quinta-feira, novembro 04, 2010

Memorável Jornada de Caça às Perdizes
















31-10-2010
Data para não esquecer tão cedo.

Caçar bem não significa caçar muito.
Neste dia sucedeu precisamente o contrário. Caçámos bem e caçámos muito.

Na véspera tínhamos estado a caçar na Herdade da Lobata e o tempo não tinha ajudado a festa. Daí que, quando me levantei da cama, na Serpínia, a primeira coisa que fiz foi abrir as portadas da janela do quarto e espreitar lá para fora, para ver o tempo. Estava tudo estrelado. Perfeito! - pensei. Para uma manhã de caça à perdiz não podia estar melhor.

O Miguel ainda dormia profundamente, cansado do dia de caça anterior, pelo que resolvi deixá-lo continuar "no sono dos anjos".

Duche tomado e pequeno-almoço, água mineral, chá preto, 3 torradas com manteiga e doce de abóbora, uma maça verde e um iogurte natural, tudo rematado com um café forte bebido ali mesmo ao balcão da sala de pequeno-almoço. À entrada da sala de refeições, como habitualmente, deixo logo ali no chão a bagagem da caça e a espingarda escolhida para o dia pelo que, após deleitar-me tranquilamente com o pequeno almoço, foi só pegar na trouxa e meter tudo dentro da carrinha.

No Monte onde os caçadores se reúnem toma-se também o pequeno almoço mas, para mim, já de barriguinha cheia, limitei-me a beber mais uma xícara de café de cafeteira e pouco mais.

No sorteio, na fase de caça de espera fico com a porta 12 e na caçada de salto sai-me em sorte o nº 1, logo, ia fazer a ponta da linha de caçadores.

Transportados nas carrinhas da Associação de Caça, adaptadas para o efeito com bancos de madeira propositadamente feitos e bem assinaladas no que se refere ao que é Portas e ao que é Batedores ( caça de salto), a organização fica muito mais facilitada e agilizada.

A manhã estava linda e , tranquilamente, ocupei em silencio a minha Porta 12. Pela frente uma chapada de montado com sobreiros e pasto onde, no ano anterior, tinha visto as perdizes e lebres a entrarem generosamente àquelas portas. Daí o natural entusiasmo quando me recordei onde estava.

Mas como as caçadas, por mais que o desejemos, nunca são iguais, desta vez a coisa não correu assim tão bem. Ainda assim, deu para "colocar" 2 perdizes no chão, com 2 bonitos tiros com o Rotweill 36 gr ch6 ( que satisfação de cartucho).

Passado à fase da caçada de salto, esta para mim foi absolutamente memorável.

"Atacámos" uma extensa parte da Herdade. A paisagem era de montado com pouco relevo, com sobreiros, lavradas, e pastos.

Como missão tinha de fazer a ponta esquerda da linha e era fácil: - caçar sempre à distancia legal da estrada alcatroada, não havia que enganar.

Não demorou a ver as primeiras perdizes. Levantei e "atirei" um bando de 7 ou 8 , em voo largo, para a frente da linha de caçadores. Como não ouvi tiros, deduzi que foram pousar largas , mas seguramente à frente da linha.

Alguns minutos mais tarde, novo bando de mais ou menos 1/2 dúzia delas fugiu no mesmo sentido. Continuei a não ouvir tiros pelo que a conclusão a que cheguei foi exactamente a mesma. Pousaram muito à frente da linha mas "sem dar tiro" a ninguém.

Ao descer um barranco lavrado , "brrrrrrr" , levantou-se um macho, com aquele característico e terrível barulho de asas, que nos deixa invariavelmente especados de início mas que nos leva, naquela fracção de segundos, a reagir, encarar a semi-automática, disparar e, neste caso, vê-la cair para lá da pequena linha de água que tinha pela frente, do lado de lá do barranco. Ficou na lavrada a bater ainda as asas no chão pelo que o sítio da pancada era fácil.

Pendurado no cinto, cheguei-me um pouco para a direita para alinhar com o B. que vinha ao meu lado. As perdizes já começavam a "arrepiar" para trás e passavam-lhe ao lado mas por cima do Zé S. . Grito de aviso, levantou a de sobrepostos a 90 graus e despegou uma lá do alto, com um belo tiro. Daqueles de..."encher o olho" - como costuma dizer-se.

Encostei-me de novo à distancia regulamentar da estrada.

Desta feita calhou-me a mim. A uns 30 metros de altura passa-me uma para trás ,de voo planado. Um bom encare da nova automática , alguma calma e, sendo um tiro com elevado grau de dificuldade acabou por ficar muito bem colocado. A perdiz morreu, de certeza, logo lá nos 30 metros de altura pois caiu completamente redonda, feita numa bola de penas, com um enorme baque no chão.

Pendurei-a no cinto e continuei caminho para não perder a ponta da linha, sempre tão importante.

Do B. veio em corrida desenfreada uma lebre que procurava furtar-se ao exército. Passou-me de través, aí a uns 20-25 metros, no pasto. Tiro fácil e "estendi-a" de imediato não sem antes dar 2 cambalhotas tal a velocidade a que vinha.

Estes alguns dos melhores lances, aqueles que nos dão de facto grande satisfação e que nos ficam na memória, quando no exercício de um dia de caça.

Até ao final da manhã, no total conseguiu-se um bonito e colorido quadro de caça , com muita perdiz, lebres e coelhos e penso que deu para todos se divertirem e tirarem o máximo proveito e gozo daquelas terras tão ricas em fauna.

O almoço, onde reinou sempre a boa disposição à mesa, foi composto por um belo guizado de javali. Porque é que os almoços, nos dias de caça, sabem sempre tão bem ?

Para a semana temos uma de coelhos na ZCT Sta Iria , mais conhecida pelos Peixotos.

Abraço amigo
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