domingo, janeiro 27, 2013

Por nada deste mundo...




















27 de Janeiro de 2013
ZCT Herdade das Serras
Alqueva - Portel


A convite do meu amigo PM, Gestor desta Zona de Caça, fui fazer o último dia de caça à perdiz nesta Herdade.

Um treino a sério,  para manter a Inka em forma,  proporcionou-me uma extraordinária jornada de caça com esta minha nova companheira que não dou, não troco nem vendo por nada deste mundo, tal a afeição e admiração que consigo ter por este animal.

Cacei hoje sozinho, peço desculpa, cacei com ela às perdizes em dia que se previa de chuva intensa mas que, em toda a manhã, nem uma pinga me caiu em cima, embora, no bornal, à cautela,  levasse o impermeável. Não precisei e bem me arrrependi de o levar pois ao fim de algumas horas já vai incomodando. O PM foi no Jeep, com a mulher, à procura de cogumelos ( Ilarca?) .

À tarde , no regresso a casa, a chuva mais parecia um  dilúvio a fustigar as estradas e campos do Alentejo.  Santo Huberto, o Padroeiro dos caçadores, decididamente tem estado comigo.

O dia de hoje presenteou-me com uma lição importantíssima. A diferença gigantesca que é caçar com e sem cão.

Não me consigo imaginar, vou repetir, não me consigo imaginar,  a caçar sem cão, sozinho,  num dia destes, naqueles cabeços de montado, com semeaduras de inverno e arrifes de mato para conferir protecção à caça. Rapidamente, abriria a espingarda, retirava os cartuchos e voltava para o Monte.

Agora ir a elas com a Inka é claramente "outra dança".

Sempre que lhe apanha o rasto, a cadela baixa-se toda em "modo felino". A curta cauda transforma-se,  de repente, como se fosse um limpa pára-brisas a funcionar com temporal forte, e o ruído do nariz a aspirar os odores do chão, deixam-me imediatamente de arma bem cerrada nas mãos e em total estado de alerta. Mais cedo ou mais tarde eu sei que a INKA as vai levantar, pois esta cadela, para além de ter um nariz extraordinário tem uma paixão em seguir as pistas da caça que me deixam quase sempre de boca aberta e com a certeza de que, pelo menos,  as vou ver.

Começou assim e subiu um cabeço onde me faltou as pernas para a acompanhar. Só lhes ouvi o bater das asas do outro lado.Chamei-a e apliquei-lhe um corretivo com C grande.

Mais à frente , numa semeada verde, olho para o lado esquerdo à sua procura e vejo-a parada, num ponto mais elevado do que onde eu estava, a olhar para mim. Demorei a entender que a cadela estava a descer a ladeira e marrou-se com caça. Volto-me para ela, rápido e começo a subir muito devagarinho direitinho a ela .A Inka  dá dois passos mais abaixo e pára de novo. Entretanto vai olhando para mim. Faço um esforço para ver o que está no verde cereal, no solo molhado, entre os dois.
Mais um passo e endireito a espingarda mais a jeito. Volto a olhar para o chão e - finalmente - lá consigo ver a perdiz completamente amagada numa leira. Aí descomprimi. Já a tinha visto. Agora era só trabalhá-la com a cadela e conseguir um ou dois tiros bem sucedidos. Com um espaço de 10 metros entre nós, a perdiz salta em voo acelerado, para o lado direito, a tentar resguardar-se com os sobreiros.
Deixei-a endireitar, apontei com calma e bastou um só tiro a uns 30 metros. Quando caiu, já a INKA estava praticamente em cima dela.

Das 7 perdizes que cacei, todas elas foram cobradas pela INKA. 2 delas de asa. Uma caiu dentro de uma ribeira saiu do outro lado toda molhada e desatou a subir o montado. Podia tê-la rematado com um tiro. Não me preocupei e deixei a INKA trabalhar. Ainda esteve ali meia perdida mas controlei-me e deixei-a trabalhar sozinha. 3 ou 4 minutos depois estava a cobrar a perdiz a meio da encosta. Ajeita-as na boca e depois traz-me as aves à mão, intactas.

A outra que caíu de asa, se não fosse ela ia mesmo embora. Caiu ferida a uns bons 40/50 metros e desatou a correr a patas. Não fora a rapidez da INKA em ir ao tombo e abocanhá-la depois de algumas rabias e o resultado da caçada tinha ficado em 6 aves.

O dia, desagradável, frio e cinzento, transportava uma brisa forte, de sul, que fazia adivinhar chuva mais cedo ou mais tarde.

Caçando à minha frente, de chanfro sempre no ar ( tenho visto inúmeros pointers com muito piores performances neste aspecto) vejo a cadela a marrar,  com o nariz dirigido para o topo do cabeço. O vento vinha de lá, do outro lado e imediatamente soube que era caça. A paragem dela não me engana. Estaca e, nesse momento, o mundo é todo dela, completamente autista mas com um instinto predador altamente focado . Vou subindo o cabeço com alguma dificuldade e ela acompanha-me, lenta,em passadas curtas e sempre a parar, em guia prolongada. Espectacular. Quando consigo olhar um pouco para a linha superior do cabeço vejo 2 cabecinhas do outro lado a correrem desalmadas. Levantam em voo rápido e desferi 2 tiros só por descargo de consciencia pois sabia que não as atingia tal a distancia. Mas a INKA merecia saber que as levantou e que levaram gatilho do dono.

Das 7 abatidas , 3 foram paradas pela cadelita ( pois é, ainda só tem 8 meses ) e todas elas cobradas e trazidas à minha mão.


Pelas 13 horas encontrámo-nos no Monte, arrumámos a tralha e fomos almoçar ao Luís da Amieira, umas migas de espargos selvagens, acompanhadas de umas plumas grelhadas.

O regresso a Lisboa foi quase todo feito debaixo de forte chuvada.

Agradeço ao PM a oportunidade que me deu e um muito especial agradecimento ao António ( ele sabe quem é) responsável por esta cadelinha ter vindo parar às minhas mãos.

Um dia, lá para o 2º ou 3º cio,  vou-lhe tirar uma barriga. A dificuldade vai ser... encontrar um "parceiro à altura".

Abraço amigo













Nova jornada de tordos em Serpa












 















Tordos em Serpa
26 de Janeiro 2013

A boa disposição imperou na véspera ao jantar.

As expectativas de caçar em Santa Iria são sempre elevadas.

No entanto os tordos falharam neste sábado.

A melhor das 16 portas  foi a 7 ( precisamente a minha ) com cobro de 32 pássaros.

Descobri um cartucho fenomenal.

Abraço amigo



segunda-feira, janeiro 21, 2013

Depois da Tempestade... a Tordada !!...


















20/01/2013

Tordos na Serra da Adiça
Clube de Caça Serra da Adiça

Por ali , por aquele cantinho da Serra , muito tordo entra para ir aos olivais comer azeitona.

Esta é, sem dúvida, uma das minhas zonas predilectas para caçar ao tordo.

Portas colocadas criteriosamente em locais onde se vê o tordo a "entrar" , onde nos baixamos nos aguardos, joelhos ligeiramente dobrados, agachados, de arma aperrada nas mãos, ansiosamente  à espera que eles entrem, e onde nos levantamos quando estão praticamente por cima de nós.

Para a esquerda, para a direita, por cima ( tiro del rey ), de frente - a tapar o pássaro,  é assim que se deve caçar o tordo, que nesta altura já anda desconfiadíssimo.

No sábado 19, por questões profissionais, fiquei em casa e fiquei bem,  a acabar um trabalho que tinha em mãos. Quem foi, teve muito azar com o temporal que fustigou todo o País, de Norte a Sul.

No domingo veio a bonança e aqui, neste cantinho da Serra da Adiça , os tordos entraram com fartura.

Gente simpática, respeitosa, com média de idades já na ordem dos 50 anos, não se deixam ficar atrás dos mais novos e "gatilham"  bons molhos de tordos , conseguidos quase todas as semanas.

16 portas para 4 frentes de Couto de 1.200 Ha é um luxo nos dias de hoje.

Ao almoço, uma saudável caldeirada de bacalhau com todos, comida na sede do Clube de Caça, foi a cereja em cima do bolo.

Até domingo.

Abraço




sábado, janeiro 12, 2013

Assim já estamos melhor... !!

TORDOS NO SEU MELHOR





















12/01 /2013

Boa Caçada aos Tordos em Serpa - Santa Iria

Um dia regular, com bons aproveitamentos nalgumas portas, atingindo os limites da Lei.

Notou-se uma diminuição geral do nº de tordos pelo que outras portas , menos afortunadas, não obtiveram resultados tão fartos.

Os tordos começam a estar já em verdadeiro  "estado de alerta". São necessários, boa cobertura,  escolha acertada de local estratégico no perímetro da porta que nos calha e alta concentração em meia dúzia de horas de caça.

Nesta herdade, especialmente vocacionada para a espécie, os tordos aparecem de todas as frentes pelo que há que manter a calma e não deixar subir demasiado a adrenalina sob pena de começar a falhar "a torto e a direito".

Um abraço amigo





segunda-feira, janeiro 07, 2013

Última de Perdiz ?...




 



06/01/2013
Agora mais para baixo,  , a 10 Km a sul de Mértola.
Dia de nevoeiro que só levantou pelas 11 horas, retardando ao máximo a caçada.
As perdizes, ásperas, já não "dâo gatilho".
9 espingardas, entre elas 3 portas, tudo boa gente, conseguiram 23 bicos.
Só numa porta foram abatidas 9, quase 50% do resultado final.
Por aqui se vê que quem caçou de salto,  andou ... a "penar".
Só lhes ouvíamos as asas...
Fica uma cheirinho de video para aquelas que ficam no campo e para o que a próxima época nos pode reservar de bom.
Um abraço amigo.

Os tordos andam "escaldados"...





















05/01/2013
Santa Iria - Serpa
Centenas de tordos no ar.
Muito altos. Pousavam somente lá no meio do olival.
A porta também não ajudou. O 13 sempre dá azar...para quem é supersticioso.
Algumas portas foram autênticos "portões".
Abraço amigo