quinta-feira, dezembro 11, 2014

À Perdiz brava em Ourique



Poucas, mas boas e bastante suadas.

























Novembro 2014

Pese embora os terrenos ainda estivessem bastante alagados, em consequencia das fortes chuvadas e intempéries que, segundo os meteorologistas, tornaram o mês de Novembro o mês mais chuvoso dos últimos 17 anos, adivinhávamos um dia cheio de sol, com as condições necessárias e boas para a prática da caça de salto em linha, à perdiz vermelha.


As perdizes nesta herdade são filhas do campo,  completamente bravias, pelo que, nunca a tarefa que tínhamos pela frente seria fácil.


Costumo dizer que se reparo numa ou duas perdizes levantarem voo e se vejo onde elas vão poisar, começo a "torcer o nariz" quanto à sua qualidade. Aqui, quando levantam voo, vemos a direção que tomam, mas é muito raro vermos onde vão poisar, sendo isso sinónimo dos seus voos poderosos e musculados, filhas da terra como acima disse.


Como em qualquer batalha, definimos uma estratégia e um plano de ataque e, na minha opinião, só cometemos um erro. Colocar uma porta exatamente no Biló. Aquela porta não pode estar ali, sobretudo à vista desarmada, pois a 'querença do Biló' é tão grande que as perdizes de certeza que repararam que as ruínas do Biló estavam ocupadas e evitaram para lá ir. Se tivéssemos tirado aquela porta dali, diria que poderíamos cobrar mais um ou dois pares delas. Fica  a lição e, por isso, na próxima vez, há que retificar.


Foram difíceis, deram muita luta, com belos lances de cobro nos limites, mas o prazer de cobrar uma ou duas destas perdizes não se assemelha em nada a alguns coutos por onde tenho passado.


Aqui, todos sabemos que é verdadeira qualidade em vez da quantidade. Por isso, tenho a certeza que quando o G. capturou, redonda, aquela perdiz ao final da manhã, a diversidade de sentimentos e sensações que de imediato o invadiram quando desatou a correr para ir apanhá-la, deve ter sido algo de maravilhoso que preenche a alma de um verdadeiro caçador. Pelo menos, comigo, teria  sido assim.


O almoço na D. Amália em Aldeia de Palheiros, foi de muitas estrelas ( adoro aqueles lombinhos magros de porco preto) e, com grande satisfação, terminámos a jornada, não sem antes passarmos pelo "canto do pássaro" para beber mais um cafézinho antes do regresso a casa.


Da minha parte, como ia para Beja no dia seguinte, "cozinhei" ainda ali uma ideia e fiquei mais um pouco e entrei no Pingo Doce, para comprar meia dúzia de coisitas, conforme estória que conto de seguida.


Abraço amigo e até à próxima.