segunda-feira, outubro 28, 2019

Um regresso em grande

O maravilhoso final do entardecer  em terras de Mértola.

Herdade onde decorreu a caçada.


Grupo de caçadores

Quadro final das peças cobradas.















Em terras de Mértola
Uma boa caçada à perdiz


Durante o período do defeso fui, aos poucos,  sendo amavelmente informado acerca da evolução das criações de perdiz vermelha nesta Herdade que tem o condão especial de albergar belíssimas aves em termos de porte e bravura, quando atingem o seu estado de adultas.

Não sei explicar bem o porquê mas Santa Maria, nos termos atrás  indicados sobre as suas perdizes, destaca-se, na minha humilde opinião, pelo menos no que conheço de algumas outras reservas.

O dia lindo que se fez sentir, a abordagem ao terreno, a disciplina no cumprimento das instruções dadas à linha  que se montou e a colocação cirúrgica de 2 ou 3 portas durante a caçada, com a mestria de quem muito bem conhece aquelas terras, permitiu obter o quadro final da foto acima.

Pessoalmente, por razões que se prendem com os meus fieis amigos de 4 patas, estive numa dessas portas, pelo que assisti a espectaculares voos de bandos em fuga pelas encostas abaixo e fabulosos tiros em que, uma a uma , se desprendiam lá do alto e caíam estrondosamente terras e matos adentro.

No final, a satisfação era evidente por parte do nosso grupo e culminámos a comentar as peripécias da manhã, à volta de uma mesa, em Almodôvar,  num saboroso ensopado de borrego, regado com os bons tintos da região.

Um abraço amigo e até breve, na certeza porém de que, na próxima, seguramente irei " de salto" com os cães pela frente.








Bom tiro. É sua !!

Terras de Caça.



















Messejana
Conceição
Atrás da Perdiz Vermelha


Único mas belíssimo troféu. Um dos meus melhores cobrados este ano.

Mantêm-se as altas temperaturas e as consequentes dificuldades nos campos, com os cães e... nos resultados das caçadas.

Sobretudo quando nesta reserva sendo a caça nascida e criada no campo,   logo pressente, desde muito longe,  quem são os intrusos nos seus territórios habituais.

Agreste e desconfiada, pôem-se nas asas a grandes distancias e só mesmo quando  sol vai alto e as temperaturas insuportáveis e depois de alguns voos tresmalhados, dão mão,  e até saltam escandalosamente aos nossos pés.

Não há caça ou tiro mais bonito do que a de salto, isolado, ou em linha, à nossa perdiz.

No caso em apreço, por volta das 13horas, um belíssimo exemplar abatido, a saltar, poderosa, em olival velho e sujo, da direita para esquerda. Dois tiros simultâneos, cobro de um breton, e o CS a dizer-me; Sérgio, bom tiro, esta é sua !

Estimado amigo, um abraço.





segunda-feira, outubro 21, 2019

Feita à maneira ! Uma caçada de salto à perdiz.




























Conceição
Messejana
17-10-2019




Decisão muito acertada, esta que eu tomei relativamente a esta Reserva.

Não só pela qualidade da caça ali existente mas também pelos experientes companheiros que integraram a linha e que muito bem demonstraram saberem o que ali tinham ido fazer, no que se refere às técnicas e arte de caçar à perdiz em linha.

Belíssimo!.

Embora com o dia algo cinzento, e,  falo por mim, acho estes dias sempre pouco propícios  no que se refere ao tiro a estas rainhas dos nossos campos.

Ainda sem nascer o dia, dentro do monte,   sobre carta topográfica dos terrenos, foi desenhada e explicada a volta, sendo então escolhida a ponta de enrolo.

No terreno, a maioria com orografia similar ao que identifico na primeira foto acima,  7 caçadores deram muito boa conta de como se faz estas coisas e, aos poucos e poucos, as perdizes iam ficando tresmalhadas,  desorientadas e, dando " orelha".

Quanto às lebres, penso que aqui neste tema foi mais ou menos fácil a captura de uma por caçador, imposição acertada do gestor da caça.

Os cães, esses, pelo que me foi dado observar, também eram, na sua maioria, cães bons e experientes pelo que auxiliaram e muito aos números.

O Jeep, o meu novo  BA, evolui nestas lides a olhos vistos e, para além da resistência ( aguenta manhãs inteiras de caça sem aparentar grandes sinais de cansaço ) adquire experiência a olhos vistos na busca,  no rasto e nos cobros, é um cão cheio de alegria que, como é costume dizer-se, enche-me as medidas !

Recordo detecção de rasto  de perdiz, trabalho detalhado sobre o mesmo, ponto/ mostra e, cerca de 20 metros mais à frente, levantamento vibrante da ave que, bem apontada, caiu imediatamente, tendo o cão cobrado a peça, rápida e alegremente.

Quando as caçadas assim correm, é sempre com alguma  nostalgia que regressamos a nossas casas, mas, desde logo,  sempre a pensar já numa seguinte, se possível.

Abraço amigo








terça-feira, outubro 15, 2019

Em linha, à perdiz vermelha.





















Em terras de Mértola
Sábado, 12-10-2019


Entre perdizes, coelhos, lebres,  e patos à noite.

Chegamos ao Monte cerca das 10h30 da noite, e juntámo-nos a outro grupo de confrades que há muitos anos habitualmente por aqui caçam, embora eles façam algumas consideráveis centenas de quilómetros a mais do que nós.

Depois de meia dúzia de horas bem dormidas, acordei na manhã seguinte , atravessei o pátio interior e juntei-me ao pequeno-almoço, onde o bom humor cedo começou a imperar.

Adivinhava-se, desde logo, uma boa manhã de caça e o nervoso miudinho já reinava saudavelmente nas nossas mentes.

A volta às perdizes, essa, começou logo ali, à saída das traseiras do Monte.

De espingardas às costas e cães pela frente, bracos, um ou 2 setters e perdigueiros português , a linha começou a desenrolar-se com ligeireza, e algum tempo depois - muita caça a fugir fora de tiro na primeira meia hora- as oportunidades iam aparecendo.

Os bandos de perdizes , já fora dos seus territórios habituais, o que nada apreciam, começaram, como se previa,  a fazer as revoadas para trás, em altos voos por cima dos caçadores e em que, uns melhor que outros, aproveitavam tais oportunidades.

Recordo tiro meu, que mereceu mais tarde largos elogios, a perdiz revoada a sensivelmente 15 ou 20 metros de altura,  mas atingida mortal e seguramente a uns bons 50 metros de distancia pela minha Beretta, choque 3* e com a ajuda do meu habitual cartucho B&P - F2 Classic , 34gr de chumbo 6. Atingida em cheio, despencou lá do alto e foi cair, larga, atrás do talude de um açude ali existente. Insisti no cobro com o meu novo BA, o Jeep, e, surpreendentemente, não obstante o belíssimo olfacto do cão, passou 2 ou 3 vezes por cima da perdiz, até que, finalmente, lá a agarrou e cobrou alegre e rapidamente, como é seu apanágio.

Algum tempo depois cobrava a minha segunda. Levante poderoso, da direita para a minha esquerda, espingarda corrida, tiro e enrolo no ar com queda aparatosa para lá de um aramado. Rápido, levantei a parte de baixo dos arames e ordenei o cobro ao Jeep que se esgueirou e foi a correr cobrar a perdiz, mais uma vez impecavelmente. "O cão faz-se" - pensei, radiante.

Muitos mais lances envolveram posteriormente a caçada, tiros muito bonitos, belíssimas paragens dos cães a lebres e coelhos, raras vezes a perdizes, mesmo sendo novas, já alguns torcazes a entrarem ao montado e a permitirem também bons tiros, gritarias a duas zorras que fugiram com muitos tiros a tentar derrubá-las, este bicho é deveras o inimigo numero um para quem cuidadosamente trata da fauna de um couto de caça menor, ela destrói diariamente ninhos, mata láparos, lebres,  entra e pilha nos galinheiros dos montes ali existentes tal como nos narraram, basicamente tudo quanto é vivo e apanham pela frente matam. Daí o ódio que os locais têm às raposas. Desde sempre assim foi e assim será no mundo rural, não tem nada de extraordinário.

Grande satisfação, também por parte dos proprietários,  por verificar que das perdizes avistadas nesta jornada, só uma percentagem mínima caiu ao som das espingardas. Muita perdiz fugiu e os bandos mantêm-se, assim, praticamente intactos.

No final da nossa caçada, celebrámos, degustando um bom bacalhau gratinado com espinafres, garrafas de branco bem gelado das terras de Mértola, e um gelado no prato como sobremesa, tudo misturado com boa disposição e comentários dos melhores e também dos mais divertidos lances.

Os donos da herdade, também naturalmente satisfeitos com o resultado da caçada, comentavam, já durante o ritual do café,  o esforço aqui desenvolvido pelas gentes rurais, logo desde Janeiro onde iniciam o lavrar das terras, de manhã à noite em cima dos tractores, as colheitas do cereal já nos meses mais quentes, o tratamento diário do gado ovino e bovino,  e outras tantas actividades transversais aos produtos da terra, deixam-nos forçosamente a pensar como não pensar e lutar atrás das secretarias em Lisboa, em prol desta nossa gente, verdadeiros heróis do trabalho e labuta diários.

Aqui não há reivindicações de semanas de 40 horas de trabalho, é o que for necessário para extrair o que de melhor a terra nos pode dar.

Para o final do dia, guardámos a beleza misteriosa do cair da tarde, numa espera  aos patos selvagens, desde as 18h30 até às 20h, com entradas pontuais de 2 ou e 3 patos de cada vez,  já muito escaldados, desconfiados, mas que permitiram ainda disparos suficientes para a captura de 3 reais e uma fêmea.

Até breve e um

Abraço amigo.









Leziria de Vila Franca - de novo em modo de treino!!

















10-10-2019
ZCM

Aproveitando a manhã de quinta-feira e mais para dar algum trabalho físico aos cães, nova deslocação à Lezíria.

Continuam as terras completamente intragáveis devido às nuvens de pó levantado dos caminhos pelas máquinas, tractores, alfaias e camiões de carga.

Uma investida numa área de pimento já apanhado e 2 codornizes cobradas e 2 falhadas.

Assinalável paragem do Jeep, digna de foto que não foi possível, em codorniz que pouco aguentou e fugiu não sem antes ser perseguida por 2 tiros.

Para esta caça, continuo a ser fiel ao B&P , 30 gramas, chumbo 9 ( para quê inventar? ) e conto relatar 2 ou 3 caçadas à codorniz noutra zona, mas quando começarem a cair as primeiras chuvas, o que, na altura em que escrevo, já se vai verificando.

Um abraço amigo.








domingo, outubro 06, 2019

Serra de Serpa


























 05-10-2019
Uma Caçada à Perdiz


Caçar à perdiz vermelha na Serra de Serpa, em Outubro, com 28 graus de temperatura, convenhamos que , para mim, já é obra!.

Do alto dos meus graças a Deus bem vividos 64 anos, prestes a contabilizar já os 65, pela primeira vez na minha vida de caçador admito que estive quase, mas mesmo quase, quase,  a desistir de caçar de salto e ir para uma porta,  nesta bonita e relativamente pequena Zona de Caça, com cerca de 330 hectares, mas que alberga enorme qualidade na caça que ali nasce e cria.

Os efeitos físicos dos pronunciados barrancos, profundos,  e muitos carregados de mato, e o calor atroz das 11 horas da manhã, após trepar  e descer barrancos uns atrás dos outros, quase me obrigou a atirar o tapete ao chão. Foi por um triz. Não fora logo ali uma milagrosa pequena pausa dos caçadores em juntarem-se para refrescar com abundante água ingerida e teria mesmo desistido.

As perdizes, essas, como já esperava,  não deram "orelha" , atirei ainda a 2,  já com os "bofes" a sair da boca,  largas, e acabei por resumir as minhas capturas somente a um coelhote, bem entrincheirado em fileira de juncos, mas que a Inka, habilmente, desalojou e deitou-o a correr na minha frente, da direita para a esquerda, em jeito de: toma lá! Tiro certeiro, fácil, e cobro irrepreensível da cadela.

A perdiz na Serra de Serpa  é completamente selvagem e muito difícil de fazer saltar ao alcance de tiro. Ouvem-nos bem ao longe, põem-se a patas, e com os terrenos como estão em Outubro e este ano, só mesmo as portas conseguem algo mais, e pouco!

Não consigo descrever quaisquer lances de tiro, primeiro porque não consegui capturar nenhuma, e,  segundo,  porque das abatidas nenhuma vi a cair, devido ao acidentado do terreno, só mesmo as consegui examinar já penduradas nas piorneiras dos caçadores.

No final da manhã, 11 perdizes capturadas, todos belos exemplares, e 2 coelhos, não mais.

Lebres, algo habituais também por aqui, vimos uma morta , mas não com mixomatose, e outra escapando ao longe.

Salvou-nos um divinal ensopado de borrego, feito com hortelã da ribeira e bem regado com Pianitos, tinto box dos Arrochais.

Aqui sim, alegrámos então as almas e findámos com alegria e boa disposição,  numa manhã de caça muito dura, daquelas mesmo... "à antiga".

Ficou prevista nova jornada, mas só quando chover. Nas condições deste dia, por aqui, não dá mesmo. É só sofrer.

Um abraço amigo e até breve.





quinta-feira, outubro 03, 2019

2019 - Abertura da Caça à Perdiz

















Mértola, 02 Outubro 2019



À primeira impressão as criações de perdiz terão sido este ano  menos favoráveis quando   comparados os efectivos , com a época passada.

Atendendo à grande dimensão desta reserva, não podemos , desde já, comprovar este facto. Deveremos, assim,  aguardar por mais algumas jornadas para termos melhores certezas.

Todavia, nas populações de lebres, vítimas, como é do conhecimento geral, do fenómeno da  mixomatose, foram avistadas claramente em muito menor número.

Ainda assim, arriscou-se a Abertura neste dia 2 de Outubro e, com uma linha bem articulada de 5  caçadores e 3  portas sempre bem colocadas no terreno, conseguimos no todo resultados interessantes, apesar das temperaturas ainda muito elevadas, e, sobretudo,  a secura e dureza extremas das terras alentejanas, onde, pelo ruído que as nossas próprias passadas causam,  não só os bandos de perdizes levantavam muito fora de tiro, como também deu-nos cabo das pernas e tornozelos, levando-nos a  cansaço extremo.

A comprová-lo, o facto de terem sido as portas, as mais eficazes no que se refere aos abates.

Nesta abertura, estando a minha BA Inka em pleno cio, decidi levar o novo reforço, o JEEP, na foto,  e pô-lo à prova com perdiz do campo pela frente.

As minhas expectativas, quanto ao cão, foram superadas nas 3 vertentes que quis analisar mais em detalhe:
  • a resistência ao calor;
  • a performance do nariz;
  • a eficácia do cobro.
Faltar-lhe-á ainda a matreirice da busca, o que é perfeitamente normal,  mas os indícios foram deveras muito positivos. Quero vê-lo mais tarde, no adiantado da época de caça,  para melhor me poder pronunciar.

Abraço amigo