quarta-feira, outubro 01, 2014

Caça à Codorniz - uma escola para os nossos cães.



Última jornada às codornizes
















Salvada - Beja
Voacaça

Provavelmente enquanto escrevo, depois das chuvas e trovoadas da passada semana, muitas das "africanas" terão emigrado para terras do norte de África, mais apropriadas para se refugiarem dos rigores do inverno do continente Europeu.

Apesar da presente semana estar a ser de temperaturas elevadas, não acredito ir encontrar, em quantidade, o que encontrámos nestas jornadas de Setembro.

No próximo fim-de-semana inicia-se a caça à perdiz vermelha e, com ela, com a "rainha", muitos caçadores irão seguramente deixar de dedicar parte significativa do seu tempo à codorniz.

Neste cinzento mas abafado dia 27 de Setembro uma vez mais os nossos companheiros de 4 patas trabalharam bem, muito bem, bravos, descobrindo, parando, seguindo rastos e levantando, cobrando, no final,  exemplarmente.

Nada mais belo e excitante do que um braco, um pointer, ou qualquer outra raça, parados, imobilizados,  com uma, duas ou três codornizes. Quando saltam, arriscar o doble e ter pontaria certeira é arriscar perder as duas, pelo menos nos terrenos onde caçamos, pois o cobro depende de diversos fatores: a ansiedade, adrenalina e procura desenfreada do cão após o disparo, ele sabe logo que entra em trabalho de cobro, os muitas vezes densos pastos e restolhos muito altos, dificultam-lhes, sobremaneira, o seu trabalho,  e não é raro acabarem por cair dentro daquelas grandes valas cobertas, onde são mesmo quase impossíveis de cobrar.

Na maior parte dos lances prefiro disparar, derrubar uma ave, marcar-lhe bem a "pancada" e deixar a  cadela trabalhar na zona da queda da codorniz. Mais minuto, menos minuto, estará a segurá-la com os dentes e a cobrá-la. E, ainda assim, por vezes, acabam algumas por se tornarem incobráveis

Se compararmos o actual trabalho dos nossos companheiros, no início da época, com o que agora executam,  notamos uma significativa evolução, não só física, mas também "técnica" .

A codorniz é, verdadeiramente, a caça mais completa e espetacular para praticar com o nosso cão de parar. No final de Setembro, depois destas aulas na escola,  ele está pronto para se confrontar com a "rainha".

Mas poucos lances tão completos, que temos com as codornizes, iremos ver repetidos com as perdizes ( excepto se estas forem de cativeiro ).

Na foto acima, mais um formidável dia de caça.

- 2 perchas completas de10 codornizes no final da manhã , da minha parte ornei ainda o cinturão pois a Inka parou-me um coelho deitado ao sol dentro dos restolhos na orla do olival ( já não o deixei fugir lá para dentro) e o "Sado", cão do Paulo,  cobrou um pato real que se levantou dentro dum açude. Finalmente, o Paulo ainda "estendeu" nos pastos mais uma "orelhuda", um macho, criação deste ano mas já adulto.

No próximo fim-de-semana vamos dedicar-nos à perdiz. Espero resultados escassos pois para onde vamos elas são genuínamente selvagens, o tempo vai estar como está, quente e seco, os pastos vão secar e estar quebradiços e elas ouvem-nos ao longe. Não são mesmo estas codornizes. Estas preferem, com a nossa presença, fugirem a patas por dentro do mato. Só levantam em último recurso, paradas ou tocadas pelos cães. Aquelas, as perdizes, com a nossa presença, sendo selvagens, preferem dar uma corrida e pedirem logo ajuda às asas para nos < criarem distância>. A ver vamos.

Um abraço amigo, boas perchas.