terça-feira, setembro 02, 2014

BEJA - Terras da Salvada - Abertura da caça à codorniz.



Gloriosa manhã de caça à codorniz.
Resultados nos limites

No quarto, ao meio-dia, a Inka completamente exausta.








































Sexta-feira, 20 de Junho 2014.

No escritório, em Lisboa, recebia uma chamada do meu filho mais novo: "Pai, a Inka foi agora atropelada aqui na rua".
Em pânico, saí do trabalho a correr, peguei no carro e "voei" para o local. De caminho ia acompanhando e falando com o meu filho, "que tinha saído para dar uma volta de bicicleta e a Inka, como habitualmente, ia a correr atrás dele". Desta vez, o azar bateu à porta e foi violentamente atropelada, sendo projectada para debaixo de outro veículo e não se conseguia ter de pé.
Meia-hora depois, cheguei, já lá estava, também, a minha mulher, e estavam, com a ajuda duns vizinhos, a segurar a Inka com uma toalha por baixo da barriga. Tinha a perna traseira, esquerda, partida e diversas escoriações por ter sido arrastada no alcatrão.
Rapidamente fomos para o Hospital veterinário e, depois, de alguns RX e um internamento para o dia seguinte, o diagnóstico: não iam operar pois o osso da bacia quebrou junto ao nervo ciático. Teria, assim, de ficar em repouso absoluto, para o osso danificado calcificar. Reymadil e Virbac foram os comprimidos anti-inflamatórios e tonificante muscular que lhe administrei durante os 60 dias seguintes.
A recuperação, só eu sei as horas, a angustia e os trabalhos por que passei até começar a ver algumas e nítidas melhoras.


Segunda-feira, 01 de Setembro de 2014

Depois de muitos dias de passeios diários pelos campos circundantes à minha casa, a Inka, pouco mais de 2 meses após o atropelamento,  mostrou-se em condições de comparecer à chamada da caça à codorniz e , com alguma margem de conforto, resolvi levá-la.

O meu receio, no entanto,  era que a cadela fosse incapaz de resistir à dureza de tal prova, quando ainda, por mero receio instintivo, continuava a coxear para "defender" a sua pata.

No entanto, após uma última consulta no Veterinário e mais um Rx, fui autorizado e até recomendado a regressar à prática da caça.

Quando eu e o Paulo L. saímos do Monte para a caça, as codornizes, que este ano criaram abundantemente, depressa fizeram a Inka esquecer-se da pata.

Tudo o que eram pastos, linhas de água, restolhos e outros terrenos, foram literalmente varridos  por esta extraordinária cadelita que, deixando de vez de coxear,  não hesitou em "entrar" às valas para de lá desalojar as "africanas".

Com muito poucas horas dormidas, as aves iam saltando e eu... a falhar os tiros, a falhar, a falhar, a falhar como nunca falhei em todo o meu historial de caça. A Inka com nota 20 no seu trabalho. O dono, com nota claramente negativa, ainda por cima lhe dobrou os trabalhos até conseguir chegar ao limite imposto por lei nesta espécie.

O Paulo, gentilmente, ainda me emprestou alguns B&P , Ch. 9 para tentar chegar  aos carros com as armas carregadas.

Embora muito cansado dos 3 dias que tinha passado, a minha incontida alegria em ver a Inka curada de vez, tudo compensou. Para compor o ramalhete, ainda capturei uma lebre logo pela manhã, levantada e corrida pelo "Sado", cão valoroso do Paulo que também muito ajudou nesta jornada.

No quarto do Monte, preparando o regresso e após tomar um refrescante duche de água fria ao meio-dia, acabei por tirar a foto acima, com a cadela deitada, onde é evidente a violência do esforço que o animal fez, mas por paixão! Afinal, são as paixões que também movem as nossas vidas, certo?

Lá fora, as temperaturas rondavam implacáveis 36/37  graus.

De regresso a casa, dei-lhe um banho fresco, meti-lhe as patas em água morna com sal e, hoje, um dia depois, à hora a que escrevo, já está lá fora, prontinha, à minha espera, com o rabo a abanar,  para nova jornada.

Um abraço amigo e viva a abertura de 2014.