domingo, setembro 13, 2020

Aos Patos, em Mértola

 





 
 
 
04-09-2020 
Zona de Caça em Alcaria Ruiva - Mértola


O meu amigo S. tinha-me falado neste açude, que o Guarda lhe tinha dito que havia uns bons patos a ir todos os dias lá dormir pela calada da noite, que merecia a pena marcar presença com uma caçada, para tentar derrubar alguns.

Com o "bichinho" a morder saímos de Lisboa com 34 graus, pelas 15h00 , com hora marcada às 17h30, para o encontro com o Guarda,  Sr F.,  à entrada do Monte da Reserva.

Prometido para o final da jornada e para o jantar lá no Monte estavam duas galinhas caseiras, feitas de tomatada, em tacho, com batata frita cortada à mão, e arroz branco, com vinho tinto da região. Só isto já quase merecia a pena a viagem.

Colocados no açude, no meio das atabuas, aguardámos, com ansiedade, os ditos "adens".
 
Já não se via o sol e ainda não tinha visto nada de caçável. Alguns minutos depois, dois tiros à minha direita, olho, e esteiro pela frente um bando de reais, 10 ou 12, a entrarem à água  em grande velocidade. Quase que me assustei. Lindo.
Agachado, vejo dois que se entrecruzam com o tradicional CUÁA...CUÁ_CUÁ de pânico. Precipito-mo e faço fogo. O primeiro cai com estrondo dentro de água. O segundo assustado, sobe quase na vertical. Tento a carambola mas erro-o muito por trás.

O tiroteio prossegue, apercebo.me que há quem atire larguíssimo, pior para eles.

Mais uns largos minutos de espera. Aí vêm mais,  direitos à água, parecem F16 a descer. Dois poisam na água. O meu coração bate mais forte e...gatilhada. Ficam 2. Levantam outros 3 ou 4 e passam pela minha direita. Estava inspirado nesta noite. Corro-lhes a mão e disparo, cai um, seco, na margem, já fora de água. Com o terceiro tiro, "zás", começou logo a descer atingido numa asa. Salto do lugar e corro na direcção onde o vi cair, procuro a uns cinquenta metros, espero ali um pouco que se mexa, e ei-lo a correr atrapalhadamente entre a vegetação rasteira à volta do açude. Apanho-o, rápido. É lindo, mesmo, pescoço verde azulado, com um colar branco, as asas cinzentas, brancas e pretas, aliás como o resto do corpo fazem contrastar ainda mais o espelho azulado. Tenho uma pena enorme de o matar mas não queria que sofresse mais.

No final, entre mais 2 ou 3 cobrados, uma dúzia entre mim e o S. 

As galinhas de tomatada, essas, estavam simplesmente divinais, que sabor de carne,  e a simpatia do guarda e sua esposa são por demais. O vento suão, com temperaturas ainda imagino na ordem dos 30 graus, entrava pela modesta casa de janelas e portas todas abertas. Belo jantar.

Arrumada a tralha, regressámos a  casa onde cheguei por volta das 2 da manhã, cansado mas satisfeitíssimo . Tudo correu bem e há que aguardar, agora, por nova (boa) oportunidade.

Um abraço amigo.