sexta-feira, setembro 17, 2021

Simbiose perfeita

 




Setembro 2021
Castro Verde

A ansiedade era muito grande. 

Há um ano que não caçávamos à codorniz. As saudades destas jornadas vincam-nos sempre de uma forma muito forte.

Saímos de Lisboa aí pelas 04h15 e às 06h30 já estávamos no local que havia sido combinado. Connosco,  3 bracos alemães a viajar tranquilamente na caixa da Berlingo. A minha cachorra, com muita pena minha, ficou em casa, pois tinha iniciado o seu primeiro cio a 30 de Agosto, para mal dos meus pecados.

Ainda na penumbra do inicio do nascer do dia,  seguimos atrás do Jipe do Guarda para uns restolhos de trigo onde o gado não havia entrado. 

Largas tiras de restolho entremeadas com matos e arrifes próprios desta região. Um ou dois barrancos sendo  um com água de nascente e algumas poças bem afastadas por centenas de metros.

Coube-me a mim seguir com o Jeep  ( meu braco alemão) pelos locais mais elevados da herdade, o que talvez tenha sido a minha sorte pois os dias iam muito quentes e estas pequenas aves frequentavam sobretudo aqueles sítios onde passassem ligeiras brisas.

Primeira paragem do Jeep, passo rápido para junto dele e saltam um par delas.  Consigo o doble!!
Grande alegria. Belo cobro do Jeep que cobrou logo uma, de forma imaculada, como habitualmente. A outra, como a tinha visto cair no restolho, deixei-me de brincadeiras, marquei a pancada,  e fui lá pegar nela.

Penduradas as duas na pioleira, seguimos em frente.

Cá mais em baixo,  o PL também ia fazendo o gosto ao dedo, muito embora houvesse menos aves.  Tem este ano uma cachorra com ele que ( digo eu ) será um dia mais tarde o sonho de qualquer caçador de codornizes.

Umas paradas, outras levantadas à frente dos nossos pés caminhámos, uma a uma, para fazermos a conta das 10 cada um, durante cerca de 3 horas de caça.

Todavia, não se pense que a herdade estava infestada de codornizes. Longe disso. Tiveram que ser os cães, também, a trabalhar ( e muito ) nos restolhos, dentro dos arrifes e mais tarde dentro das valas.

O meu cão, cada vez que cobrava uma ( e não deixou lá nenhuma) sentava-se junto de mim  e pedia-me água, numa simbiose quase perfeita, pois sabe que quando o faz, é sempre a sua recompensa nestas jornadas tórridas de Setembro, razão pela qual levo sempre algumas garrafinhas no colete de caça.

No final, o desejo de lá regressar mas ainda assim alguma contenção,  pois não saltaram assim tantas como pretendíamos.

A lá voltar com um até breve.

Correu bem !!

Um abraço amigo