24 Outubro 2020
Por terras de nuestros hermanos fomos gentilmente convidados para esta caçada, integrados em grupo que há muito anos caçam no país vizinho.
Com uma área de pouco mais de 500 hectares, o terreno é muito bonito para a prática da caça à perdiz com cães de parar, quer em linha quer de salto, isolado, bastando saber como dar as voltas para conseguir alcançar perchas que se pretendem sejam sempre moderadas.
Este Couto, então, para a chamada Media Veda, caça de rolas e torcazes , é absolutamente fabuloso.
O Couto tem uma elevada densidade populacional de perdizes e lebres ( embora a estas esteja proibida a sua caça pelo Dono da Herdade ) fruto da gestão orientada para a caça, deixando, inclusive, sementeiras inteiras por colher, que lhes servem de abrigo para procriarem ao abrigo e protecção dos predadores, bem como fornecimento de comida durante todo o ano.
As bravas perdizes, em muitos bandos de 7, 8 ou mais, dão-nos que fazer pelas barbas, mas a oreografia da herdade permite belíssimos lances , quer no que respeita ao tiro em si quer no trabalho dos cães, constituindo uma autêntica escola onde se pode examinar a capacidade e sagacidade dos perdigueiros.
Os pastos altos, os pequenos matos ( matorrales como lá lhe chamam ) e o terreno algo ondulado, constituem um pequeno paraíso para a caça destas aves. Os cobros feitos pelos cães são algo difíceis mas como o grupo de caça é relativamente reduzido e solidário, a entreajuda em não deixar aves feridas ou mortas é deveras assinalável.
No final, 6 espingardas cobraram 30 perdizes, contribuindo para a satisfação do guarda, que assim vai gerindo os efectivos e permitindo mais jornadas pela frente.
De reter que, contrariamente à desaparecida tradição do que outrora foi praticado em Portugal, o guarda, no final, destripa todas as aves capturadas. É tradição em Espanha, pena que por cá tudo se faça para que essas referencias e tradições caminhem lentamente para o seu desaparecimento.
Um abraço e até breve.