segunda-feira, outubro 27, 2014

Moinhos de Vento - Mértola






















A nossa visita anual às "Perdizes do Fernando".

Muita adrenalina, tiros, ladras atrás das lebres e coelhos, cobros bonitos e tiros ainda mais bonitos.

Camaradagem excelente.

Desta vez o Paulo juntou-se a nós e o "sado", na foto,  já refeito da intervenção a que foi submetido,  aparece "como novo".

Bela manhã de caça, com excelentes terrenos de pastos, cabeços com arrifes de giestas.

Abraço amigo.


De novo às perdizes em Ourique

Reinou a boa disposição.

















Bela jornada de caça em Ourique.
Manhã divertida, com boa safra.
Brisa forte, terrenos húmidos, adequados para caçar com cães de parar.
8 perdizes, 1 lebre, 3 espingardas.
Muitos tiros
Abraço amigo

domingo, outubro 19, 2014

Caça de salto em Ourique

DIA 1 - 3 perdizes, 2 lebres, 1 codorniz.


DIA 2 - 2 perdizes, 5 lebres, 1 pato.




























2 caçadores, um cão, dois dias.

Dia 1
Como facilmente se pode reparar,  a foto primeira foi tirada já com a luz do dia a sumir no horizonte, logo, ficou um pouco mais escurecida, dado que não quisémos usar de efeitos que alterassem a sua originalidade. Seriam por aí quase umas 19 horas quando a máquina foi usada.

Este dia nasceu claro, frio para a época e rapidamente se foi tornando cinzento, soprando com uma brisa mais ou menos gelada vinda do lado este.

Começámos na ribeira que ladeia o monte para tentar ver se encontravámos algumas peças naquelas pastagens .

Cedo abandonámos a ideia e, depois de passar algumas cercas de arame farpado, virámos de forma a termos o vento de frente e fomos para o lado dos terrenos de pasto, junto à ribeira da aguentinha, que atravessa a herdade de uma ponta à outra.

O "sado" -companheiro  de 4 patas do Paulo,  continua em período de convalescença,  pelo que sabíamos que a jornada ia ser difícil, 2 espingardas, 1 cadela e um punhado de perdizes selvagens e lebres para encontrar e tentar algumas capturas, de todo nunca seria tarefa fácil.

Procurávamos as lebres quando, por trás de um cabeço, foge-nos um bando de umas 7 ou 8 perdizes.

Uma vira inesperadamente para a direita e "dá orelha" ao Paulo que lhe desferiu 2 tiros. Escapou impune, para outros terrenos. Como nos competia fazer, tentámos ir atrás das outras. Dobrámos novo cabeço e vimo-las, muito à frente,  a entrarem na ZCA que limita o couto.

O Paulo toma a liderança do percurso e encosta-se a bater do lado da extrema. Alguma caça que por ali se encontrasse seria empurrada para o centro do couto.

A dada altura a Inka gira à volta de um rasto e pára. Aproximo-me pela direita, arma preparada nas mãos, encosto-me um pouco mais e... salta uma codorniz. Bom, não se pode deixar fugir, sobretudo depois daquele trabalho da cachorra. Um tiro, cai redonda e a cadela cobra-a, sem reparos.

A uns 100 metros, grande trabalho da Inka. Curiosamente, o vento estava a virar a sul e, de frente, a cadelita estanca, pára, cabeça no ar, faz uma guia de uns 5/10 metros e estanca de novo. Cabeça no ar, a aspirar os ventos. Nova guia de mais 5/10 metros e nova paragem. A perdiz saltou sim, mas saltou lá do fundo da ribeira, a uns 80 ou 90 metros. Sem hipótese. Nem encarei a arma. Com uma festa e algumas palavras de alento, encorajei a cadelita. Grande trabalho mesmo, dos melhores  que lhe tenho visto, tendo em conta trabalhar aquela perdiz àquela distância.

Algumas centenas de metros depois, nova viragem à direita, ao vento, cabeça no ar e uma guia rápida. Tento acompanhar e salta uma perdiz por trás do cabeço. Um tiro de chumbo 6 e a perdiz tomba. Tomba mas mal tombada. Quando reparou que o Paulo vinha pela minha direita, arranca de novo para a esquerda, ferida,  mas com fortes ganas de escapar. Obriga-me a novo tiro, da direita para a esquerda, a uns 40 metros,  e cai redonda. A Inka vai ao cobro, a perdiz ainda teve força para dar um pequeno salto mas a cadela, rápida prende-a com a boca ainda no ar.

Algum tempo depois outra paragem da Inka nos pastos. Deu tempo para tudo. Aproximei-me e a lebre salta, veloz. Passou a linha de água e, já do outro lado, seguro-a com um tiro. A Inka vai ao cobro e faz o cobro, radiante.

A subir mais umas dezenas de metros e 2 perdizes são surpreendidas por mim. O Paulo pela direita. Corro a mão da esquerda para a direita e carrego no gatilho. Certeiro. Cai com estrondo e continua a saltar sem sair do mesmo local. - Está segura, ferida de morte - pensei. Deixei a Inka trabalhar e trazer-me a perdiz à mão.

Abordámos um açude mas não acreditámos que àquela hora tivesse lá patos. Foi o nosso erro. Estavam 7 ou 8. Levantam e o Paulo consegue ainda um tiro e eu outro. Cai um pato, abatido pelo paulo, fora do açude. Os outros escapam todos. No cobro, o pato foge novamente para dentro de água e a Inka foi ao cobro. Pato ferido e a mergulhar constantemente fora do alcance. Foi uma festa até a Inka o conseguir apanhar.

O almoço, em Ourique passou por uma deliciosa carne de porco à portuguesa com umas cervejas bem geladinhas. O calor era forte, na ordem dos 30 graus.

Ainda passámos pelas brasas no Romba e, à tardinha, fomos dar a volta pelo lado contrário do couto.

Sabíamos que íamos encontrar as perdizes naquela zona. Mal começamos, enxoto um bando dumas 10 para fora do couto. 

Mais à frente na ribeira, não esperando nada daquilo, arranca um javardo, enorme, que por ali estava deitado numa charca de água toda lamaçenta. Corro e ainda desfiro 2 tiros de ch 6. Pelos menos cócegas devo ter-lhe feito. Fugiu que nem um doido pelo montado acima.

Adiante, as perdizes iam brincando connosco. Mas eu sabia que tínhamos chance de abater uma ou duas. O Paulo derruba uma.

Do monte do Biló salta outro bando. Eu, pelo lado esquerdo, atiro a uma que vai cair a uns 70 metros, em plena estrada de terra. Embateu no chão, tal qual uma bola, saltou com o impacto e desata a correr a patas para a ribeira. Foi a perda do dia. Se a Inka a tivesse visto, a perdiz não teria hipótese. Mas não viu. Tive de a chamar depois e já não conseguiu nada dela. Evaporou-se.

O sol encobria-se rapidamente  no horizonte, o calor continuava, o cansaço invadia-nos as pernas e a roupa colava-se, irritante,  ao corpo. No topo de um cabeço, com um pequena brisa, a Inka vira-se de repente e estanca, absolutamente imóvel. Aproximo-me lentamente e tento ver o que ali estava escondido no pasto. Finalmente lá vi. Uma lebre. Foi para mim o lance do dia. Estava já a escurecer e provavelmente pensou que iria passar despercebida. Quase, quase que a consegui pisar com a bota. Mas não, arranca, potente, faço-lhe um tiro, continua em corrida, segundo tiro e dá uma cambalhota. A Inka agarrou-a de imediato.

À noite, nas ruas de Ourique continuava calor e, depois de um reconfortante duche, jantámos e cedo nos deitámos.

O dia havia sido longo e, pessoalmente, estava extenuado.

Aliás basta ver a cor da minha camisa na foto 1. A parte escura é suor.

Dormi toda a santa noite. O dia, esse, dediquei-o aos profetas da desgraça e aos velhos do restelo que quando vêm os outros fazer qualquer coisa onde não intervêem, logo despejam defeitos e desgraças sobre tudo e todos. Enfie a carapuça quem queira.

Dia 2
(continua)

segunda-feira, outubro 13, 2014

As perdizes de Mértola -Herdade de Santa Maria


Paisagem da Herdade. Obviamente nem tudo é assim.

Ensopado até aos ossos. O autor, num estado "deplorável".

Caça selvagem. Qualidade em vez de quantidade.

















































11-10-2014
Herdade de Santa Maria - Águas Santas
Mértola


Não fora o mau tempo que se fez sentir a meio da jornada e teria sido uma inesquecível manhã de caça.

Às 07h00 da madrugada chegava ao Hotel A Esteva , em Castro Verde, para me encontrar com o grupo com quem iria caçar.

Feitas as habituais apresentações, metemo-nos à estrada, em 4 carros,  e andámos cerca de meia hora, até chegarmos  à Herdade de Santa Maria, na estrada entre São João dos Caldeireiros e Almodôvar.

A premissa, ou promessa, como queiram,  era a de passar uma manhã de caça de salto à perdiz selvagem.

Como foi a primeira visita, reservei-me no direito de manter as minhas dúvidas, sobre este aspecto,  até verificar o seu comportamento.

No monte, montei a Pietro Bereta, recheei uma cartucheira com cartuchos de de 34 gramas de chumbo 6, guardei um impermeável no bolso traseiro do colete de caça e, calmamente, os caçadores começaram a desenrolar-se, em linha indiana, pela beira de uma ribeira.

O dono da Herdade faria a ponta esquerda da linha e eu caçaria, ao seu lado, com a minha Inka.

Pelo meu lado direito, mais 6 armas. Portas, não haveria.

Entrámos num projecto de pinheiros e de perdizes só ouvia era o barulho do bater das asas. Andei um bom bocado sem lhes conseguir pôr a vista em cima. A Inka ia-me dando sinais evidentes de que por ali teriam andado, mas só isso.

"Ó Sérgio, por cima de si" - gritou-me o dono da Herdade. Virei a cabeça para o ar e passou-me uma, por cima da copa dos pinheiros. A tiro,  mas nem 2 segundos seguidos a consegui ver, tal a rapidez com que se esgueirou. Mesmo assim, foi um tiro atrás, que bateu na copa do pinheiro e nada mais.

Os coelhos e as lebres( poucas) iam dando alguns sinais. Viam-se, a fugir, da frente da linha para outras paragens,  sem tiros. Comecei a gostar do que via. Para caçar selvagem, tem que haver dificuldade.

Minutos mais tarde, a Inka vira-se de repente para a esquerda e o coelho, sentindo-se descoberto, arrancou louco. Ficou estendido no caminho, com tiro certeiro,  e a cadela cobrou-o, com alegria.

O céu, ia ficando cada vez mais escuro e o vento de sul dobrava de intensidade. Vamos ter conversa com a chuva - pensava para com os meus botões. Entretanto, iam caindo uns pingos, nada que me obrigasse a vestir o impermeável. Mas quando começamos a vê-los a cair da aba do chapéu, já sabemos que vai haver molha e da forte.

Ainda dentro do projecto de pinheiros, arrancou-me, sem esperar, uma perdiz em linha recta, pela minha frente. Não podia deixar escapar a oportunidade. Encarei a arma e, ao 2º tiro, foi embater na rama dum pinheiro, caindo no solo. A Inka viu tudo e arrancou, cobrando a ave num ápice. Quando ma entregou, para a mão, observei-a bem. Não tinha penas soltas. Era selvagem, por ali tinha nascido. Se fosse de cativeiro a cadela ficava com a boca toda cheia de penas. Belo exemplar, sendo fêmea.
Guardei-a, com carinho, no bolso traseiro.

A segunda perdiz não a quero esquecer. Arrancou, já nos pastos, da esquerda para direita e em descida. 2 tiros desferidos e vejo-a seguir caminho. Persigo-a, desapontado,  com o olhar. A cerca de 250/300 metros de distância, quando pensava que já a tinha perdido, encastelou, começo a vê-la a subir na vertical, a bater as asas e a continuar a subir, a bater as asas e a subir,  como que procurando a salvação lá nas alturas. Mais ou menos a 30/40 metros de altura, deixou de as bater , morreu e caiu, a pique, embatendo estrondosamente no chão. Deixei a mochila no chão e fui lá buscá-la, em passo de corrida.

De regresso, volto a colocar a mochila às costas e, com chuva e suor misturados, a cair-me pela testa abaixo,  algumas centenas de metros adiante, arrancou-me outra, estridente, com um potente bater de asas. Encaro a espingarda, aponto com calma e consigo derrubá-la ao primeiro tiro. Caiu perto do Dono da Herdade que recuou algumas dezenas de metros para a apanhar e guardar. Quando me aproximei dele, pedi-lhe a perdiz para a ver. Era um macho, corpulento, lindo. Guardei-o.

A chuva já caía havia alguns minutos, a fustigar o rosto e os olhos.A violência da chuva era de tal ordem que não havia impermeável que me valesse. Até nas costas sentia a água a escorrer.

Um orelhudo arranca em corrida desenfreada, pela minha frente, numa zona de matos rasteiros de giestas e xistos.

Um tiro a uns 20 metros e deu uma cambalhota. Apanhei-o eu ( já só queria chegar ao monte) e guardei-o no bolso da caça - único sítio que, inexplicavelmente, ainda mantinha seco.

O Dono da herdade passou por mim no Jeep, já apinhado de caçadores e cães molhados, tudo à mistura e apanhou-me. A Inka já não cabia mesmo. Não faz mal, ela vem atrás de nós - avancei e disse.

"Inka anda" - gritava-lhe pelo vidro da janela. Pelo espelho ia confirmando que a cadela corria atrás do Jeep. Parecia mais um rato todo molhado a sacudir-se constantemente.

Chegados ao monte, fui buscar a minha carrinha, esfreguei vigorosamente e sequei rapidamente ( ainda debaixo de chuva ) a Inka e guardei-a dentro da caixa de transporte em cima da manta seca, onde estaria muito mais quentinha e seca.

Antes  de mudar de roupa ( sabe tão bem nestas alturas ) num quarto do Monte, ainda tive tempo para tirar uma foto, todo encharcado, mas muito, muito satisfeito com a manhã de caça.

8 espingardas abateram 23 perdizes, 12 coelhos e 3 lebres. Curiosa a relação coelho/lebre, não sei se foi casual mas - talvez por causa do mau tempo que se tem feito sentir no Alentejo - vimos mais coelhos do que lebres. E basta olhar para a foto para ver que não são daqueles coelhos janotas, todos limpinhos, que nem sabem para onde fugir.

O almoço, um guizado bem quente de borrego com batatas aqueceu-me a alma e finalizei com uma taça almoçadeira de arroz doce. Valha-me Deus que na caça tudo nos sabe tão bem.

A viagem de regresso foi a pensar nas fartas terras do Concelho de Mértola que, quer queiramos quer não, pelo menos para mim,  continua a ser a capital da caça sedentária, em Portugal.

Um abraço amigo.





segunda-feira, outubro 06, 2014

Abertura Geral 2014



Abertura Geral na ZCT Ourique

Prazer muito particular pois vimo-las crescer

No dia seguinte, nas planícies de Beja









































04 e 05 de Outubro de 2014

Apesar do calor que se fez sentir no dia 04, com reflexos notórios na bravura das perdizes, fizémos uma volta de caça que, para primeira vez, naqueles terrenos, entendo ter sido muito bem planeada.

O comportamento das perdizes que ali nasceram e que os alentejanos chamam "do campo" mas que eu chamo "das antigas",  dignificou bem a nossa caçada. Com somente 3 espingardas e contando só com a ajuda isolada da braco Inka,  enfrentámo-las, como soi dizer-se: de "peito aberto".

Infelizmente,  o Sado, do amigo Paulo L., que muita falta fez, foi atacado e mordido, praticamente na véspera, por 2 pastores alemães, estando, no entanto, apesar de todo "cozido", já livre de perigo, mas, ainda assim, a necessitar de repouso absoluto seguramente por uma ou duas semanas.

É certo que a grande maioria das perdizes esgueirou-se do alcance dos nossos tiros, em voos furtivos, rápidos e planados. Mas mesmo assim, neste contexto, só com 3 armas e um perdigueiro a ajudar-nos, o amigo Paulo e o Gonçalo conseguiram, sempre em circunstancias difíceis mas com certeira pontaria, derrubar um par delas cada um. Da minha parte tomei conta das lebres e cobrei também um par delas, ambas muito bem paradas nos pastos, pela Inka.

Capturámos, assim, 4 perdizes e 2 lebres.

Estando na terra do porco preto, o taco foi composto,  para além de um ou 2 queijinhos laminados e pão alentejano, por um paio delicioso e um vinho que o Gonçalo levou, da Vidigueira, que não esqueço,  pois é um autêntico nectar dos deuses: marca Vinho dos Sócios. Quem for enólogo ou bom entendedor nestas matérias certamente que o reconhecerá e saberá bem das suas qualidades e que não se comercializa.

Voltámos, para Beja, ao fim da manhã, dentro do meu peito um forte desejo de desforra a dar em breve àquelas perdizes de Ourique e, à noite, ainda fomos esperar os patos a um açude. Entraram somente 3 reais, já com a lua a revelar todo o seu esplendor e... fugiram 2.

No dia seguinte, depois de uma noite muito bem dormida, surgiu-nos um dia muito mais fresco que o anterior. A Inka, nesta manhã,  conseguiu levantar mais 4 lebres... e fugiu uma.

Ainda tivémos o arrojo de, com 2 armas, irmos tentar o confronto com 1 bando de perdizes que sabíamos terem nascido ali dentro de um olival bem perto, do nosso conhecimento.
Fugiram todas mas o amigo Paulo ainda enganou uma e conseguiu-a pendurar à cintura.

Com o acréscimo de mais 3 ou 4 codornizes, acabámos por tirar uma "selfie" com as 3 lebres capturadas de manhã, a perdiz e as "codornas" em mais uma jornada que, de imediato, logo ali nos deixa saudades de voltar.

No regresso, já depois de Figueira de Cavaleiros uma grande operação stop, da GNR, verificou-me minuciosamente todos os documentos, armas, caça, licenças, guias de transporte etc. Estando tudo em ordem, ainda cheguei a casa para ver o meu Benfica ganhar por 4-0 e jantar, à noite,  com o meu filho mais velho.

Saldo final: 5 perdizes, 5 lebres, 1 pato e 4 codornizes.

Abraço amigo.

quarta-feira, outubro 01, 2014

Caça à Codorniz - uma escola para os nossos cães.



Última jornada às codornizes
















Salvada - Beja
Voacaça

Provavelmente enquanto escrevo, depois das chuvas e trovoadas da passada semana, muitas das "africanas" terão emigrado para terras do norte de África, mais apropriadas para se refugiarem dos rigores do inverno do continente Europeu.

Apesar da presente semana estar a ser de temperaturas elevadas, não acredito ir encontrar, em quantidade, o que encontrámos nestas jornadas de Setembro.

No próximo fim-de-semana inicia-se a caça à perdiz vermelha e, com ela, com a "rainha", muitos caçadores irão seguramente deixar de dedicar parte significativa do seu tempo à codorniz.

Neste cinzento mas abafado dia 27 de Setembro uma vez mais os nossos companheiros de 4 patas trabalharam bem, muito bem, bravos, descobrindo, parando, seguindo rastos e levantando, cobrando, no final,  exemplarmente.

Nada mais belo e excitante do que um braco, um pointer, ou qualquer outra raça, parados, imobilizados,  com uma, duas ou três codornizes. Quando saltam, arriscar o doble e ter pontaria certeira é arriscar perder as duas, pelo menos nos terrenos onde caçamos, pois o cobro depende de diversos fatores: a ansiedade, adrenalina e procura desenfreada do cão após o disparo, ele sabe logo que entra em trabalho de cobro, os muitas vezes densos pastos e restolhos muito altos, dificultam-lhes, sobremaneira, o seu trabalho,  e não é raro acabarem por cair dentro daquelas grandes valas cobertas, onde são mesmo quase impossíveis de cobrar.

Na maior parte dos lances prefiro disparar, derrubar uma ave, marcar-lhe bem a "pancada" e deixar a  cadela trabalhar na zona da queda da codorniz. Mais minuto, menos minuto, estará a segurá-la com os dentes e a cobrá-la. E, ainda assim, por vezes, acabam algumas por se tornarem incobráveis

Se compararmos o actual trabalho dos nossos companheiros, no início da época, com o que agora executam,  notamos uma significativa evolução, não só física, mas também "técnica" .

A codorniz é, verdadeiramente, a caça mais completa e espetacular para praticar com o nosso cão de parar. No final de Setembro, depois destas aulas na escola,  ele está pronto para se confrontar com a "rainha".

Mas poucos lances tão completos, que temos com as codornizes, iremos ver repetidos com as perdizes ( excepto se estas forem de cativeiro ).

Na foto acima, mais um formidável dia de caça.

- 2 perchas completas de10 codornizes no final da manhã , da minha parte ornei ainda o cinturão pois a Inka parou-me um coelho deitado ao sol dentro dos restolhos na orla do olival ( já não o deixei fugir lá para dentro) e o "Sado", cão do Paulo,  cobrou um pato real que se levantou dentro dum açude. Finalmente, o Paulo ainda "estendeu" nos pastos mais uma "orelhuda", um macho, criação deste ano mas já adulto.

No próximo fim-de-semana vamos dedicar-nos à perdiz. Espero resultados escassos pois para onde vamos elas são genuínamente selvagens, o tempo vai estar como está, quente e seco, os pastos vão secar e estar quebradiços e elas ouvem-nos ao longe. Não são mesmo estas codornizes. Estas preferem, com a nossa presença, fugirem a patas por dentro do mato. Só levantam em último recurso, paradas ou tocadas pelos cães. Aquelas, as perdizes, com a nossa presença, sendo selvagens, preferem dar uma corrida e pedirem logo ajuda às asas para nos < criarem distância>. A ver vamos.

Um abraço amigo, boas perchas.