final, destripa todas as aves capturadas. É tradição em Espanha, pena que por cá tudo se faça para que essas referencias e tradições caminhem lentamente para o seu desaparecimento.

Um abraço e até breve.


sexta-feira, outubro 09, 2020

Bom ano de criação de perdizes = Abertura Geral em cheio!!

 












Abertura Geral - Baixo Alentejo


Grande dia de Caça !

Companheiros de 4 patas: Jeep e Kali, ambos raça braco alemão.

Na estreia da minha nova companheira de 4 patas, prestes a completar 6 meses , foi, pela primeira vez, à caça, e logo da perdiz vermelha. Assim, levei comigo o meu braco alemão, o Jeep, destinado à "segunda parte", sendo que a cachorra, a "Kali", faria as primeiras duas horas de trabalho, pela fresquinha.


Segundo informação do dono da herdade, já sabíamos que as criações de perdiz nesta zona tinham sido fora do normal, muito melhores que na época anterior , pois, para além do maior número de bandos existentes, o número de efectivos em cada bando era francamente generoso.


Com isto a ansiedade imperava ainda mais e, no caminho para a parte da herdade que iríamos caçar, reinava como é habitual a boa disposição no nosso grupo de 8 caçadores, misturada e notada também com algum nervoso miudinho. Da minha parte algum receio com a Kali pois, sem qualquer tipo de treino, inclusive de tiro, não gostaria mesmo nada de a ver a esconder-se ou a correr desalmadamente pelo campo e aborrecer os restantes confrades num dia tão importante como este. Nas semanas anteriores em minha casa, algum treino de trela e cobro e respondia de vez em quando ao apito mas, num dia como este de tiros, gritos e ladras, receava que a cadelita ganhasse medo e perdesse o seu próprio controle. Foi por isso uma grande aventura e risco da minha parte.


O primeiro erro da volta foi começar com o vento ( mais uma brisa forte ) pelas costas. Enervante ver os bandos de perdizes a levantar fora de tiro e os cães sem poderem caçar de ventas ao ar e, por isso, a esticarem-se mais. Poucos tiros, quase nenhuns abates e muita perdiz fugida. Resolvemos por isso alterar a estratégia e, na carrinha 4x4, fomos todos, alguns kms mais à frente fazer a volta inversa, desta feita contra o vento.


Ora, aqui e agora, foi tudo mesmo muito diferente. As perdizes começaram a dar tiro e a atravessar a linha proporcionando alguns abates verdadeiramente espectaculares. Alguns bandos, de 9, 10 ou mais aves, conseguiram escapar completamente ilesas, sem tiro. Finas. Não faz mal que ficam lá, não fogem e voltaremos o mais breve possível para lhes dar caça.


Quanto à Kali, braco alemão de pelo liso, filha de Voss deAlmansur  e da Lança das Meiguices, foi uma autêntica surpresa. Não revelou nenhum medo aos tiros, caçou sempre perto de mim ( surpreendente) em zig-zag como mandam as regras e sem que ninguém a tivesse ensinado, tomava ventos sempre de cabeça levantada e não se fazia rogada em meter o ( belíssimo) nariz no chão sempre que sentia o rasto das perdizes. A cauda constantemente a abanar revelava grande satisfação da sua parte. À primeira perdiz abatida tive a grande sorte da cadelita a ter visto logo a tombar 30 ou 40 metros lá para a frente no meio dos pastos altos, esqueceu o estrondo do tiro e desatou a correr direita à ave abatida. No local, a perdiz ainda desatou a fugir o que ajudou mais pois a cachorra em grande frenesim correu atrás dela até a conseguir capturar. O PL gritava-me animado, "está feita, já não é preciso mais, já ganhou vício"  Deixei-a saborear e mordiscar a ave ali por alguns bons momentos e depois comecei a chamá-la. Que alegria vê-la tomar a perdiz na boca e vir trazê-la ao dono. Boca doce, tudo perfeito. Seria bom se assim sempre continuar. Após 3 ou 4 lances similares de tiro e cobro, já estava com 2 horas de caça e, extenuada,  a última perdiz cobrada, não o esquecerei, trouxe-a na boca e quando chegou ao pé de mim, deitou-se no chão de lado mas não largou a perdiz da boca. Altura de de trocar de montada e fui buscar o Jeep que continuou por mais 3 horas comigo.


Uma manhã perfeita de caça, não fora um lamentável episódio de briga entre dois cães machos, durante o habitual taco matinal. O dono, irreflectidamente,  foi tentar separar os animais com as mãos e sofreu duas ou trés dentadas numa das mãos, tendo sido suturado com diversos pontos do Centro de Saúde mais próximo e ministrado antibiótico adequado. As rápidas melhoras para o P. 

 

Em caso de briga nunca tentar separar 2 cães com as mãos. Existe este risco pois os animais estão tresloucados e não reparam onde mordem, querem é morder.


Um abraço amigo e continuemos, todos, com saúde, as nossas jornadas.







domingo, setembro 27, 2020

Aos Patos, a sorte grande em Beja

 

 
Aspecto geral do açude
 

 
 
 Trindade, Beja, em 17/09/2020


A caçada havia sido cancelada neste dia por desistência de alguns caçadores, atendendo ao mau tempo que estava previsto

De surpreender,  pois é sabido que muitas vezes as melhores caçadas aos patos são feitas com tempo adverso.

Pela anterior desistência e por entrada de novos confrades, fiquei impedido de levar comigo um familiar que previamente tinha convidado. Ainda assim, não deixei fugir a oportunidade, pois outras haverá.

Às 17 horas encontrávamo-nos,  entre trovoada e raios a cair ao longe, na rotunda de Beja com meu antigo conhecido e local amigo e organizador da mesma, o L.F., pelo que a caçada revestia-se, desde logo, para mim, de seriedade e expectativa.

A caminho da Trindade, na rota para Mértola, entramos em Herdade já minha conhecida e , no caminho, com bandos de perdizes em fuga e que mais tarde lá irei acertar contas com elas, com ligeireza, foi feito o sorteio dos 3 açudes que iam ser caçados. 

Calhou-me em sorte ( e que sorte) o açude com aspecto de acordo com vídeo acima.

Neste açude fiquei eu e um outro confrade, pelo que, caso entrassem,  adivinha alguma dificuldade em segurar os patos só com duas armas.

Às 18h30, bem escondidos e camuflados nas "atabuas", armei a minha benelli crio,  com 3 Bornaghi CH6, chumbo 5.

O primeiro pato, um belo real, entrou isolado, logo alguns minutos depois, aterrando a 5 ou 6 metros à minha frente. Ergui-me de espingarda aperrada, o pato levantou, poderoso, apontei e , quando já o dava como "certo", tinha a espingarda ainda na segurança. De tal forma carreguei no gatilho que me desequilibrei e ia caindo para dentro de água. Maçarico, pensei furioso, ainda tentei destravar mas o pato já ia bastante largo.

Começa mal isto, pensei. Escondi-me de novo, coração aos saltos.

O vento soprava moderado de sul pelo que os patos, a entrarem, sabia que seria sempre pela zona mais desprotegida do açude, pela "praia",  conforme se pode ver no pequeno filme.

Surpreendido, ainda bem dia, oiço o sibilar de muitas asas por cima de mim. Quieto, aguardei e só mexendo os olhos vejo de um bando de uns 10 ou 12 a irem dar a volta e tomar o vento pelos bicos.

Deixei aterrar alguns, para permitir ao outro Senhor o tiro, levantei-me e outros em voo, consegui um doble do ar, cai um dentro de água, cai outro já na margem. Perfeito. Virão mais?

Não querendo ser extenso vieram mesmo, e com fartura. Até uma hora após o por do sol , foi um fartar vilanagem de tiros e patos a entrar. Aos poucos íam caindo, mais um doble no ar, tiros espectaculares de outros que, já em fuga, iam cair para trás do talude do açude. 

Peripécias diversas, lanterna led na cabeça e fomos cobrar alguns.

No total, 16 patos cobrados, 12 à minha conta. Estive bem, seguro, certeiro, Sto Huberto esteve comigo, pois, dos 3 açudes ( e os outros 2 estavam previstos como melhores que este ) o nosso foi, de longe o mais visitado.

Bela jornada, a recordar e a revisitar.




 

domingo, setembro 13, 2020

Aos Patos, em Mértola

 





 
 
 
04-09-2020 
Zona de Caça em Alcaria Ruiva - Mértola


O meu amigo S. tinha-me falado neste açude, que o Guarda lhe tinha dito que havia uns bons patos a ir todos os dias lá dormir pela calada da noite, que merecia a pena marcar presença com uma caçada, para tentar derrubar alguns.

Com o "bichinho" a morder saímos de Lisboa com 34 graus, pelas 15h00 , com hora marcada às 17h30, para o encontro com o Guarda,  Sr F.,  à entrada do Monte da Reserva.

Prometido para o final da jornada e para o jantar lá no Monte estavam duas galinhas caseiras, feitas de tomatada, em tacho, com batata frita cortada à mão, e arroz branco, com vinho tinto da região. Só isto já quase merecia a pena a viagem.

Colocados no açude, no meio das atabuas, aguardámos, com ansiedade, os ditos "adens".
 
Já não se via o sol e ainda não tinha visto nada de caçável. Alguns minutos depois, dois tiros à minha direita, olho, e esteiro pela frente um bando de reais, 10 ou 12, a entrarem à água  em grande velocidade. Quase que me assustei. Lindo.
Agachado, vejo dois que se entrecruzam com o tradicional CUÁA...CUÁ_CUÁ de pânico. Precipito-mo e faço fogo. O primeiro cai com estrondo dentro de água. O segundo assustado, sobe quase na vertical. Tento a carambola mas erro-o muito por trás.

O tiroteio prossegue, apercebo.me que há quem atire larguíssimo, pior para eles.

Mais uns largos minutos de espera. Aí vêm mais,  direitos à água, parecem F16 a descer. Dois poisam na água. O meu coração bate mais forte e...gatilhada. Ficam 2. Levantam outros 3 ou 4 e passam pela minha direita. Estava inspirado nesta noite. Corro-lhes a mão e disparo, cai um, seco, na margem, já fora de água. Com o terceiro tiro, "zás", começou logo a descer atingido numa asa. Salto do lugar e corro na direcção onde o vi cair, procuro a uns cinquenta metros, espero ali um pouco que se mexa, e ei-lo a correr atrapalhadamente entre a vegetação rasteira à volta do açude. Apanho-o, rápido. É lindo, mesmo, pescoço verde azulado, com um colar branco, as asas cinzentas, brancas e pretas, aliás como o resto do corpo fazem contrastar ainda mais o espelho azulado. Tenho uma pena enorme de o matar mas não queria que sofresse mais.

No final, entre mais 2 ou 3 cobrados, uma dúzia entre mim e o S. 

As galinhas de tomatada, essas, estavam simplesmente divinais, que sabor de carne,  e a simpatia do guarda e sua esposa são por demais. O vento suão, com temperaturas ainda imagino na ordem dos 30 graus, entrava pela modesta casa de janelas e portas todas abertas. Belo jantar.

Arrumada a tralha, regressámos a  casa onde cheguei por volta das 2 da manhã, cansado mas satisfeitíssimo . Tudo correu bem e há que aguardar, agora, por nova (boa) oportunidade.

Um abraço amigo.

 
 

quarta-feira, setembro 02, 2020

A Porta 9





 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jornada de 29 Agosto

 

No calendário destas caçadas às rolas e torcazes, eu estaria , no período da manhã, entre outras, numa das melhores portas desta Herdade, a já muito falada Porta 9. 

Mais 2 ou 3 Portas são consideradas ainda melhores do que esta, mas esta, a 9,  é sempre muito ambicionada.

É uma Porta localizada num local privilegiado, algo elevado, e que abrange a entrada dos torcazes pela zona mais baixa do vale ( primeira foto acima )  e entrada, pelas costas do abrigo, das "africanas". 

Assim, tiros relativamente menos difíceis aos torcazes e muito mais tortuosos às rolas,  a necessitar de muitos golpes de rins.

Boas pernas também são necessárias para cobrar a caça abatida dado que, amiúde,  é necessário descer muito lá abaixo, procurar a caça e com ela regressar à porta. Bom exercício físico para uma manhã de muito calor.

Tanto nos pombos como nas rolas, a caça entrou, de uma forma geral, generosamente, quer isolada, quer em grupos de 3 ou 4,  quer em bandos e,  tanto nos pombos como nas rolas, esta forma de entrar aconteceu, obrigando a estar sempre a municiar as caçadeiras.

No final , no patio do Monte, um quadro de caça muito bonito, que escuso de mostrar mas que satisfez todos os 10 caçadores de rostos bem satisfeitos com o número e dificuldade dos tiros, alguns de rara beleza e eficácia.

Um abraço amigo.


 

 

segunda-feira, agosto 24, 2020

Caça de Verão

 

 













 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  22/23 Agosto 2020

 

Um esplenderoso amanhecer que, com muita ansiedade à mistura,  fazia antever uma belíssima jornada de caça às rolas e aos pombos torcazes.

Cevadouros extensos e bem tratados,  observados ao longo de semanas a fio, por quem os mandou fazer e por quem, sobretudo, os foi tratando dia a dia, presentearam-nos nestes dois dias ,generosamente, com muitas,  mas muitas centenas de disparos.

Um grupo de Confrades bem dispostos e muito habituados a estas lides, a quem com muito gosto nos juntámos este ano.

Mais pombos e menos rolas nas nossas expectativas, mas, com estes resultados, e com a satisfação de podermos caçar mais vezes, vamos,  seguramente,  realizar com sucesso novas caçadas ainda durante Agosto e próximo mês de Setembro.

Um abraço amigo.





domingo, maio 03, 2020

Bom ano de tordos.



























 Época de tordos em 2020


Como é do conhecimento de todos nós caçadores, que temos verdadeira paixão pela caça desta linda espécie, na época transacta, ao contrário de muitas outras anteriores, que foram paupérrimas,  desta vez a visita dos tordos foi muito generosa para o nosso país

De norte a sul de Portugal estas migradoras espalharam-se, este ano, gradualmente e em boas quantidades, fugindo  uma vez mais do clima gélido dos países nórdicos do continente europeu, em busca de comida, voando, assim,  para as nossas terras do sul da Europa.

Por cá, os tordos buscam numa primeira fase refúgio nos matagais espessos dos montados, sendo então a sua alimentação constituída essencialmente à base de  pequenas lagartas, minhocas e larvas, que tanto apreciam. Com o tempo gradualmente a arrefecer e a ficar muito mais frio nas semanas seguintes estes invertebrados recolhem-se debaixo da terra para invernar e, então, não lhes resta outra solução senão voarem direito aos olivais procurando a tão saborosa azeitona lusitana.

Poderia talvez postar caçada a caçada mas, sabendo que tal iria tornar-se deveras fastidioso para quem lê estes relatos, optei por uma colagem de muitas ( não todas ) as caçadas que eu, o PL e o MS fizemos por terras alentejanas.

O meu novo BA,  JEEP, foi uma autênticas surpresa para mim, e revelou-se um extraordinário e obediente cão de cobro dos tordos ( nunca pensei) e acompanhou-me sempre na caça a esta espécie, sendo um companheirão super obediente que, nesta modalidade, só cobra à ordem.

O animal mantêm-se horas e horas a fio sentado por trás da "parrocha", junto aos meus pés, e já aprendeu muito em, por exemplo, quando ergo a espingarda  ao disparo, já ele está a olhar na mesma direcção, para o céu,  esperando ver cair o tordo. Quando cai e ele sai em cobro rápido, sabe-me  sempre muito bem ouvir os elogios dos confrades que se encontram nas portas vizinhas.

Espero que todos os caçadores a esta espécie se tenham divertido com as jornadas da época, e espero, também, que a nova época abra sem que este vírus continue a nos apoquentar ,  com saúde para todos e deixando.nos praticar o nosso desporto favorito.

Um abraço amigo






quinta-feira, janeiro 09, 2020

Uma bonita caçada de final de época.





















Trindade - Beja
Herdade da Mingorra
04-01-2020


Primeira vez que nesta herdade cacei, respondendo a amável convite de amigo caçador.

Dois mil hectares de terras de vinhas ( bons vinhos e bons espumantes aqui se produzem, já que tive a oportunidade de os provar ao almoço ) de olival e pousios, fazem destes terrenos , bem cuidados, o local ideal para desfrutar de uma bela caçada de final de época, à perdiz vermelha.

Com um dia de sol e temperatura magníficos,  e companheiros de linha bem entendidos nesta matérias de caçar à vermelha, a jornada foi sobejamente pródiga em lances que nos ficarão por muito tempo na memória, quer no que respeita aos tiros quer no que se refere aos nossos prodigiosos companheiros de 4 patas que tantas alegrias nos dão.

A caçada foi bastante longa ( almoçámos por volta das 16 horas )  , andámos seguramente muitos quilómetros de espingarda aperrada, mas, no final, certo que cansados, sentimos na alma o prazer imenso de ter a oportunidade de um dia muito muito bem passado.

Não me alongarei em detalhes de lances, somente refiro sem hesitações que foi um dos melhores dias de caça à perdiz, que tive até hoje, nos meus já quase 40 anos de caça.

Por isto se vê a sorte que tenho tido ao meu lado neste tempo todo.

Ponto!.

Um abraço amigo e até breve.