segunda-feira, dezembro 19, 2022

Caçada notável

 





















15-12-2022

Mértola


A herdade é na estrada do Pulo do Lobo, algures ali na zona norte de Mértola cujos terrenos acabam por ir confinar com as margens do Rio Guadiana.

Há longo tempo que o JF aguardava uma oportunidade para ali caçar à perdiz. Finalmente, conseguiu.

O entusiasmo no grupo era extenso neste dia, e,  às combinadas 08h00 estávamos religiosamente no Monte. 

Cumprimentos feitos  e apresentadas as pessoas, seguimos atrás dum 4x4 que nos guiou em marcha moderada até ao ponto de partida da jornada.

Ali, sempre em ambiente de boa disposição e pelo método do cartucho no boné, sortearam-se as posições na linha. De armas aperradas, bolsos e cartucheiras recheadas com cartuchos e   já com os perdigueiros pela frente, de raças diferentes, deu-se início à festa. 

Escusado será dizer que poucos minutos depois estávamos completamente encharcados até à  cintura pois entrámos por zonas de estevas quase da nossa altura e tinha chovido durante a noite. O objectivo, no entanto,  era empurrar as perdizes para outros terrenos mais abertos.

De quando em quando ouvíamos os perdigões a cantar dentro dos matagais, em zonas algo mais distantes. Alguns carreiros entre as estevas, feitos pelos tratores propositadamente para a caça, davam-me a chance de sair de vez em quando e ali esperar por algumas que pudessem fugir. Aproveitei um barranco descendente , que me pareceu querençudo e apropriado por onde elas tentassem escapar. 

Logo, cedo,  apareceu em fuga um bando de umas 7 ou 8, não sei, não tive tempo para as contar. Fiquei encantado com a beleza das perdizes, 3 tiros e todas a fugir para zonas fora de alcance. Que desilusão !! - "és pouco marteleiro és" , pensava para comigo, e na idade que já vem influenciando estas coisas do tiro.

Siga caçando!.

A primeira abatida foi para aí uma hora mais tarde. Sol já alto. Tiro certeiro, perdiz bem enrolada no ar e vai estatelar-se num barranco abaixo, a uns 30 ou 40 metros, dentro da densa vegetação. Chamei a Kali, desci com alguma dificuldade até lá, espingarda na mão esquerda e com a direita a agarrar-me onde podia, lá atirei uma pedra mais ou menos para a zona do tombo, para ajudar a cadela. O animal entrou lá para dentro e aqui só havia que esperar pois eu nunca conseguiria penetrar em tal sítio. Só ouvia o movimento lá dentro, o resfolegar da respiração da cadelita. Três ou quatro infindáveis minutos esperei, ansioso, podia estar ainda viva e fugir, mas não, algum tempo depois a braco sai de lá, gentil, com a perdiz na boca e vem trazer-me a perdiz à mão, como habitualmente, doce boca tem este animal. Uma fêmea. Depois de bem observada, penduro-a por dentro do cinto,  pelo pescoço, à espanhola,  e sigo caçando.

Não me quero alongar com outras descrições e lances que tive de capturas. Mas, a uma não cedo e relato mesmo porque quero mesmo mais tarde recordar. Perdiz a uns bons 30/40 metros, em voo fugido da linha,  a descer da direita para a minha esquerda onde, a umas dezenas de metros mais abaixo estava um açude repleto de água barrenta da lama das chuvas. Asas bem abertas e a grande velocidade, lá ia. Aponto bem , corro a benelli atrás dela, passo à frente e primo o gatilho. Tiro em cheio e a perdiz , enrolada por cima do açude, cai, com estrondo,  batendo numa rocha do outro lado. "Está seca" - logo pensei! . Desatei a correr,  eu e a cadela. Quando lá chego, atiro uma pedra para a outra margem e puxo pela cadela com ordem para ir ao cobro. Sem hesitar a Kali atira-se à água, atravessa a nado e, do outro lado, nada! Eu já não conseguia ver a perdiz. Como podia ser? Deixo-a trabalhar, a pensar como é que aquela perdiz, com o tiro que levou e depois de embater aparatosamente na pedra... não estava lá! Pouco tempo depois, a cadela desapareceu, rodeia a rocha, dá umas voltas,  e lá aparece, com a ave na boca, a olhar para mim, como que a querer dizer: "vês ? - está aqui!!  Aleluia, que grande alegria.

Para a trazer, cereja em cima do bolo, nem a molhou.  Foi a correr dar a volta ao açude e fielmente trouxe a perdiz ao seu dono.

Ao longo da jornada, que acabou já tarde, por volta das 14h30, outros e variados lances, meus e dos meus companheiros,  e muita perdiz se viu e por lá ficou.

Belíssima reserva de caça. "Resultado de muito trabalho que por aqui temos para cuidar delas ao longo do ano", dizia-nos o feitor ao almoço, na esplanada do "Repuxo" em Mértola.

Chegados a casa, já de noite, lembro-me de arrumar todo o material de caça, tratar de alimentar e alojar a kali e, depois do banho tomado, deitei-me em cima da cama e só dei por mim a acordar as cinco da manhã, com a mulher ao lado, a dormir profundamente.

A aplicação que uso no telemóvel para medir as distancias percorridas na caça, marcava os 17 km. Mas, fico sempre na dúvida se é em linha recta ou se conta com o subir e descer as encostas. 😏

Um abraço amigo



quinta-feira, dezembro 08, 2022

Nada mau !

 










Concelho de Moura

07-12-2022


Em dia de aviso meteorológico laranja para todo o Baixo Alentejo, devido ao temporal que se fez sentir e que ainda se previa agravar, arrisquei e fui mesmo !!

Já o meu Pai dizia: " O dia faz-se é à porta do patrão" !!

Nem uma pinga de chuva toda a manhã. Que sorte !

Só no regresso a chuva começou a fazer-se sentir,  caindo em bátegas constantes, impiedosas, provocando infelizmente as fortes inundações em Lisboa e outras localidades, já do conhecimento de todos.

A manhã, essa,  esteve escura, puxando pelo provérbio entre os caçadores de: " Nuvens escuras, tordos nas alturas" . 

E assim foi, tirando aqueles tordos matinais até as nove horas da manhã, que bem aproveitei, alguns quase pulverizados, foi o que se viu... " nas alturas!". 

De tordos esteve fraco em geral mas, para mim, foi dos tais (raros)  dias em que , cada tiro cada tordo. 

Ou por outra: Mais ou menos, não foi bem assim mas com uma noite bem dormida os canos alinharam bem e a coisa tornou-se mais fácil.

Um a um, acabei por compor o ramalhete, diverti-me, dei uns bons tiros, muitos e alguns bons, terminando, assim, nova jornada de tordos.

Agora, ou muito me engano, ou as fortes trovoadas desta noite de 07 de Dezembro devem ter feito muitos estragos entre os tordos. Mas, para o bem ou para o mal, espero que tenha sido o bem, e que venham mais tordos do norte e também dos países nórdicos.

Um abraço a todos.


terça-feira, novembro 08, 2022

Por terras inóspitas

 











30 OUT 2022

MÉRTOLA


Muito menos perdizes do que em anos anteriores.

A qualidade mantêm-se toda lá mas as criações ressentiram-se, foram pobres, a seca brutal não lhes perdoou,  e nem nós nem aquelas terras inóspitas as podemos inventar e criar.

Ainda assim, a luta que oferecem sempre justifica o nosso compromisso de lá irmos  defrontá-las, mesmo com o risco real de sair com uma "grade às costas".

Cada perdiz aqui capturada é religiosamente uma saborosa e bem suada vitória para o caçador, que a entende, que a conseguiu enganar, agora já muito raramente de salto, pela frente, que elas já levantam longe, mas sim na espreita da oportunidade, quando vêem de asas abertas fugindo dos outros companheiros da linha.

Já matreiras,  nesta altura da época são muitas as que escapam, revoando para trás, onde sabem não existir "portas" nem outros caçadores.

Nesta jornada tive a felicidade de conseguir um trio delas e a alegria de ter dois lances, dois tiros,  que registo e que certamente não esquecerei.

Um pleno de intenção, bem vincado, propositado, pois vi duas perdizes voarem encostas abaixo na minha direcção. Agachando-me, da minha direita para a minha esquerda consigo correr  a mão e, ao primeiro disparo, a ave enrola-se toda no ar e, com estrondo, vai cair numa vereda lá embaixo, envolta numa nuvem de pó ( a chuva por aqui teima em não cair com abundância ) a cerca de 70/80 metros.

A segunda,  que vinha acompanhando a outra,  foi o meu companheiro PL que a derrubou. Não vi o lance dele, mas quando os nossos cães iniciaram o cobro, a cadela que lhe pertence foi cobrar a minha e a minha braco descobriu a dele que também caíu bastantes metros mais abaixo, do meu lado esquerdo.

O outro lance, foi mais tarde,  também quase similar. Mas neste caso o tiro foi muito mais de instinto. Só ouvi o PL gritar " ao ar, ao ar", olhei para cima vejo um veloz vulto de perdiz já na vertical e só me lembro de para lá ter virado a arma, enquadrado em fracção de segundos, feito o tiro e , quase ( quase) que para meu espanto,  a perdiz morre imediatamente no ar e vai estatelar-se a uns bons 40 metros de mim, redonda, por baixo da seca rama duma azinheira brava. Mais uma nuvem de pó !!

A terceira acertei-lhe com uma bagada na cabeça.  Caiu dentro da folhagem de um barranco mas o FR, atual feitor da herdade, rapidamente a viu e resolveu o problema vindo entregar-me a ave, uma fêmea.

Ainda uma outra perdiz que a minha braco, a Kali, generosamente desalojou dentro duns arrifes e atirou-a , ofereceu-a , ao JF,  que com a sua habitual destreza colocou-a cá em baixo com dois tiros.

O Grupo juntou-se quase ao final da manhã, contando as peças e as peripécias. Depois de um breve taco com umas minis geladinhas e umas bifanas de cebolada no pão, esmeradamente mandadas fazer pelos nossos amigos do Norte e que sempre trazem, deu-me desta vez a fraqueza e, com o calor, acabei por "estoirar" na caçada por volta do meio-dia, pois as pernas já não conseguiam mais.

Com este belos troféus nas bagageiras, fomos finalmente degustar umas boas carnes grelhadas mesmo ali por cima do Guadiana, à sombrinha que fazia calor (!!) , terminando a jornada , como sói dizer-se : Em grande!!

Um abraço amigo.





segunda-feira, novembro 07, 2022

Uma bonita volta às Perdizes

 


















Mértola

28 OUT 2022


Por especial convite de um bom amigo, reservámos esta sexta-feira para irmos à zona de Mértola tentar dar conta de meia dúzia de perdizes, que sabíamos que as havia !

O dia esteve algo chuvoso e cinzento durante uma boa parte da manhã pelo que ao atravessarmos as zonas densas, cobertas de giestas,  acabámos por ficar com as roupas e botas tudo encharcado. Mas nós sabemos que isto faz parte da caça. 

Andar molhado e não ver perdizes e sem dar um tiro não é nada fácil para o caçador. 

Mas também tínhamos a confiança de termos bons cães para esta caça. Por onde entravam seria difícil deixarem caça para trás, até porque o tempo estava fresco e corria ligeira brisa, jogando a nosso favor.

E, bem dito bem certo, volvido algum tempo foi inevitável começarem a desalojar as perdizes. Uma mistura de perdizes adultas de repovoamento, de muito boa qualidade,  e outras nascidas no campo

Começaram a dar mão e, pouco a pouco, os cinturões foram-se compondo. Bons voos, bons tiros, bons cobros fizeram o tempo voar até às 13 horas, hora a que terminou a nossa caçada.

Os terrenos são lindíssimos de caçar, não exatamente como na foto acima, onde ficaram os carros, mas em terrenos mais dobrados, mais tapados de vegetação, onde chegamos ao alto dos cabeços e elas saltam mais abaixo, de meia encosta, asa aberta.

De realçar que, ali, sem os cães não teríamos feito nem metade da percha... se fizéssemos !

Gostaria de lá voltar ainda este ano. Vamos ver. 

Um abraço amigo.




quarta-feira, outubro 26, 2022

Aproveitando a (pouca) chuva num ano de seca extrema




 







22-10-2022

Mértola


Na véspera, durante o caminho de Lisboa para Mértola, choveu copiosamente o que nos alegrou imenso os corações pois cada vez mais temos consciência das sérias dificuldades dos agricultores em conseguir contornar nas suas actividades e rendimentos profissionais os efeitos da falta dela.

Também para a caça a chuva torna-se muito necessária. Os açudes de água começam lentamente a encher, os regatos e rios ganham nova vida, as poças de água proliferam por todo o campo e tudo isto ajuda,  e muito,  no equilíbrio e sustentação da biodiversidade dos sistemas .

Foi mais um dia de caça a sério para os nossos cães que tiveram de se empenhar nos barrancos de juncos e mato denso. Os perdigueiros são cães de pena mas, sendo os nossos Bracos, a sua grande polivalência permite utilizá-los nesta caça de pelo, ao coelho.

Neste dia estiveram particularmente bem, metendo-se e desbravando o mato molhado. Os coelhos, aqui, acoitam-se debaixo dos juncos, não é fácil descobri-los e desalojá-los, mas, como disse, os cães estiveram endiabrados e lá foram dando conta do recado, um a um.

Claro que, se tivéssemos ao dispor uma matilha de podengos a caçada seria bastante mais substancial, mas não é esse o propósito. O propósito passa por meter os cães  à caça brava, pois só assim aprendem as manhas e as dificuldades que esta aporta.

Recordo um coelho tocado, corrido e falhado que se foi foi meter nuns arrifes de estevas, certamente com buracos, tocas, pois é o que aqui não falta. Fomos lá, por descargo de consciência e a minha cadela deu com ele dentro de um buraco que passava por baixo de uma pedra de xisto. Da entra à saída, ou vice versa, não eram mais de 50/ 60 cm. O coelho estava lá, deitado, por vezes mexia-se e viamo-lo. Com um pedaço de giesta seca começamos a incomodá-lo lá dentro, por uma das entradas. Do lado oposto estavam: 3 cães !! com as narinas lá dentro e: dois homens !!  de cu para o ar à espera que ele saísse para o agarrar à mão. Por fim conseguiu sair mas deu-nos "uma rabeta" tal que fugiu-nos a todos nós e aos cães, ainda levou um tiro e foi embora. Este mereceu viver !!

Na véspera, ao cair da noite ainda tínhamos dado uma bicada aos patos e ficaram dois. Podiam ter ficado 7 ou 8 mas abstenho-me de comentar, pois a "marteleirice" foi em demasia 😉.

Um abraço amigo.






domingo, outubro 23, 2022

Em prospecção

 














Alentejo

Feriado 05 Outubro 2022


Uma prospecção em busca de novos bons locais para caçar à perdiz.

Negativo !!

Sem  História. Para esquecer.

Abraço amigo


segunda-feira, outubro 17, 2022

Nova brincadeira aos coelhos em Mértola

 











30-09-2022

Por terras de Mértola


Um belo de um divertimento este, de poder desfrutar de uma caçadita aos coelhos com os nossos bracos ( qualquer dia já não procuram as perdizes 😉 )

Como não podia deixar de ser, nesta altura da época, foram mais ou menos 3 horas a caçar pois o calor continua e a não permitir maiores veleidades.

Na caça ao coelho deparamo-nos invariavelmente sempre com lances deveras divertidos, pois o seu levante irrequieto, rápido e astuto, nunca permitem fuga e tiro iguais.

Com cães de coelhos em matilha é uma caça relativamente arriscada sendo sempre necessário muito cuidado no tiro e oportunidade do mesmo por forma a evitar acidentes. Os números serão certamente sempre mais expressivos mas, ao podermos caçá-los com os nossos cães de parar, torna-se uma jornada relativamente mais tranquila e, na minha opinião, com uma beleza própria e especial.

Algumas lebres foram avistadas mas, prometemos a nós próprios este ano, dado que continuam a ser poucas,  só proceder a disparo caso sejam paradas e/ou corridas pelos cães.

De resto, foi mais um dia muito engraçado, com bons tiros e emoção à mistura.

No café lá da vila mais próxima um branquinho da região mergulhado em gelo e umas bifanas de porco preto em pão alentejano dão sempre oportunidade a refrescar e conviver com  as gentes da região e comentar os lances vividos e oportunidades futuras

Agora teremos pela frente as perdizes. Nalgumas zonas onde caçamos, muito difíceis, mas na próxima jornada andaremos em "prospecção". 

Um abraço amigo




terça-feira, setembro 20, 2022

Coelhos em Setembro com cão de parar

 




















Mértola

17-09-2022


Porque tínhamos visto bastantes coelhos na nossa visita da semana anterior aos patos, aceitámos o desafio de lá voltar neste dia e tentar uma jornada de salto com os nossos bracos.

Na véspera ainda fomos esperar os patos mas, atirados na dita semana anterior, só nos visitaram meia dúzia deles, ainda assim estivemos de pontaria bem afinada e conseguimos cobrar 4, todos eles Reais!

Pelas 07h30 do dia seguinte, 17/09, e depois de tomarmos o pequeno almoço ( 2 taças de vinho branco geladinho, duas bifanas e 2 cafés- só na caça tal é possível) armámos espingardas, uma dúzia de cartuchos nos bolsos, cães à solta, e começámos a caçada.

O terreno por ali é de restolhos comidos quer pelo implacável sol destes longos meses de seca quer pelas ovelhas do pastoreio, mas, nos barrancos de estevas ásperas e já ressequidas , existem muitas tocas onde os coelhos se resguardam. São longas e longas filas de estevas, praticamente paralelas umas às outras, com muita rocha, pedra solta  e xisto.

A estratégia era a de ladear essas estevas,  e os bracos lá foram dando conta do recado, procuraram o melhor que podiam os coelhos que, acossados nas camas, fugiam velozmente direitos às tocas. Havia que aproveitar esses momentos! E aproveitámos,  e bem!!

Tiros muito bonitos aos coelhos em fuga, cambalhotas e rápidos cobros dos nossos cães. A dada altura, estávamos dentro de um autêntico frenesim ! Tiros diversos, quer nos restolhos quer dentro das estevas, estes bastante mais difíceis. Claro que, também alguns falhanços. Faz parte.

Os cães, esses, estiveram muito bem, ganharam vício aos orelhudos e já não havia palmo de terra que eles quisessem deixar para trás.

No entanto, pelas 09h30 o calor chegou, terrível e em força,  e os nossos companheiros já não aguentaram mais a pedalada. Já procuravam sombra onde a houvesse. Normal, sabíamos que isso ia acontecer, o sol de verão no Alentejo e sobretudo em Mértola, manda parar tudo e todos a partir de certa hora. 

No final ainda conseguimos uma dúzia de coelhos, feito que nos deixou encantados com a a caçada. Não esperávamos números tão generosos. Correu bem, mesmo muito bem.

Agora, há que aguardar pela abertura da caça à perdiz, a nossa rainha dos campos. As patas dos cães estão praticamente calejadas, acho que se encontram já bem preparados para esses dias de grande exigência.

Um abraço amigo!!


segunda-feira, setembro 12, 2022

Abertura aos Patos em terras de Mértola

 










MÉRTOLA

10-09-2022


Com  muita pena minha não conseguimos chegar a melhor foto da captura do que a acima, pois os faróis da viatura estavam-nos apontados e foi o que se conseguiu, até porque a caçada acabou já tarde e quem nos acompanhava, gente da região, justamente queria regressar a casa.

Uma abertura muito boa. 

Para o que temos visto por este Alentejo, açude ainda com muita água, bem tratada.  Às 18 horas ( com 36 graus a marcar no carro)  já lá estávamos, já os esperávamos.

Tinha-se entretanto levantado uma brisa, quase vento,  de sudoeste,  pelo que estrategicamente fomo-nos colocar nos pontos que nos pareceram melhores face à previsível "entrada e aterragem dos patos" , usualmente contra o vento.

Qual quê (?) , não ligaram nenhuma ao vento e entravam sempre do mesmo lado,  por cima do talude da represa!

Pequenos bandos de 4, 5, 6 patos de cada vez, como mandam as boas regras para uma boa caçada no final.

O PL, como se impõe nesta prática, bando que poisasse nas águas à sua frente, fazia barulho e só ao levante atirava, com alguns dobles conseguidos.

Muitos fugiam por alguns lados do açude onde não estávamos. Outros fugiam mas passavam-me por cima. 

Da minha parte estive em noite algo desinspirada, mas não me aborreci grande coisa pois, muito em breve, teremos ali uma segunda oportunidade e o açude é extremamente "querençudo".

No final, já noite, claro,  uma das bracos esteve de serviço ao cobro dos que por lá ficaram a flutuar fora do alcance, no meio do açude.

Antes de dormir ainda fomos à aldeia mais próxima, comer umas bifanas e saciar a muita sede com 2 ou 3 imperiais, à conversa sobre os diversos problemas da caça, com alguns guardas de reservas da região.

Cedo nos retirámos pois no outro dia haveríamos de ir ainda dar uma volta às codornizes, noutro local, e regressar a Lisboa

Um abraço amigo.


sexta-feira, setembro 09, 2022

Codornizes 2022


 












4 de Setembro de 2022

Abertura em Safara.


Terra de codornizes, Safara sempre pairou no meu coração para caçar a estas lindas aves, que tanto trabalho e dores de cabeça dão aos nossos cães.

Saudosos foram os anos em que por aqui caçava com os meus cães pela frente. Com a maior das facilidades, numa manhã ornava o cinturão pendurando uma ou duas dezenas de codornizes!.

Os campos, esses, este ano, apesar de bastante cultivados, apresentam-se bastante desoladores, os restolhos estão rapados das esfomeadas ovelhas e,  às 09 da manhã,  já a terra começa a ferver com as altas temperaturas.

As nossas botas e pés disso são testemunhos, já para não falar do que é por demais evidente, das sofridas patas dos nossos ajudantes.

Estes nossos companheiros rapidamente vão-se ressentindo e cedo começam a ofegar, meio palmo de língua de fora, dificuldades extremas , olfacto cortado a muitos por cento.

Há que dar-lhes água constantemente para lhes garantir algum equilíbrio mental no trabalho e, sobretudo,  facilitar,  procurando nós próprios os reduzidos locais onde ainda suspeitamos de haver a possibilidade de um ou dois lances.

A minha braco, pouco experiente ainda com estas migradoras, não esteve mal. Fez o que lhe competia. Uma paragem, alguns levantes trabalhosos e cobros,  o que esteve ao seu alcance.

Dei-me como arrependido ? - Não, com certeza que não, nada mais bonito do que privar 3 ou 4 horas com os nossos cães , nos campos.

No final, fomos "à da Dona Mariana" degustar uns carapauzinhos fritos, acompanhados com arroz de cogumelos por ali apanhados ainda na altura das chuvas.

Queremos lá voltar, a uma outra zona, tentar nova chance.

Um abraço amigo!!



Abertura aos Torcazes em 2022

 









27-08-2022


Primeiro dia de caça ! 

A esperança ( e alguma ansiedade) são sempre elevadas nesta altura, mas, este ano, os pombos torcazes não compareceram como eu esperaria.

O que está na foto foi o que se conseguiu.

Valeu pelo dia em que afugentei do meu estado de alma todo o sacrifício de aguentar penosamente 6 meses de defeso e voltar às lides cinegéticas.

Num ano de seca extrema as expectativas pela criação da caça nos campos não são as mais elevadas.

Vamos ver como entra o inverno.

Um abraço amigo!!