terça-feira, setembro 21, 2021

Outra meia dúzia


 













Setembro 2021
Castro Verde



Tínhamos lá deixado escapar uns bons pares de codornizes na anterior jornada, razão pela qual se impunha um rápido retorno ao local.

Falados com o Dono da Herdade obtivemos o acordo e, três dias depois, aqui marcávamos presença, de novo.

Tinham entretanto caído umas boas bátegas de chuva um pouco por todo o país elevando, assim, as  nossas espectativas de uma boa caçada. Terrenos húmidos e mais água nos barrancos seriam sempre sinónimo de mais aves por ali.

Errado!!

Mesma hora, o guarda a aguardar por nós e lá fomos atrás da coluna de pó que o Jipe do dito levantava. A chuva tinha-se abatido em quantidade mas não suficiente. As terras rapidamente absorveram a água e voltámos ao cenário de secura anterior. Parecia-nos mentira.

Bom, ainda sem poder contar com a ajuda da minha lesionada cachorra braco, alternámos  a estratégia da caçada anterior e neste dia foi o PL pelas zonas mais altas da herdade. De referir que a zona da codorniz onde caçamos se restringe a 60 ou 70 hectares de restolhos ainda não tocados pelo gado, a herdade é claramente maior.

Da minha parte começa por se levantar uma lebre aos pés, linda, corrida pelo barranco acima, mas não estávamos autorizados ao abate, nem queremos, elas que se reproduzam em quantidade suficiente para mais tarde  podermos estar de consciência tranquila na sua caça.

Com a queda das trovoadas e chuvas, os rastos dos coelhos eram bastante  mais visíveis e muito mais frequentes. O Jeep, marrava-se com um dentro das giestas e obrigou-o a esgueirar-se barranco abaixo direito provavelmente às covas. Sem tiro, claro.

No que toca a codornizes, tivemos mais uma divertida manhã. O PL pelas alturas disparava mais, sabia-se, os cães também ajudam e muito e, pouco a pouco,  conseguiu a conta, as dez, ao cabo de não mais de 2 horas.

Da minha parte consegui um cupo de 6, belos tiros, bons cobros, diversão máxima. O Jeep, para minha satisfação,  vai apurando também a performance à medida que as vai caçando. Com calma, e sem grandes excitações do dono, não deixa para trás as abatidas e é exemplar, não me canso de o referir, no cobro com dente suave e dócil destas pequenas aves.

Com o calor a fazer prostrar os cães, demos por terminada a caçada e fomos à vilória mais próxima,  com poucas dezenas de habitantes, a um pequena venda ali existente, saciar-nos numa reduzida  esplanada de 3 mesas, com umas cervejas bem geladinhas e umas irrepreensíveis  bifanas quentinhas de porco preto em pão alentejano.

Um abraço amigo



sexta-feira, setembro 17, 2021

Simbiose perfeita

 




Setembro 2021
Castro Verde

A ansiedade era muito grande. 

Há um ano que não caçávamos à codorniz. As saudades destas jornadas vincam-nos sempre de uma forma muito forte.

Saímos de Lisboa aí pelas 04h15 e às 06h30 já estávamos no local que havia sido combinado. Connosco,  3 bracos alemães a viajar tranquilamente na caixa da Berlingo. A minha cachorra, com muita pena minha, ficou em casa, pois tinha iniciado o seu primeiro cio a 30 de Agosto, para mal dos meus pecados.

Ainda na penumbra do inicio do nascer do dia,  seguimos atrás do Jipe do Guarda para uns restolhos de trigo onde o gado não havia entrado. 

Largas tiras de restolho entremeadas com matos e arrifes próprios desta região. Um ou dois barrancos sendo  um com água de nascente e algumas poças bem afastadas por centenas de metros.

Coube-me a mim seguir com o Jeep  ( meu braco alemão) pelos locais mais elevados da herdade, o que talvez tenha sido a minha sorte pois os dias iam muito quentes e estas pequenas aves frequentavam sobretudo aqueles sítios onde passassem ligeiras brisas.

Primeira paragem do Jeep, passo rápido para junto dele e saltam um par delas.  Consigo o doble!!
Grande alegria. Belo cobro do Jeep que cobrou logo uma, de forma imaculada, como habitualmente. A outra, como a tinha visto cair no restolho, deixei-me de brincadeiras, marquei a pancada,  e fui lá pegar nela.

Penduradas as duas na pioleira, seguimos em frente.

Cá mais em baixo,  o PL também ia fazendo o gosto ao dedo, muito embora houvesse menos aves.  Tem este ano uma cachorra com ele que ( digo eu ) será um dia mais tarde o sonho de qualquer caçador de codornizes.

Umas paradas, outras levantadas à frente dos nossos pés caminhámos, uma a uma, para fazermos a conta das 10 cada um, durante cerca de 3 horas de caça.

Todavia, não se pense que a herdade estava infestada de codornizes. Longe disso. Tiveram que ser os cães, também, a trabalhar ( e muito ) nos restolhos, dentro dos arrifes e mais tarde dentro das valas.

O meu cão, cada vez que cobrava uma ( e não deixou lá nenhuma) sentava-se junto de mim  e pedia-me água, numa simbiose quase perfeita, pois sabe que quando o faz, é sempre a sua recompensa nestas jornadas tórridas de Setembro, razão pela qual levo sempre algumas garrafinhas no colete de caça.

No final, o desejo de lá regressar mas ainda assim alguma contenção,  pois não saltaram assim tantas como pretendíamos.

A lá voltar com um até breve.

Correu bem !!

Um abraço amigo