domingo, dezembro 14, 2008

2008 -Último dia de Caça à Perdiz















14-12-2008
Um dia bastante chuvoso assinalou-nos o fim das caçadas à perdiz de salto e em linha na ZCA do Crespo.
O tempo não esteve para melhor e aproveitou-se também a melhor das únicas 3 fotos tiradas.
O B., à esquerda, esteve pela primeira vez connosco no Crespo. Apesar da chuva copiosa espero que tenhas gostado de ver as perdizes a passar na tua porta, por cima de ti, em quase perfeita sintonia e imitação de caças a jacto em miniatura. Espero que tenhas gostado da paleta de cores das penas vermelhas das perdizes e do amarelo torrado e branco neve das lebres e da inexcedível alegria dos perdigueiros no seu encalce. Espero que tenhas gostado, no fundo, também, claro, da nossa companhia.
Igualmente espero que tenhas apreciado o " Cozido de Grão à Alentejana" , o vinho verde tinto cor de amora trazido de Guimarães pelo Zé S., o queijo curado de cabra cortado às fatias finas pelo Francisco T.
Para rebater tamanhas iguarias, o mordiscar dos rábanos vermelhos pontiagudos que os proprietários por ali plantam ( ou semeiam?) para atrair o Javali a cevadouro e que levam à mesa para serem cortados e degustados com as mais bem afiadas e pequenas navalhas alentejanas.

Entra agora a época dos tordos, uma das caças que mais me diverte.
Espero que eles nos visitem este ano, pelo menos com a mesma abundância com que o fizeram o ano passado.
Grandes cinturões para quê? O importante, o mais importante destas jornadas de caça é a saída ao campo, a comunhão pouco frequente que o ser humano tem hoje com a natureza, a satisfação plena de uma manhã de caça bem conseguida, um bom almoço reconfortante com bons amigos e um regresso nostálgico mas feliz a pensar já na caçada do domingo seguinte.
Um abraço de amizade!
Sérgio Vieira
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segunda-feira, dezembro 08, 2008

As Perdizes do Crespo











































Foto I - Sempre considerei as Perdizes do Crespo como aves de caça com dimensão e peso pouco comparáveis a muitas zonas do País.
Esta é muito provavelmente uma consideração polémica e, por isso, concerteza bastante discutível. Haverá muitas regiões onde a perdiz, sendo brava, terá o mesmo tamanho e peso das nossas.
No entanto, resolvi tirar esta foto, onde melhor se pode observar o seu real tamanho quando "à escala" com as traseiras da carrinha.
Foto II - No final da 1ª volta o regozijo, a satisfação estampadas na cara do caçador, com a companhia do seu companheiro de 4 patas.
FotoIII - Partindo para uma 2º volta de caça à perdiz.
Como dizem os sportinguistas ? - "só eu sei............ porque não fico em casa"
Abraço amigo





segunda-feira, novembro 24, 2008

Caçada aos coelhos e lebres


23-11-2008
Foto de cima:
a Yuka já em todo o seu esplendor dentro do ambiente a que ela verdadeiramente pertence, o mato, a caça, a Natureza.
Foto de baixo: o autor e o Zé S. no final de uma manhã muito bem disposta, entre muitos tiros certeiros e outros falhados, e ladras de cães.
O almoço, uma especialidade: na véspera matou-se um porco preto do montado, quase leitão, aí uns 30 Kg, foi todo cortado às tiras e grelhado ao almoço em carvão de madeira. Acompanhou com batata frita e salada de tomate e um tinto encorpado da Vidigueira. Uma delícia.
À tarde andámos pela Herdade com a Pick-up a "caçar"os bandos de perdizes com a câmara.
Lindas.
Local: ZCA da Vendinha, perto dos Vales de Mortos, à saída de Serpa e no caminho para Mértola.
Grande dia Zé !
Abraço amigo.

domingo, novembro 16, 2008

Programa Couto e Coutadas















Tal como disse num post anterior, a reportagem do Couto e Coutadas, no Crespo, vai ser emitido no próximo dia 30 de Novembro, Domingo, às 19h00.
Esperemos que tenha saído tudo bem e que este documentário intitulado "A perdiz vermelha" constitua um pequeno contributo para acrescentar um pouco mais sobre a divulgação da caça em Portugal.
Que os jovens constatem que os caçadores do nosso tempo , para além de amigos do ambiente, protegem e fomentam as espécies cinegéticas, mesmo que sendo para as caçar.
Que os caçadores do nosso tempo encaram a caça mais como um ritual domingueiro de boa disposição e prática de algum desporto, do que como uma arena onde se defrontam perdiz e caçador.
No final, desde que a caça seja controlada, como fazemos no Crespo, a perdiz sai sempre vencedora.
Abraço amigo
Sérgio Vieira

terça-feira, novembro 11, 2008

Peripécias ...


A minha cadela Yuka, no atrelado em cima à esquerda. Ao centro a Diana ( a irmã) e na direita o Dominó, pointer inglês macho.

Depois de 3 fins-de-semana sem poder caçar por estar no cio ( senão era ela que era caçada !) a Yuka saiu este fim-de-semana de 9/11 à caça.

Cobrou-me uma perdiz de forma irrepreensível e deixou-me uma lebre a meio caminho. Talvez por ser demasido pesada ( era enorme ) ? De resto a mesma ternura de cadela de sempre. Este animal é um doce.

A caçada ficou marcada por uma peripécia que acontece com todos. Conheço um certo Sr. ali de Serpa que costuma caçar comigo no Crespo, e que tem um pointer malhado de preto e branco que lhe costuma "dar bastante caça".

Na foto de baixo, o cão, mais uma vez, já pelo final da manhã, efectuou uma paragem linda de se ver, do lado esquerdo da vedação que ali se vê. Deitada no pasto ( ainda não sabíamos) estava uma lebre, certamente com os sentidos todos alerta à envolvente, mas que, mesmo assim, aguentou muito tempo e muito bem a paragem do cão, aí digamos que a uns 3/4 metros de distancia.

Três caçadores de armas aprontadas para o que desse e viesse e eis que a lebre arranca, deixou a cama, passa por debaixo ( ou através de) da cerca e foge direita ao terreno lavrado. Esperámos em vão que o dono fizesse as honras ao cão, mas de repente soubemos, pela boca do dono, que afinal tinha-se esquecido do cartucho atravessado na culatra que lá tinha posto momentos atrás por questões de segurança. E já vinha a caçar assim há cerca de 15 minutos... ! Atirem , atirem - gritava.

Truz, a lebre acabou por enrolar e ficar estendida no lavrado, com um belo de um tiro... mas dado pelo companheiro de cima, na foto. Valeu-lhe ( ao dono ) a sua Diana, BAF, que, pode-se verificar, cobrou a lebre, "sem espinhas". O cão, o pointer, é que parece que ficou zangado... de costas voltadas para o dono.

ehehehe ! Vai lá vai...

Um abraço amigo

quinta-feira, outubro 30, 2008

A Lajinha
































A Lajinha é um dos "cantos" das Herdades do Crespo onde mais desfrutei na caça de salto.

Terra farta de lebres e de perdizes fez-nos a vontade e nela caçámos num dia de brisa muito forte, extraordinário para o nariz dos perdigueiros, e que fazia prever algumas paragens à "patiroja".

Bem que nos enganámos. As perdizes, mesmo com vento não se deixaram "marrar" pelos perdigueiros.

Pelo menos 2 ou 3 voos tiveram de fazer até entrarem em pânico e começarem a voar para trás, entrando, então, ao tiro, dentro da linha, quase que de forma suicida.

Lá uma ou outra se deixou enganar e foi cobrada a salto, a 25 ou 30 metros das espingardas. O resto foi praticamente tudo de passagem, de asa bem aberta e a "200 à hora".

A grande maioria acabaram por se "esgueirar" por entre a linha, voltando aos seus terrenos de nascença, mas com os bandos praticamente incólumes.

No entanto, como existem em grande número, acabámos por praticamente atingir o nosso limite diário estabelecido, criando no final um generoso quadro de caça.

Provavelmente este ano já lá não voltamos, não sei, mas, se tal acontecer, que vai deixar saudades vai . Foi uma manhã de caça... "à antiga" !

Um abraço amigo
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segunda-feira, outubro 20, 2008

A equipe do Couto e Coutadas












































Foto de cima: à espera que a linha de caça à perdiz se componha
Foto do meio: a simpática equipe da Retina Azul, a empresa produtora
que elabora os conteúdos do Programa Couto e Coutadas, esteve gentilmente connosco
a realizar uma filmagem
sobre a forma como caçamos à perdiz nas nossas Herdades.
Logo que o Programa esteja pronto na RTP 2 , avisaremos a data aqui no Blog.
Foto de baixo: Foto de família, os sócios da Associação Caçadores do Crespo !

terça-feira, outubro 14, 2008

A Herdade de Pancas


Manhã muito bem passada a caçar de salto ...!

















Ao final da tarde, depois de cobrarmos mais
meia dúzia de coelhos, fomos esperar os patos.
Em baixo a pateira já com algumas negaças de plástico.

















No final de um dia muito bem passado.
Os resistentes!

















A Herdade de Pancas, a muito poucos Km de Lisboa.

Manhã: Coelhos, perdizes e lebres
Almoço: hum...bela caldeirada de borrego. A vinha ao lado era CataPereiro
Tarde: Nova volta aos coelhos para "desmoer" o borrego.
Tarde/noite: espera aos patos do Estuário do Tejo ( malandros não apareceram!)
Bons amigos. Obrigado Zé !

domingo, outubro 05, 2008

ABERTURA GERAL DA CAÇA !!















Mestre Américo, o ponta de lança do Plantel, oh perdão,
o ponta de linha do Grupo.Um dos melhores caçadores do Crespo
Boa percha de lebres e perdizes caçadas a salto.



















Isto vai ficando cada vez mais pequeno para tirar
boas fotografias ao "tableau". No final, muitas dezenas de perdizes ( autóctones!) e de lebres cobradas ,indiciam de novo um bom ano de caça menor.
Os terrenos estiveram ásperos e a meio da manhã, no meu Grupo, estávamos todos dominados pelo "chibato" à excepção do Tomé P.,já que os bandos de perdizes teimavam em correr a pés à frente da linha, levantando voo, largas, sem hipótese ao tiro.
Mercê de uma 2ª volta de regresso bem estudada e combinada e sobretudo muito bem caçada naqueles cabeços e barrancos, fomos entalando as perdizes e as lebres e quando chegámos aos carros de apoio, os números do nosso Grupo estavam feitos!. Grande eficácia.
Quanto à minha B.A. YUKA, com 6 mesinhos de idade , fiquei bastante satisfeito, não tanto por ter executado alguns feitos na caçada, mas sim por ter caçado sempre em zig-zag, a uma distancia de 20/25 metros, esteve muito obediente à chamada, aprendeu a passar muito bem os aramados ( o que é sempre uma grande vantagem ), demonstrou resistência elevada ao calor, cobrou-me uma perdiz e, se não fosse ela, ficava lá outra no meio das estevas.
O almoço, uma feijoada alentejana daquelas a "sério" , muito bem acompanhada com os tintos particulares do Francisco T. e do Zé S., exigiam bastante moderação pelo factor condução.

terça-feira, setembro 16, 2008

Coelhos em Serpa















O "mais novo" caça pela primeira vez aos coelhos !















No final de uma manhã bem divertida
ZCT Herd da Pantufa
Jornada em 13 Setembro 2008
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terça-feira, setembro 09, 2008

YUKA















...dando os primeiros passos... descobrindo o
mundo da caça...

Yuka com 6 meses.

7 Setembro 2008
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Esperando as Rolas















Admirando o espectáculo natural do amanhecer ...















A "roleira" do "mais novo" !

Serpa- 7 Setembro 2008

segunda-feira, agosto 25, 2008

No Crespo, às rolas, com o Miguel





























Ou a história de um bom dia de rolas...com poucas rolas.
Abraço amigo. Estória em breve.
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terça-feira, julho 15, 2008

terça-feira, julho 01, 2008

Abertura às rolas 2007















Agora que estamos prestes a iniciar uma nova época,
junto link para a história:
http://www.accrespo.com/index.php?option=com_content&task=view&id=65&Itemid=2





sexta-feira, maio 02, 2008

Caça à perdiz ( em calibre 20 )



Só para deixar um cheirinho daquilo que todos nós desejaríamos para a próxima época de caça em Portugal.

Abraço

quinta-feira, maio 01, 2008

Canil do Chança


Caros Amigos,

Para quem gosta de Teckels de pelo cerdoso, de grande qualidade, e, sobretudo, criados por um grande apaixonado e entendido nesta arte maravilhosa que são os cães para caçar, podem encontrar em baixo um link para aceder ao site do Canil do Chança, do meu amigo José Paulino, companheiro de caça e criador em Vila Verde de Ficalho / Serpa.

Pisteio de Veados e Javalis... é com ele ! Sigam os seus cães.

Abraço amigo

sábado, abril 26, 2008

Reforço do Plantel

















Época 2008-2009
Reforço do Plantel
"YUKA"
Braco Alemão Fêmea
2 meses
Abraço
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terça-feira, abril 01, 2008

No caminho do Lobo






















Após uma boa manhã de tordos e de reconfortados os estômagos com um opíparo almoço em Serpa, resolvemos descobrir o caminho do Pulo do Lobo a partir desta localidade.
Na zona do tribunal existe uma rotunda com uma placa a assinalar o trajecto.
A estrada é boa até uma certa altura em que passa a ser de macadam razão pela qual recomendo o tracção às 4 , isto se quizermos ir mesmo até ao fim.
O caminho e as vistas até lá são deslumbrantes e absolutamente magníficas ( a foto de cima é um pequeno rio que se atravessa no nosso caminho). Com toda a certeza avistarão bandos de perdizes, lebres e coelhos e um ou dois palanques podem ser avistados naquelas reservas mais querençudas para os javardos, de escarpas abruptas e matagais profundos e... longe, muito longe dos povoados.
Há por isso, razões para se fazer transportar uma boa câmara fotográfica, com umas boas lentes de zoom, pois pelo caminho, encontrará de certeza motivos da nossa fauna que lhe irão permitir alguns bons instantâneos.
O pulo do Lobo o que é ? No fundo trata-se de um estrangulamento do Rio Guadiana, que o obriga alguns metros mais à frente a cair em cascata e, com o passar dos anos, a acidez das águas escavou na rocha um trajecto estreito e sinuoso que o leva alguns kilómetros mais tarde a abrir de novo e ir desaguar a VR S António no Algarve.
A Lampreia e o sável são alguns dos peixes que sobem o rio, nas alturas próprias e, chegando ao Pulo do Lobo não podem subir mais, regressando para trás para, nas margens, efectuar as suas desovas.
Vale mesmo a pena visitar Serpa, almoçar convenientemente e de seguida efectuar este trajecto o qual é exactamente o oposto daquele que é mais habitual utilizar, através de Mértola.
O que indicamos é mesmo selvagem e encontramos o Alentejo na sua mais elevada expressão de profundo e recôndito.
Abraço amigo.
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quinta-feira, março 20, 2008

O Grupo dos Tordos















Depois de uma boa manhã de tordos .
Recompôr as forças sentados à volta de uma mesa.
Almoço no "Arrozinho de Feijão" - Serpa.
Encontramo-nos na próxima época.
Abraço a todos.
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sábado, março 15, 2008

O Rei do Bando

Perdizes

Nas Zonas de Caça Associativas do Crespo, a rainha é a nossa querida perdiz vermelha, ou patiroja como lhe chamam os nossos vizinhos espanhóis.

Quando em Junho os Perdigotos eclodem dos seus ovos e, poucos minutos depois, começam logo a debicar o chão em busca dos insectos que lhes são tão necessários à sua sobrevivência, não lhes passa sequer pela cabeça que elas são consideradas como uma das mais belas e esguias aves de caça do mundo.

Cedo começam a sucumbir aos seus predadores naturais e, por força de terem de se defender da adversidade natural do meio hostil em que vivem, adquirem um elevado nível de argúcia, destreza, bravura.

Formam então os seus bandos e normalmente vivem em comunidades de até 20 indivíduos nas planícies e montados de cereais de restolhos, em montados abertos e ladeiras por vezes pronunciadas, com matos rasteiros que lhes proporcionam o abrigo necessário quando perseguidas.

Principalmente o ouvido e a vista estão muito desenvolvidos na perdiz vermelha, tirando partido destes 2 sentidos para escapar aos seus inimigos mais comuns: a raposa ou zorra, os toirões, corvos e gaios, gatos selvagens e, por último, o seu pior predador: o homem !

E é sobretudo no início da temporada, quando os bandos de perdizes ainda não ouviram sequer estoirar a pólvora nem zunir à sua volta o chumbo das espingardas dos caçadores, que a sua caça no montado revela todos os seus atractivos.

Nenhum outro género de caça permite aos nossos perdigueiros realçar tão bem as suas qualidades e proporcionar-nos a nós seus donos a possibilidade dos chamados “dobles” ou “dobletes” que são, para mim, a essência e o nosso desafio final na caça à perdiz.

Nas nossas zonas de caça associativa, os terrenos são polivalentes isto é, tanto podemos encontrar extensões de pastos e cultivos, como também temos terras de pousio e algumas parcelas de pinhais. É, quanto a mim, pela sua biodiversidade agrícola, dos terrenos mais aptos de Portugal para a criação da perdiz e lebre.

A lebre, essa, nas nossas zonas de caça, pela sua capacidade de proliferação, acaba quase sempre por ser bastante prejudicial para as perdizes.

Por serem em grande número, e sobretudo por se movimentarem muito de noite em grandes correrias quando estão na época do cio, acabam por atropelar os bandos de perdizes que pernoitam e dormem descansadas em círculos no chão e, por isso, muitas vezes são obrigadas a levantar voo, tresmalhando-se na noite e indo embater contra os sobreiros e azinheiras das redondezas, ficando isoladas e mais à mercê dos seus predadores naturais.


Lebre


Faz muitos anos, adquiri o hábito de, cada vez que derrubava uma perdiz com um tiro e o perdigueiro a cobrava, não a pendurava no cinto sem antes verificar primeiro se tinha ou não dois ou três pontos pretos na parte debaixo das penas da cauda.

É que quando uma destas perdizes nascem e lhes aparece aparentemente por dádiva do Criador estes sinais nas penas da cauda, são automaticamente eleitas pelo resto do bando como o seu leader, como o seu Rei.

É esta a perdiz que não se alimenta enquanto as outras estão, nas primeiras horas da manhã, comendo e debicando o chão. Ela não. Ela encontra-se geralmente isolada, a poucos metros do bando, atenta, geralmente num ponto mais alto, em cima de uma rocha etc, olhando para o horizonte a ver se existe perigo eminente ou predadores á sua volta ou por cima. Só quando as suas irmãs acabam de comer é que ela então se alimenta.

Aposto que muitos dos nossos colegas e amigos confrades caçadores da Associação não sabem deste pormenor das pintas pretas. Sobretudo os mais novos.

Pois é, mas é verdade, o rei do bando é o mais sagaz, o mais esperto, o mais difícil de abater quando caçamos de salto, isolados ou em linha. Se conseguirmos tal façanha, quer nós quer o nosso perdigueiros estaremos de parabéns. Fomos mais espertos e vencemos o Rei.

Na caçada de 28 de Outubro, caçava como é habitual em linha e tinha como companheiros, do meu lado esquerdo o meu cunhado Manel e do lado direito o Bento Laneiro, com o seu magnífico epagneul breton que tanta caça lhe dá a matar.

Ao passar num moroço de carrascos, pedras e juncos, o pointer faz uma breve paragem, mas a atitude e o brilho dos seus olhos mostrou-me logo que o assunto era sério e que por ali haveria de certeza caça escondida.

Bem pensado bem acontecido. Não tinha decorrido de certeza um minuto quando vejo uma lebre a fugir por trás de mim, direita à parte mais suja do moroço. Tive que me empenhar e ter reflexos extremamente rápidos. Um tiro quase de instinto deixou-a estendida no esteval que já ia atravessando.

Cobra pachola ! – gritei ao pointer. Grito-lhe sempre com entusiasmo para ele cobrar pois noto no animal maior empenho em tal acto contra natura que é a de caçar e ter de me vir entregar a caça. Afinal o seu instinto básico é comê-la, certo ?

Cobrada a lebre , ouço 2 tiros do meu lado direito e vejo que o Bento Laneiro ou atirou a perdizes ou então tinha falhado aquela lebre matreira que vinha a 100 à hora pela encosta abaixo com as orelhas encostadas às costas. Um tiro bem apontado e a Benelli bem corrida e a lebre deu 2 cambalhotas. O Fox , o rafeiro do meu cunhado, ao ouvir o tiro, passou a correr mesmo por cima dela e nem disso se apercebeu.

Cobra pachola !– novo grito de alento e tenho, de novo o pointer a trazer-me a segunda lebre.

Mau, que isto já é peso a mais para as minhas 2 hérnias de estimação. Coloquei uma dentro da mochila que levava às costas e pendurei a outra por fora também da mochila, deixando o peso todo para os ombros e aliviando a carga na cintura – zona das hérnias.

Percorridas mais umas centenas de metros oiço 2 tiros pelo meu lado esquerdo. Olhó Manel – penso. Está a dar nelas !

Não estava. Falhando, observo que deixou fugir um par de perdizes que passaram aí uns 30 metros por cima de mim de asa aberta em voo planado e a grande velocidade. Faço logo o 1º tiro à 1ª quando ainda não estava na minha vertical, pelo canto do olho vejo que vai cair na encosta do lado de lá da ribeira, olho para a outra e penso – ainda vou a tempo – outro disparo com a minha automática e vejo a segunda perdiz a desplumar-se lá no alto e vir cair que nem um pombo torcaz quando vem em queda livre. Fantásticos estes cartuchos –penso para mim próprio – e, ao mesmo tempo, grito vitorioso, em sonoro eco, no meio do vasto montado: “dobleeete, dobleeete !!

Uma das perdizes cobro eu próprio – a segunda – e a primeira peço ao pointer para cobrar na zona onde havia mais ou menos caído. Orgulhoso, depois de algumas voltas dadas vejo-o a trazer-me a perdiz pendurada na boca. A cauda a abanar rapidamente era o sinal de que o meu canito estava – como eu – completamente radiante.

Ao pendurá-la, viro-a, espalho em leque as penas da cauda e…lá estavam, 3 pontos pretos, cada um na sua pena. Reparo nas patas e a perdiz tem 2 esporões, macho velho, cabeça grande e redonda, não tinha a menor dúvida: tinha caçado o REI DO BANDO. Obrigado Associação Caçadores do Crespo, pois há cerca de 10 anos que não matava um Rei do bando.
Perdiz

Abraço amigo

Sérgio Vieira

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Época 07/08 - último dia de caça















Tordos em ZCT / Brinches

Um belo fim-de-semana passado em Serpa, com os meus 2 cunhados.
Almoço no "Arrozinho de Feijão" com os amigos de Serpa. Jantar na residencial limitado a uma magnífica tosta feita pela D Teresa e uma infusão de ervas de camomila e tília para melhor dormir.
No 1º dia estivémos na Herdade da Pantufa com boas entradas de tordos e no segundo dia fomos caçar para uma Turística nos arredores de Brinches ( à att amigo Isaías Piçarra ). Com o tiroteio ( aqui o termo utilizado pelos caçadores locais é "com a estouraria") que se fez sentir nos olivais à volta de Brinches ( penso que são Municipais) os tordos atravessavam o montado e vinham fugidos para o nosso olival.
O Zé S. na porta à minha esquerda atirava certeiro com GB de 30 gr / chumbo 7,5 e até fez "dobles" aos tordos. Do meu lado comecei mal a caçada ( diversos falhanços) e já não consegui recuperar a concentração, fazendo uma percha de cerca de 16.
Na fotografia vê-se o resultado mas... dos 2 dias !
Tive o grato prazer de ter visto o que nunca tinha observado em 32 anos de caça.. à luz do dia. Íamos de regresso para Serpa no Range Rover do Zé S. quando de repente vimos, dentro da ceara, a uns 200/250 metros, 5 lebres machos em parada nupcial a cortejar uma única fêmea. Entrámos com o Jeep dentro da seara e chegámos até cerca de 30 metros dos animais. Os machos estavam tão cegos de paixão pela fêmea que pouco nos ligaram, nem sequer fugiam e acabámos por assistir a um dos machos cobrir a fêmea. Simplesmente espectacular.
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domingo, fevereiro 10, 2008

Dia de entrada de tordos !















ZCT Pantufa - Serpa
09-02-2008
Um bom dia de entrada de tordos.
Na 1ª hora da manhã algumas centenas de tordos "entraram" por extensos cordões lá nas alturas sem sequer ligarem à nossa presença. Esperámos depois pela entrada de alguns que viessem mais baixos... e não tardaram!
Aos pares, isolados, pela direita , esquerda, por trás , foram aparecendo proporcionando uma manhã divertidíssima de tiros e cenas variadas de caça.
Destaco um tordo que abati mesmo "lá do alto" que veio a cair em hélice mesmo por cima de mim e que tentei apanhá-o com a boina que tinha na cabeça. Falhei por alguns centímetros. Outro, veio para baixo exactamente da mesma maneira e quando estava a mais ou menos 2/3 metros por cima de mim, viu-me , endireitou num último esforço , e desatou a voar escapando pelo meio dos zambujeiros, deixando-me completamente de boca aberta. Nunca tal me tinha acontecido.
O meu cunhado Belmiro lá ia fazendo também o gosto ao dedo despejando uma série enorme de cartuchos.
Da minha parte tive que estar a dividir alguns tordos pelas portas vizinhas.
Enfim, mais uma boa manhã de cenas hilariantes e de divertimento.
No próximo domingo acaba a época e está prometido um barbecue no Monte da Herdade.
Assim o tempo o permita e... Amigo Zé S., ... lá estaremos !!

Abraço amigo


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domingo, fevereiro 03, 2008

Regresso do Miguel aos Tordos





























Serpa
O Miguel regressou este ano, de novo, com o pai, a uma caçada aos tordos.
A manhã foi muito fraca de pássaros ( na véspera, à tardinha, havia muitos, para onde foram? ) mas as brincadeiras de tracção com os Jeeps dentro da Herdade e o facto do Tomé ter levado também o seu filho Diogo, fê-los esquecerem a escassez dos tordos.
Um gameboy no bolso, também ajuda muito...
A partir de Agosto já começa a ir com o pai às rolas.
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