quarta-feira, dezembro 18, 2013

3 horitas de brincadeira...



A "rapaziada" de Quintos.




Quintos
Beja - 15 Dezembro 2013

Combinei na véspera com o amigo António B., responsável pela 
gestão desta Zona de Caça, ir dar uma voltinha às orelhudas.

No domingo, pelas 08h30 (não era preciso madrugar ) fomos ao Café do José T., a Quintos, comer qualquer coisa ao pequeno almoço e beber a indispensável bica matinal.

Ali, juntaram-se a nós alguns companheiros de Quintos.

Pelas 09h00 da manhã, parámos os carros, mesmo à saída da vila,  preparámos as armas e cartucheiras, soltámos os cães e  iniciámos a caçada.

Para mim,  "calhou-me" em sorte fazer a ponta direita. 

A missão, essa,  era eu ir sempre junto a um barranco e acompanhar o parceiro da esquerda.

O dia, solarengo e com uma temperatura óptima para caçar, estava maravilhoso.

Meia dúzia de centenas de metros percorridos, logo a Inka desaloja uma lebre da borda do barranco. Dois tiros e aí vai ela, ferida com gravidade, mas com a cadela no seu encalce,  a ladrar, desesperada para conseguir apanhá-la.

O Fernando gritava: "está ferida, não atirem...!

A Inka foi "rabiada" diversas vezes pela lebre mas, finalmente, depois de muita corrida e esforço, lá conseguiu capturá-la. Logo os outros cães se aproximaram rapidamente -lembrei-me das hienas! - tentando tirar-lhe a lebre da boca. Má sorte que ela não deixa. "É minha", parecia querer dizer, firme, cobrando a lebre alegremente e trazendo-a às minhas mãos. Enfiei-a no bolso do ladrão do colete, fiz-lhe a habitual festa,  e prosseguimos.

Não tardou muito e saiu outra, desalmada,  na frente da cadela. Um tiro certeiro e novo cobro.
É pá, 2 lebres e ainda por cima adultas, é peso a mais praticamente logo no inicio da caçada. Para evitar isso, pegámos nas ditas cujas e pendurámos, escondidas, nas ramadas de uma oliveira grande, ali existente. Quando viermos à volta, levamos - disse-me o meu companheiro "da esquerda".

O barranco, repleto de canavial, tinha, pontualmente, algumas charcas de água.

A Inka baixou a uma, na borda da água entrou aos juncos e parou, imóvel. Sem conseguir perceber o que era aproximo-me e vejo saltar uma galinha de água, a que, propositadamente, não atiro. Saltou a galinha e saltou a Inka logo atrás dela, estatelando-se totalmente dentro da água gelada. És jovem, não pensas - disse para comigo.

Noutra charca, mais à frente, a Inka entra aos juncos e aqui foi mais a sério: faz saltar 4 ou 5 patos reais. Encaro a Benelli, e com um B&P, Ch 6 - F2 classic, consigo atirar um pato cá para baixo. Para nosso grande azar, infelizmente não o conseguimos mesmo cobrar pois caiu dentro de um silvado enorme, intransponível,  e, além disso, ainda me pareceu que estava "de asa" pois caiu aos trambolhões.

Nos pastos, as codornizes ainda são por ali frequentes mas, nesta altura, por lei, já não se podem caçar. Nunca vi nada de semelhante em toda a minha vida de caçador, mas a cadela parou-se com uma, a ave levantou e a Inka, rapidíssima apanha-a com a boca (sem tiro nenhum)  e vem trazer-ma à mão.
Pelo caminho, vimos mais uma série delas, não sei se ficam por cá a nidificar ou se ainda emigram para o Norte de África. Sou mais apologista da emigração embora saiba que sempre ficam algumas.

A linha ia fazendo o seu "serviço" e, já na volta de regresso, levámos um bando de perdizes pela frente. Desse bando, só conseguimos 3 e foi deixando enrolar 2 das espingardas para o fim do olival, esperando que as outras 4 armas conseguissem colocá-las cá para fora. Curiosamente, foram as 4 espingardas que esperaram que as caçaram. As 2 de fora só as viram de asa aberta, em voos prolongados, para outras zonas.

De permeio, nas terras lavradas, saíram mais umas lebres e outras fugiram,longe das espingardas, para outras paragens.

Como disse o amigo António B., fomos fazer uma brincadeira de 3 horitas de caça.

Gosto mesmo destas "brincadeiras".

6 espingardas
10 lebres
3 perdizes

Abraço amigo