domingo, outubro 06, 2019

Serra de Serpa


























 05-10-2019
Uma Caçada à Perdiz


Caçar à perdiz vermelha na Serra de Serpa, em Outubro, com 28 graus de temperatura, convenhamos que , para mim, já é obra!.

Do alto dos meus graças a Deus bem vividos 64 anos, prestes a contabilizar já os 65, pela primeira vez na minha vida de caçador admito que estive quase, mas mesmo quase, quase,  a desistir de caçar de salto e ir para uma porta,  nesta bonita e relativamente pequena Zona de Caça, com cerca de 330 hectares, mas que alberga enorme qualidade na caça que ali nasce e cria.

Os efeitos físicos dos pronunciados barrancos, profundos,  e muitos carregados de mato, e o calor atroz das 11 horas da manhã, após trepar  e descer barrancos uns atrás dos outros, quase me obrigou a atirar o tapete ao chão. Foi por um triz. Não fora logo ali uma milagrosa pequena pausa dos caçadores em juntarem-se para refrescar com abundante água ingerida e teria mesmo desistido.

As perdizes, essas, como já esperava,  não deram "orelha" , atirei ainda a 2,  já com os "bofes" a sair da boca,  largas, e acabei por resumir as minhas capturas somente a um coelhote, bem entrincheirado em fileira de juncos, mas que a Inka, habilmente, desalojou e deitou-o a correr na minha frente, da direita para a esquerda, em jeito de: toma lá! Tiro certeiro, fácil, e cobro irrepreensível da cadela.

A perdiz na Serra de Serpa  é completamente selvagem e muito difícil de fazer saltar ao alcance de tiro. Ouvem-nos bem ao longe, põem-se a patas, e com os terrenos como estão em Outubro e este ano, só mesmo as portas conseguem algo mais, e pouco!

Não consigo descrever quaisquer lances de tiro, primeiro porque não consegui capturar nenhuma, e,  segundo,  porque das abatidas nenhuma vi a cair, devido ao acidentado do terreno, só mesmo as consegui examinar já penduradas nas piorneiras dos caçadores.

No final da manhã, 11 perdizes capturadas, todos belos exemplares, e 2 coelhos, não mais.

Lebres, algo habituais também por aqui, vimos uma morta , mas não com mixomatose, e outra escapando ao longe.

Salvou-nos um divinal ensopado de borrego, feito com hortelã da ribeira e bem regado com Pianitos, tinto box dos Arrochais.

Aqui sim, alegrámos então as almas e findámos com alegria e boa disposição,  numa manhã de caça muito dura, daquelas mesmo... "à antiga".

Ficou prevista nova jornada, mas só quando chover. Nas condições deste dia, por aqui, não dá mesmo. É só sofrer.

Um abraço amigo e até breve.