domingo, janeiro 29, 2023

Mais um molhinho ( pequeno)

 












Sobral da Adiça

25-01-2023


Sem grandes expectativas mas com a fé a ferver no subconsciente, fui tentar, uma vez mais, a minha sorte e talvez poder disfrutar e ver alguns tordos a entrar.

Em dia de brisa forte, do quadrante nordeste, com bastante frio à mistura, lá me dispus a ocupar a minha porta calhada em sorte.

Foi uma manhã de algum pinga-pinga, com poucos tordos e numa porta a exigir muita concentração, pois era muito tapada de oliveiras de grande porte.

Tive de recorrer à minha ( infinita) paciência e, um a um, foram caindo alguns pássaros no total de 16, nada demais para as caçadas que por aí se têm visto pois este ano é ano de muito tordo em algumas regiões.

Esperemos melhor sorte até ao final da época.

Um abraço amigo



sexta-feira, janeiro 27, 2023

Por terras de Dom Quixote

 





Janeiro, 7 - 2023

Desde os meus 18 anos que não fazia uma caçadinha aos coelhos, a furão.

Fazia-o, com o meu Pai, em determinadas zonas em Portugal , por Edital. Infelizmente esta prática encontra-se praticamente extinta no nosso país, o que diz bem da diferença de como a caça é tratada em Espanha e como o é em Portugal.

No nosso vizinho país, em determinadas províncias, é permitido e aconselhado,  pois estes roedores são considerados pelos agricultores quase como pragas.

A oportunidade surgiu-nos e era irrecusável, tanto mais que no dia seguinte ( nosso principal objetivo nesta viagem)  havia a promessa de uma caçada aos tordos, tendo-nos sido aconselhado "levar muitos cartuchos" !!

Inúmeros caçadores consideram este método de caça como pouco desportivo. Felizmente, no local onde caçámos, as "madrigueras" , tocas subterrâneas onde se recolhem os coelhos, eram gigantescas em área. Autênticas cidades.  Por isso, mais de 2 terços dos coelhos fugiam por aberturas muito afastadas, tornando impossível o disparo.

Por questões de segurança, havia um "Furanero" por cada dois caçadores. Ele colocava-nos da melhor forma  que podíamos, sempre em absoluto silêncio, recorrendo aos sinais por gestos,  e a concentração e o olhar em redor tinham sempre de estar presentes para nos apercebermos da completamente aleatória fuga dos coelhos.

Pouco a pouco, fizemos a percha que pretendíamos e ficámos ansiosamente esperando pelo dia seguinte.

Quando acordámos à hora combinada o dia estava um autêntico dilúvio de chuva e vento. Tomámos o pequeno almoço numa pequena localidade e, ainda assim, o gestor da Herdade fez questão de nos levar ao sítio dos tordos para vermos o que queríamos fazer. 

Chegados ao local, serra com olivais tradicionais estendidos pelas encostas, nem vimos tordos nem nos atrevemos sequer a sair dos carros. Que ficaria para uma outra oportunidade , quando assim o entendêssemos.

A viagem de regresso fez-se bem, e por volta do meio dia o sol começou a despontar entre as nuvens.

Pena, pois tínhamos a certeza de que seria grande caçada, se o tempo tivesse sido mais amigo.

Um abraço.