segunda-feira, dezembro 31, 2018
Caça em fim de época.
29-12-2018
Moreanes - Mértola
A amável convite dos proprietários da Herdade, já numa caçada de família e amigos, fomos ali realizar a última caçada da época à perdiz.
A qualidade continua a mesma, ficaram muitas para criar, mais que na passada época segundo nos referiu o dono das terras, mas as capturas, agora, são naturalmente bem menores. Nestes dias matam-se poucas mas os peitos bem encorpados e as patas e bicos são de cor vermelho sangue, processo natural de crescimento e amadurecimento das aves.
Os lances, esses, nem por isso deixam de ser espectaculares, como só mesmo a caça nos pode proporcionar.
Recordo a lebre acima, bem levantada e corrida pela Inka, a cerca de 35/40 metros. Primeiro disparo e sinto que a lebre acusou o tiro. Ambas atravessam uma ligeira ribeira e correria do outro lado até desaparecerem da vista. Estranhei a Inka não regressar e começo a chamá-la , já preocupado.
O meu companheiro de linha, na direita , avisava-me alguns minutos depois: "não se preocupe que a cadela vem com a lebre na boca".
Mais tarde soube, ainda, que outro confrade terá ajudado a inka a desembaraçar-se de uma aramada. Em cobro e com a lebre pendurada na boca, tentou saltar a vedação e ficou presa pelas pernas traseiras. Rapidamente, aquele amigo pousou a espingarda no solo e ajudou o animal a superar a dificuldade, soltando-a dos arames. Grande perigo estas situações. Os nossos fiéis companheiros de quatro patas são nobres e não se apercebem destes perigos.
Assim, mais uma grande alegria .
Pergunto-me: que sentido fará a caça sem um cão de parar, se possível um bom cão pela frente?
No final, 14 espingardas, com resultado de 21 perdizes e 12 lebres.
Depois de um bom cozido de couve, um tinto do Douro, e um bom arroz doce, regressámos a Lisboa, com alguma nostalgia nas almas dado ter sido a última nesta zona de caça, mas já a pensar na Mãe Natureza que, se Deus assim o quiser, a há-de repovoar generosamente, naqueles mais de 3.000 hectares de terras, novamente com bons e muitos bandos de perdizes.
Perdiz vermelha é sinónimo de amor de perdição para nós os que, humildemente, entendemos estar na classe dos verdadeiros caçadores.
Abraço amigo.
domingo, dezembro 30, 2018
Um chibato às perdizes
| Terra fértil em caça. |
22-12-2018
Concelho de Mértola
A época avança inexoravelmente para o seu final e , neste dia , apanhei o primeiro chibato às perdizes.
Embora tenha visto diversas ( ao longe), as perdizes, desta feita e para minha arrelia, hoje nada quiseram comigo.
Valeu-me uma lebre adulta, levantada aos meus pés, que deixei alargar e, com tiro certeiro, enfiada com os canos da espingarda, ficou-se estendida no esteval.
Mais tarde e já de regresso ao monte da Herdade, houve quem quisesse divertir-se um pouco numa zona com coelhos e para lá levaram alguns cães adequados a esta caça, podengos, indefinidos e outros. Limitei-me a ir atrás deles, sem nenhum intuito menos claro e a inka fez o resto.
Numa zona de estevas com semeada de centeio ao lado, a cadela deu um toque a ventos, virou-se finamente, o coelho pressentiu e rapidamente saiu em correria para dentro do "sujo". Não chegou lá.
O segundo, só conseguia ver as pernas dianteiras da inka, imobilizada, dentro do mato. O coelho, assustado, arranca, a cadela dá a estocada habitual e corre em sua perseguição. Com tiro de instinto, à zona, só me apercebi que tinha morto o coelho quando descobri que a inka levantava a cabeça, por cima das estevas, com o coelho pendurado na boca, procurando saber onde me encontrava.
Um bom e quentinho cozido de grão, com um tinto maduro da região, lá minimizaram a ferida do chibato às perdizes.
Um bom dia de caça.
Abraço amigo
quinta-feira, dezembro 06, 2018
Dia da independência
Mértola, 01-12-2018
A celebrar o dia da Restauração da Independência de Portugal, estivemos foi por terras de Mértola, em belíssima jornada de caça de salto à perdiz vermelha.
Já com a manhã a nascer, na foto acima, inundando o céu de ricos tons de alaranjado, prenúncio do melhor tempo possível para este dia, tomámos o pequeno almoço e saímos directamente do Monte, estrada fora, 7 ou 8 caçadores, de espingardas ao ombro e com os cães perdigueiros a correrem e a saltitarem pela frente.
Ultrapassado um olival velho ali existente que alberga sempre um bando de perdizes, mas que não deram tiro, curioso foi que, as primeiras peças de caça a serem por mim avistadas foram... 3 grandes javalis, enxotados pela linha de caça e em corrida desenfreada pelo monte abaixo, passando-me a cerca de 30 metros, bem destacados. Em Montaria seriam, decerto, belos alvos aproveitados pelos monteiros. No entanto, abstive-me de atirar, claro, com chumbo 6 na espingarda nada faria, limitando-me a observar a sua longa corrida pelo montado, que culminou em rebentarem estrondosamente com os arames farpados junto a uma estrada, esgueirando-se então para o lado oposto.
Minutos mais tarde, realço lance com perdiz fugida da linha de caçadores, voando de través, da minha direita para a esquerda, a uns bons 40 metros de distância. Pareceu-me ter sido um tiro certeiro da minha parte, pois a ave enrolou-se toda no ar e caiu, "redonda", baqueando no solo. Chamei a Inka que não tinha visto o lance, e dirigi-me com o V.B., na foto, para o local, para apanharmos a perdiz. No sítio, 3 ou 4 penas avistadas , mas, da perdiz, nada. Tinha, seguramente, escapado, a patas, aproveitando a vegetação rasteira. Voltei a chamar a Inka, que tinha desaparecido do local, pois seria a nossa única hipótese de ajuda já que, depois de voltas e mais voltas, não havia meio de encontrarmos a ave. Mas a cadela não voltava e já desesperávamos dando a perdiz como perdida, quando, subitamente, saindo por entre umas pedras e a uns bons 100 metros, aparecia a Inka, com a perdiz na boca!. Grande alegria e grande trabalho da braco alemão. Siga!
O resto da manhã decorreu, alegremente, entre lebres paradas e corridas pelos cães, tiros certeiros e bons cobros, perdizes a fugirem e a caírem das alturas, derrubadas também por tiros certeiros, oferecendo belíssimos lances de caça.
Recordo, dentro de um amendoal, 3 ou 4 perdizes a surgirem, fugidas da linha, de asa aberta, altas, para passarem por cima de uns eucaliptos junto à estrada e refugiarem-se na reserva ao lado. Na ponta de enrolo, na direita da linha, o P.L. aponta e, em "tiro de rei", acerta numa que, desamparadamente, cai, com estrondo, de certeza sem nunca ter sabido o que lhe aconteceu, tal o irrepreensível impacto do tiro.
Construídas as belas perchas da manhã, esta zona de caça continua a provar, para nós, ser uma das melhores do concelho, quer em rolas no verão, também muito pato e torcazes no inverno, e caça geral nos meses de outubro, novembro e dezembro.
Abraço amigo.
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