domingo, setembro 27, 2020

Aos Patos, a sorte grande em Beja

 

 
Aspecto geral do açude
 

 
 
 Trindade, Beja, em 17/09/2020


A caçada havia sido cancelada neste dia por desistência de alguns caçadores, atendendo ao mau tempo que estava previsto

De surpreender,  pois é sabido que muitas vezes as melhores caçadas aos patos são feitas com tempo adverso.

Pela anterior desistência e por entrada de novos confrades, fiquei impedido de levar comigo um familiar que previamente tinha convidado. Ainda assim, não deixei fugir a oportunidade, pois outras haverá.

Às 17 horas encontrávamo-nos,  entre trovoada e raios a cair ao longe, na rotunda de Beja com meu antigo conhecido e local amigo e organizador da mesma, o L.F., pelo que a caçada revestia-se, desde logo, para mim, de seriedade e expectativa.

A caminho da Trindade, na rota para Mértola, entramos em Herdade já minha conhecida e , no caminho, com bandos de perdizes em fuga e que mais tarde lá irei acertar contas com elas, com ligeireza, foi feito o sorteio dos 3 açudes que iam ser caçados. 

Calhou-me em sorte ( e que sorte) o açude com aspecto de acordo com vídeo acima.

Neste açude fiquei eu e um outro confrade, pelo que, caso entrassem,  adivinha alguma dificuldade em segurar os patos só com duas armas.

Às 18h30, bem escondidos e camuflados nas "atabuas", armei a minha benelli crio,  com 3 Bornaghi CH6, chumbo 5.

O primeiro pato, um belo real, entrou isolado, logo alguns minutos depois, aterrando a 5 ou 6 metros à minha frente. Ergui-me de espingarda aperrada, o pato levantou, poderoso, apontei e , quando já o dava como "certo", tinha a espingarda ainda na segurança. De tal forma carreguei no gatilho que me desequilibrei e ia caindo para dentro de água. Maçarico, pensei furioso, ainda tentei destravar mas o pato já ia bastante largo.

Começa mal isto, pensei. Escondi-me de novo, coração aos saltos.

O vento soprava moderado de sul pelo que os patos, a entrarem, sabia que seria sempre pela zona mais desprotegida do açude, pela "praia",  conforme se pode ver no pequeno filme.

Surpreendido, ainda bem dia, oiço o sibilar de muitas asas por cima de mim. Quieto, aguardei e só mexendo os olhos vejo de um bando de uns 10 ou 12 a irem dar a volta e tomar o vento pelos bicos.

Deixei aterrar alguns, para permitir ao outro Senhor o tiro, levantei-me e outros em voo, consegui um doble do ar, cai um dentro de água, cai outro já na margem. Perfeito. Virão mais?

Não querendo ser extenso vieram mesmo, e com fartura. Até uma hora após o por do sol , foi um fartar vilanagem de tiros e patos a entrar. Aos poucos íam caindo, mais um doble no ar, tiros espectaculares de outros que, já em fuga, iam cair para trás do talude do açude. 

Peripécias diversas, lanterna led na cabeça e fomos cobrar alguns.

No total, 16 patos cobrados, 12 à minha conta. Estive bem, seguro, certeiro, Sto Huberto esteve comigo, pois, dos 3 açudes ( e os outros 2 estavam previstos como melhores que este ) o nosso foi, de longe o mais visitado.

Bela jornada, a recordar e a revisitar.




 

domingo, setembro 13, 2020

Aos Patos, em Mértola

 





 
 
 
04-09-2020 
Zona de Caça em Alcaria Ruiva - Mértola


O meu amigo S. tinha-me falado neste açude, que o Guarda lhe tinha dito que havia uns bons patos a ir todos os dias lá dormir pela calada da noite, que merecia a pena marcar presença com uma caçada, para tentar derrubar alguns.

Com o "bichinho" a morder saímos de Lisboa com 34 graus, pelas 15h00 , com hora marcada às 17h30, para o encontro com o Guarda,  Sr F.,  à entrada do Monte da Reserva.

Prometido para o final da jornada e para o jantar lá no Monte estavam duas galinhas caseiras, feitas de tomatada, em tacho, com batata frita cortada à mão, e arroz branco, com vinho tinto da região. Só isto já quase merecia a pena a viagem.

Colocados no açude, no meio das atabuas, aguardámos, com ansiedade, os ditos "adens".
 
Já não se via o sol e ainda não tinha visto nada de caçável. Alguns minutos depois, dois tiros à minha direita, olho, e esteiro pela frente um bando de reais, 10 ou 12, a entrarem à água  em grande velocidade. Quase que me assustei. Lindo.
Agachado, vejo dois que se entrecruzam com o tradicional CUÁA...CUÁ_CUÁ de pânico. Precipito-mo e faço fogo. O primeiro cai com estrondo dentro de água. O segundo assustado, sobe quase na vertical. Tento a carambola mas erro-o muito por trás.

O tiroteio prossegue, apercebo.me que há quem atire larguíssimo, pior para eles.

Mais uns largos minutos de espera. Aí vêm mais,  direitos à água, parecem F16 a descer. Dois poisam na água. O meu coração bate mais forte e...gatilhada. Ficam 2. Levantam outros 3 ou 4 e passam pela minha direita. Estava inspirado nesta noite. Corro-lhes a mão e disparo, cai um, seco, na margem, já fora de água. Com o terceiro tiro, "zás", começou logo a descer atingido numa asa. Salto do lugar e corro na direcção onde o vi cair, procuro a uns cinquenta metros, espero ali um pouco que se mexa, e ei-lo a correr atrapalhadamente entre a vegetação rasteira à volta do açude. Apanho-o, rápido. É lindo, mesmo, pescoço verde azulado, com um colar branco, as asas cinzentas, brancas e pretas, aliás como o resto do corpo fazem contrastar ainda mais o espelho azulado. Tenho uma pena enorme de o matar mas não queria que sofresse mais.

No final, entre mais 2 ou 3 cobrados, uma dúzia entre mim e o S. 

As galinhas de tomatada, essas, estavam simplesmente divinais, que sabor de carne,  e a simpatia do guarda e sua esposa são por demais. O vento suão, com temperaturas ainda imagino na ordem dos 30 graus, entrava pela modesta casa de janelas e portas todas abertas. Belo jantar.

Arrumada a tralha, regressámos a  casa onde cheguei por volta das 2 da manhã, cansado mas satisfeitíssimo . Tudo correu bem e há que aguardar, agora, por nova (boa) oportunidade.

Um abraço amigo.

 
 

quarta-feira, setembro 02, 2020

A Porta 9





 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jornada de 29 Agosto

 

No calendário destas caçadas às rolas e torcazes, eu estaria , no período da manhã, entre outras, numa das melhores portas desta Herdade, a já muito falada Porta 9. 

Mais 2 ou 3 Portas são consideradas ainda melhores do que esta, mas esta, a 9,  é sempre muito ambicionada.

É uma Porta localizada num local privilegiado, algo elevado, e que abrange a entrada dos torcazes pela zona mais baixa do vale ( primeira foto acima )  e entrada, pelas costas do abrigo, das "africanas". 

Assim, tiros relativamente menos difíceis aos torcazes e muito mais tortuosos às rolas,  a necessitar de muitos golpes de rins.

Boas pernas também são necessárias para cobrar a caça abatida dado que, amiúde,  é necessário descer muito lá abaixo, procurar a caça e com ela regressar à porta. Bom exercício físico para uma manhã de muito calor.

Tanto nos pombos como nas rolas, a caça entrou, de uma forma geral, generosamente, quer isolada, quer em grupos de 3 ou 4,  quer em bandos e,  tanto nos pombos como nas rolas, esta forma de entrar aconteceu, obrigando a estar sempre a municiar as caçadeiras.

No final , no patio do Monte, um quadro de caça muito bonito, que escuso de mostrar mas que satisfez todos os 10 caçadores de rostos bem satisfeitos com o número e dificuldade dos tiros, alguns de rara beleza e eficácia.

Um abraço amigo.