Abertura Geral - Baixo Alentejo
Grande dia de Caça !
Companheiros de 4 patas: Jeep e Kali, ambos raça braco alemão.
Na estreia da minha nova companheira de 4 patas, prestes a completar 6 meses , foi, pela primeira vez, à caça, e logo da perdiz vermelha. Assim, levei comigo o meu braco alemão, o Jeep, destinado à "segunda parte", sendo que a cachorra, a "Kali", faria as primeiras duas horas de trabalho, pela fresquinha.
Segundo informação do dono da herdade, já sabíamos que as criações de perdiz nesta zona tinham sido fora do normal, muito melhores que na época anterior , pois, para além do maior número de bandos existentes, o número de efectivos em cada bando era francamente generoso.
Com isto a ansiedade imperava ainda mais e, no caminho para a parte da herdade que iríamos caçar, reinava como é habitual a boa disposição no nosso grupo de 8 caçadores, misturada e notada também com algum nervoso miudinho. Da minha parte algum receio com a Kali pois, sem qualquer tipo de treino, inclusive de tiro, não gostaria mesmo nada de a ver a esconder-se ou a correr desalmadamente pelo campo e aborrecer os restantes confrades num dia tão importante como este. Nas semanas anteriores em minha casa, algum treino de trela e cobro e respondia de vez em quando ao apito mas, num dia como este de tiros, gritos e ladras, receava que a cadelita ganhasse medo e perdesse o seu próprio controle. Foi por isso uma grande aventura e risco da minha parte.
O primeiro erro da volta foi começar com o vento ( mais uma brisa forte ) pelas costas. Enervante ver os bandos de perdizes a levantar fora de tiro e os cães sem poderem caçar de ventas ao ar e, por isso, a esticarem-se mais. Poucos tiros, quase nenhuns abates e muita perdiz fugida. Resolvemos por isso alterar a estratégia e, na carrinha 4x4, fomos todos, alguns kms mais à frente fazer a volta inversa, desta feita contra o vento.
Ora, aqui e agora, foi tudo mesmo muito diferente. As perdizes começaram a dar tiro e a atravessar a linha proporcionando alguns abates verdadeiramente espectaculares. Alguns bandos, de 9, 10 ou mais aves, conseguiram escapar completamente ilesas, sem tiro. Finas. Não faz mal que ficam lá, não fogem e voltaremos o mais breve possível para lhes dar caça.
Quanto à Kali, braco alemão de pelo liso, filha de Voss deAlmansur e da Lança das Meiguices, foi uma autêntica surpresa. Não revelou nenhum medo aos tiros, caçou sempre perto de mim ( surpreendente) em zig-zag como mandam as regras e sem que ninguém a tivesse ensinado, tomava ventos sempre de cabeça levantada e não se fazia rogada em meter o ( belíssimo) nariz no chão sempre que sentia o rasto das perdizes. A cauda constantemente a abanar revelava grande satisfação da sua parte. À primeira perdiz abatida tive a grande sorte da cadelita a ter visto logo a tombar 30 ou 40 metros lá para a frente no meio dos pastos altos, esqueceu o estrondo do tiro e desatou a correr direita à ave abatida. No local, a perdiz ainda desatou a fugir o que ajudou mais pois a cachorra em grande frenesim correu atrás dela até a conseguir capturar. O PL gritava-me animado, "está feita, já não é preciso mais, já ganhou vício" Deixei-a saborear e mordiscar a ave ali por alguns bons momentos e depois comecei a chamá-la. Que alegria vê-la tomar a perdiz na boca e vir trazê-la ao dono. Boca doce, tudo perfeito. Seria bom se assim sempre continuar. Após 3 ou 4 lances similares de tiro e cobro, já estava com 2 horas de caça e, extenuada, a última perdiz cobrada, não o esquecerei, trouxe-a na boca e quando chegou ao pé de mim, deitou-se no chão de lado mas não largou a perdiz da boca. Altura de de trocar de montada e fui buscar o Jeep que continuou por mais 3 horas comigo.
Uma manhã perfeita de caça, não fora um lamentável episódio de briga entre dois cães machos, durante o habitual taco matinal. O dono, irreflectidamente, foi tentar separar os animais com as mãos e sofreu duas ou trés dentadas numa das mãos, tendo sido suturado com diversos pontos do Centro de Saúde mais próximo e ministrado antibiótico adequado. As rápidas melhoras para o P.
Em caso de briga nunca tentar separar 2 cães com as mãos. Existe este risco pois os animais estão tresloucados e não reparam onde mordem, querem é morder.
Um abraço amigo e continuemos, todos, com saúde, as nossas jornadas.