domingo, outubro 02, 2016

Abertura Geral à Perdiz. Quem lhes chega?




























01-10-2016
Herdade de Santa Maria
São João dos Caldeireiros


Na véspera, no Brasileiro, em Mértola, abrimos uma garrafa de Herdade da Bombeira, proveniente de pequena vinha por ali plantada nas margens do Guadiana, com castas maioritariamente Syrah e Alicante Bouschet mas que produzem um tinto maduro, estagiado em madeira, muito agradável, e acompanhámos com um ensopado de borrego e umas plumas bem grelhadas, com salada de tomate bem maduro da horta e cebola.

Rematámos com uma sobremesa conventual - torrão real - e, no final, "lavámos" a boca com um resto do vinho que, propositadamente, deixámos de sobra exclusivamente para este efeito.

A  noite, por bem dormida que foi, deixou-nos uma óptima sensação de conforto quando nos levantámos na manhã seguinte e nos lembrámos que o destino ficava somente a cerca de 10km na Herdade de Santa Maria.

Para véspera, não poderia ter sido melhor!

O dia, o tão esperado e ansiado dia da abertura à perdiz rainha estava a chegar e, por aquilo que tínhamos visto 15 dias atrás,  numa caçada aos coelhos, as perspectivas estavam no topo.

Mas este tempo, este ano, estas temperaturas escaldantes,  persistem em manter-se adversas e desesperantes para o desporto da caça.

E quando não falamos de perdiz criada em cativeiro, ainda mais este efeito se faz sentir.

Posso afirmar que a Herdade tem uns bons bandos destas aves e, neste primeiro dia, com calor em demasia - às 10h00 da manhã já o suor escorria-me pela cara abaixo como se alguém me tivesse despejado um garrafão de água pela cabeça, ainda não me tinha saltado uma perdiz de levante, verdadeira, como aquela que sempre se espera numa abertura de caça.

Criámos 2 ou 3 portas para tentar safar um pouco os números da Jornada mas também isso acabou por pouco ajudar a melhorar substancialmente os resultados.  

Poderia ter capturado 2 ou 3 aves, certo, mas elas não foram assim tão fáceis . Vi muita perdiz longe, a levantar com o ruído dos nossos passos a quebrar estevas secas e mato e voar para locais mais seguros.

A que cobrei apareceu-me, transversal, pela minha esquerda, voando para trás. Um tiro de F2 Classic- Ch 7 e enrolou logo, tombando a uns bons 40 ou 50 metros fora da minha vista. Não fora a braco, a Inka, que a descobriu no meio dumas pedras dentro dum esteval e por lá teria ficado. A alegria foi enorme quando vejo a cadela sair das estevas com a ave na boca, sem mácula, impecável.

No termo da jornada consegui 3 coelhos e 1 perdiz. Certo que a linha deixou muito a desejar no que se refere ao funcionamento desejado para este tipo de caça, mas só isso não explica tudo.

Satisfação por verificar que, este ano, a criação dos coelhos foi, também,de feição.

Esperemos e rezemos por chuva e quanto mais cedo melhor.

Um abraço amigo.