quarta-feira, outubro 26, 2022

Aproveitando a (pouca) chuva num ano de seca extrema




 







22-10-2022

Mértola


Na véspera, durante o caminho de Lisboa para Mértola, choveu copiosamente o que nos alegrou imenso os corações pois cada vez mais temos consciência das sérias dificuldades dos agricultores em conseguir contornar nas suas actividades e rendimentos profissionais os efeitos da falta dela.

Também para a caça a chuva torna-se muito necessária. Os açudes de água começam lentamente a encher, os regatos e rios ganham nova vida, as poças de água proliferam por todo o campo e tudo isto ajuda,  e muito,  no equilíbrio e sustentação da biodiversidade dos sistemas .

Foi mais um dia de caça a sério para os nossos cães que tiveram de se empenhar nos barrancos de juncos e mato denso. Os perdigueiros são cães de pena mas, sendo os nossos Bracos, a sua grande polivalência permite utilizá-los nesta caça de pelo, ao coelho.

Neste dia estiveram particularmente bem, metendo-se e desbravando o mato molhado. Os coelhos, aqui, acoitam-se debaixo dos juncos, não é fácil descobri-los e desalojá-los, mas, como disse, os cães estiveram endiabrados e lá foram dando conta do recado, um a um.

Claro que, se tivéssemos ao dispor uma matilha de podengos a caçada seria bastante mais substancial, mas não é esse o propósito. O propósito passa por meter os cães  à caça brava, pois só assim aprendem as manhas e as dificuldades que esta aporta.

Recordo um coelho tocado, corrido e falhado que se foi foi meter nuns arrifes de estevas, certamente com buracos, tocas, pois é o que aqui não falta. Fomos lá, por descargo de consciência e a minha cadela deu com ele dentro de um buraco que passava por baixo de uma pedra de xisto. Da entra à saída, ou vice versa, não eram mais de 50/ 60 cm. O coelho estava lá, deitado, por vezes mexia-se e viamo-lo. Com um pedaço de giesta seca começamos a incomodá-lo lá dentro, por uma das entradas. Do lado oposto estavam: 3 cães !! com as narinas lá dentro e: dois homens !!  de cu para o ar à espera que ele saísse para o agarrar à mão. Por fim conseguiu sair mas deu-nos "uma rabeta" tal que fugiu-nos a todos nós e aos cães, ainda levou um tiro e foi embora. Este mereceu viver !!

Na véspera, ao cair da noite ainda tínhamos dado uma bicada aos patos e ficaram dois. Podiam ter ficado 7 ou 8 mas abstenho-me de comentar, pois a "marteleirice" foi em demasia 😉.

Um abraço amigo.