terça-feira, janeiro 14, 2014

Patos em Beja II e Perdizes em Mértola II

04h30 da madrugada. Mata-bicho em Beja.

Cupo da caçada: 5 patos

Ao almoço, na Adega 25 de Abril em Beja. Restaurante a não perder de vista.

No final do dia já em Mértola. A Inka descansa no quarto.




















































11 de Janeiro 2014

Como tínhamos ficado fãs do fim-de-semana de 7 e 8 de Dezembro ( ver história atrás) resolvemos "repetir a dose" e fazer mais uma de espera aos patos na Herdade dos Namorados em Beja e, no dia seguinte,  caçar de salto à perdiz agreste de Mértola.

Às 04h30 da madrugada, nem em Beja ( nem em lado nenhum), se pode esperar ter algo aberto para tomar o pequeno almoço.

Assim, como tínhamos jantado na véspera, na "Ilha do Peixe", a mulher do Gonçalo, que nos acompanhou no jantar ( valham-nos sempre as mulheres que muitas vezes estes pormenores nos falham) resolveu fazer-nos umas sandes e juntar uns pacotes de leite com chocolate, para comermos qualquer coisa àquela hora.

Como não tínhamos mesa, o capot do Corsa serviu perfeitamente e, caros amigos, só no excelente Alentejo é que se tem o privilégio de se poder deixar o carro no meio da via pública, tomar o pequeno almoço enquanto se conversa, arrumar as coisas e ir embora e não aparecer, entretanto, nenhum outro veículo que dali nos obrigasse a sair.

Depois de "rematarmos" com um café amargo, em copo de plástico,  na Bomba da BP, lá nos dirigimos para o Monte da Herdade dos Namorados, ali perto da base aérea.

A expectativa era elevada atendendo aos resultados da caçada anterior, mas as contagens finais, no geral,  foram um pouco mais fracas, dado que os patos falharam o regresso às barragens naquela manhã.

Ainda assim penso que se cobraram cerca de 90 patos. O gestor, amigo Luis F., estava algo desiludido mas, caro amigo Luís, a caça é mesmo assim. Uns dias é do caçador outros dias é da caça.

Por mim, atendendo à seriedade e simpatia dos organizadores, continuarei a ser "Cliente".

Caçada de 5 patos e 4 cobrados é mais do que suficiente. Para quê mais ?

Ao almoço, fomos ao Restaurante-adega 25 de Abril, em Beja, e, não só comemos muito bem, como também estivemos em óptima companhia, com 2 companheiros que nos patos caçaram connosco.

Como se pode ver na foto acima juventude não faltou, o que é sempre uma satisfação para quem anda nestas lides e verifica que continuam a haver "seguidores" deste tão nobre desporto.

Terminadas as sobremesas e bebidos os cafés, despedimo-nos, com amizade, e o Gonçalo S. guiou as nossas viaturas até às rotundas de saída de Beja  .

Esta foi a melhor parte do dia ( não foi Luís?) , conduzimos rápida e atrevidamente para o couto em Mértola onde o Gestor Fernando P. nos ofereceu a oportunidade de ainda dar uma voltinha de 1 hora, com os cães, até ao por-do-sol.

Àquela hora já se ouviam as perdizes a cantar nos cabeços e, cedo, a Inka começou a dar-me sinais de perdizes.

Com o Luís pela minha esquerda ainda consegui pendurar um perdigão com 2 esporões, e o Luís mais um par de aves até ao anoitecer.

Depois de um reconfortante duche, seguimos de carro para Mértola e fomos jantar.

O dia seguinte, seria o cartaz principal do fim de semana.



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Processo DGF 1532
ZCT Giões - Alcoutim

Organiza-se primeiro uma linha de caça pelo lado direito

Terminada a direita, altura de se organizar a que caçaria no lado esquerdo.

Discussão de pormenores de última hora, verificação de cartuchos etc

Já na fase final da jornada. O autor, com a Inka, e o seu cupo de perdizes.
Ao fundo, a Ribeira do Vascão.

Quadro de caça: 9 companheiros/ 48 perdizes















 12 de Janeiro


Zona de caça integrada na Organização Moinho do Monte Novo, que abarca cerca de 5.000 hectares de zona caçável.

Às 07h25 da manhã acordei com o barulho do Luís M. no corredor do Monte.

Dei um salto da cama, olhei para o telemóvel e reparei que não tinha posto o despertador.

Abri rapidamente os cortinados, estava um nevoeiro q.b. mas apercebi-me que o resto da rapaziada ainda não tinha chegado. Melhor assim. Aliás, a chegada deles ao Monte estava prevista para as 08h00. Eu e o Luís é que pernoitámos lá na véspera, depois de termos ido a Mértola jantar no  "Repuxo", um bom cozido de grão e mandarmos abrir uma garrafa com "pomada" da Vidigueira, de beber e chorar por mais.

Como era dia de futebol, Estoril -  Sporting,  ainda fomos ao Monte Novo ver a 2ª parte do jogo, para grande pena do meu amigo Luís M., adepto do Sporting mas que, por ter empatado, viu o seu clube atrasar-se no comando deste campeonato 2013/2014.

Bom, em 3 ou 4 minutos já estava vestido a rigor para uma jornada de caça que se adivinhava muito dura e difícil, dados os terrenos onde íamos caçar. Vim cá abaixo ao carro prender a Inka no pátio do Monte e, como o jejum já doía,  subimos os dois para irmos primeiro comer qualquer coisa, ainda antes dos nossos companheiros chegarem.

Um bom par de torradas com manteiga e com sumo de laranja, mataram o bicho e resolvemos, entretanto, aguardar por eles,  para tomarmos juntos o resto do pequeno almoço.
Não tardaram muito. Alguns minutos depois já estávamos todos sentados, em amena cavaqueira, a beber o café com leite, as boas fatias de presunto, fiambre e paio entre outros acepipes.

Por volta das 08h30 entrámos para os Jipes da Herdade, metemos os canitos em gaiolas de transporte apropriadas e fomos para a ponta sul da Zona de caça, a cerca de 10! quilómetros de distância.

Organizadas as 2 linhas de caça previstas para o dia ( o último de caça à perdiz esta época) começámos a avançar no terreno.

De referir que iniciámos a caçada por volta das 09h20 e, às 11 horas, cerca de 1 hora e meia depois, só tinha 1 perdiz pendurada (!).

Vimos muitas sim, mas sempre a escaparem ilesas, notáveis, em largos voos, pela nossa frente.

Só entre as 11 e as 14 horas é que a caçada, em geral, se começou a compor.

Os bandos, já com as perdizes  dispersadas com 2 ou 3 voos nas asas, começaram então a oferecer boas oportunidades. As aves, em pânico, aguentavam mais e saltavam das giestas a cacarejar, ora oferecendo tiro a quem as levantava ora dando chances a quem seguia na linha e via-as em altos voos cruzados.

Foi a altura dos tiros espectaculares,  40 ou 50 metros de altura, caíam fulminadas com belos disparos.

Outras ( muitas falhadas) seguiam já para outras paragens, para trás da linha,  o que significava que ficam por lá à espera que a Mãe Natureza as chame para procriarem e darem novos bandos que todos ansiamos sejam fartos e abundantes.

Os terrenos de caça ali são abundantes  e tratados exclusivamente para este desporto. Perdizes, lebres e coelhos (já se consegue ver alguns, poucos) encontram ali as condições ideais e necessárias para viverem.

Cabeços e barrancos pronunciados, com arrifes de estevas e outros tipos de mato, restolhos altos de trigo velho não colhido, obrigam a um esforço fora do comum para os caçadores e apelam à necessidade de se ter "bom pulmão" para vencer a batalha.

Por mim, por volta da 1 hora da tarde já eu ia ligando para o Gonçalo a dizer que "estava satisfeito" com a jornada ( não sei se era eu que dizia isso ou as minhas cansadas pernas...)

Terminada a caçada ( no total, 48 perdizes capturadas ) cerca das 14horas, era altura de regressar nas viaturas para o Monte, onde, como é hábito, nos aguardavam uns saborosos camarões cozidos,  um excelente guisado de borrego e, depois das sobremesas, aquelas filhoses regadas com mel, valha-me Deus! - rematadas com um belo café e um scotch oferecido pela casa.

Saímos directos para Lisboa ( o Luís M. ainda seguiu para a Régua ) , o Gonçalo ficou por Beja e eu cheguei a casa por volta das 21h30. Neste domingo, 12 de Janeiro de 2014, o Benfica tinha ganho o clássico ao FC Porto por 2-0 e isolava-se no comando do campeonato.

Até para a próxima época Moinho do Monte Novo. Grande dia de caça !!